Capítulo 52

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— ...Ás vezes penso que se ela tivesse sobrevivido ao acidente a minha vida era tão diferente do que é. Estaríamos ainda felizes em Lisboa, os sete juntos...

— E já pensaste que se nada tivesse acontecido, não tinhas conhecido o Diogo, a Luz não existia, talvez ainda estivesses com aquele "Richi", sem saber a peste que ele era.

— Será que o pai não tem razão? Será que a culpa de tudo o que aconteceu não mesmo minha? Eu engravidei e fugi, eu escondi-me de toda a gente...eu...tudo isto é minha culpa Tia. Se eu não tivesse fugido, se eu tivesse confiado em ti e no Tio.

— Tudo...seria...igual...— ouvimos de repente uma voz, uma voz que não ouvia há mais de cinco anos.

Pov Madalena

— Lu...Lu, tu acordaste. Ah Meu Deus...tu acordaste.— digo, indo para junto da minha irmã. Era tão bom ouvir a sua voz, olhar nos seus olhos de novo. Nunca percebi, até este momento as saudades que eu tinha dela.

— Não quero...nunca mais...que te...culpes.

— Não fales...— digo-lhe. Ela não pode esforçar-se.

— Água...por...favor.

— Não fales Lu, ainda estás fraca. Por favor, tenta descansar.

— Onde...está...o Guto? E a minha...bebé? Onde...eles...estão?— A Lu começa a ficar mais agitada, e até percebo, ela teve um acidente, esteve em coma, não sabe como eles estão.

— Ei! Calma. O Gustavo e Maria Margarida estão bem. Eu que atendi a tua bebé, nem sabia que era minha sobrinha. Só quando fui ver como estava a mãe dela...o meu coração parou por segundos Lu. 

— Onde estão?

— Estão bem, estão na minha casa. O Guto fracturou um braço, mas já está bem. E tua pequena teve alguns arranhões e um pequeno hematoma. Ficou em observação na primeira noite e depois foi para casa ser mimada pelo pai, pelos avós, pelos tios-avós, pelos tios, primos...acho que vais ter um problema...

— Não...faz...mal. Ela merece. Nena, e tu? O teu...bebé?— sorrio...neste momento eu tenho três bebés, sei que talvez ela esteja a falar da Luz, mas porque não contar-lhe que é tia de dois já e que estou à espera do terceiro.

— Qual deles? Tenho três. Bem tenho dois, e aqui está o terceiro...— digo colocando a minha e a sua mão no meu ventre.

— Três? Tiveste...gémeos...da primeira...

— Não. Na verdade tive apenas uma menina, a Maria da Luz...

— Outra Maria...nós não somos nada...originais.

— Acho que não. A Maria da Luz é a minha crescida, a minha espanholita. 

— Foi...a...

— Sim. O Lucas, é o meu segundo bebé. Mas, ele não é meu de sangue. Ele é filho do Diogo com aquele coisa lá que o enganou.

— E tu...estás bem...com isso?— pergunto enquanto vou bebendo um pouco de água que a Madalena me dá.

— Estou. Eu amo o Lucas, como se fosse meu. Não te sei explicar, quando ouvi o que aquela doida lhe fez e como o abandonou...eu já o amei naquele segundo, sem nem o conhecer.

— E ele? Como foi...

— O Lucas...ele só queria uma mãe. 

— E a Luz? Como...reagiu?— de repente entra o Paulo.

— Ora se não é a minha paciente mais importante, que acordou e ninguém me disse nada. Dra. Madalena, posso saber por que é que não fui informado?

O Nosso CaminhoWhere stories live. Discover now