— ...Ás vezes penso que se ela tivesse sobrevivido ao acidente a minha vida era tão diferente do que é. Estaríamos ainda felizes em Lisboa, os sete juntos...
— E já pensaste que se nada tivesse acontecido, não tinhas conhecido o Diogo, a Luz não existia, talvez ainda estivesses com aquele "Richi", sem saber a peste que ele era.
— Será que o pai não tem razão? Será que a culpa de tudo o que aconteceu não mesmo minha? Eu engravidei e fugi, eu escondi-me de toda a gente...eu...tudo isto é minha culpa Tia. Se eu não tivesse fugido, se eu tivesse confiado em ti e no Tio.
— Tudo...seria...igual...— ouvimos de repente uma voz, uma voz que não ouvia há mais de cinco anos.
Pov Madalena
— Lu...Lu, tu acordaste. Ah Meu Deus...tu acordaste.— digo, indo para junto da minha irmã. Era tão bom ouvir a sua voz, olhar nos seus olhos de novo. Nunca percebi, até este momento as saudades que eu tinha dela.
— Não quero...nunca mais...que te...culpes.
— Não fales...— digo-lhe. Ela não pode esforçar-se.
— Água...por...favor.
— Não fales Lu, ainda estás fraca. Por favor, tenta descansar.
— Onde...está...o Guto? E a minha...bebé? Onde...eles...estão?— A Lu começa a ficar mais agitada, e até percebo, ela teve um acidente, esteve em coma, não sabe como eles estão.
— Ei! Calma. O Gustavo e Maria Margarida estão bem. Eu que atendi a tua bebé, nem sabia que era minha sobrinha. Só quando fui ver como estava a mãe dela...o meu coração parou por segundos Lu.
— Onde estão?
— Estão bem, estão na minha casa. O Guto fracturou um braço, mas já está bem. E tua pequena teve alguns arranhões e um pequeno hematoma. Ficou em observação na primeira noite e depois foi para casa ser mimada pelo pai, pelos avós, pelos tios-avós, pelos tios, primos...acho que vais ter um problema...
— Não...faz...mal. Ela merece. Nena, e tu? O teu...bebé?— sorrio...neste momento eu tenho três bebés, sei que talvez ela esteja a falar da Luz, mas porque não contar-lhe que é tia de dois já e que estou à espera do terceiro.
— Qual deles? Tenho três. Bem tenho dois, e aqui está o terceiro...— digo colocando a minha e a sua mão no meu ventre.
— Três? Tiveste...gémeos...da primeira...
— Não. Na verdade tive apenas uma menina, a Maria da Luz...
— Outra Maria...nós não somos nada...originais.
— Acho que não. A Maria da Luz é a minha crescida, a minha espanholita.
— Foi...a...
— Sim. O Lucas, é o meu segundo bebé. Mas, ele não é meu de sangue. Ele é filho do Diogo com aquele coisa lá que o enganou.
— E tu...estás bem...com isso?— pergunto enquanto vou bebendo um pouco de água que a Madalena me dá.
— Estou. Eu amo o Lucas, como se fosse meu. Não te sei explicar, quando ouvi o que aquela doida lhe fez e como o abandonou...eu já o amei naquele segundo, sem nem o conhecer.
— E ele? Como foi...
— O Lucas...ele só queria uma mãe.
— E a Luz? Como...reagiu?— de repente entra o Paulo.
— Ora se não é a minha paciente mais importante, que acordou e ninguém me disse nada. Dra. Madalena, posso saber por que é que não fui informado?
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O Nosso Caminho
RomanceLivro 2 - Duologia "Caminho" 5 Anos...de um caminho incerto. Um tempo de alegrias e tristezas. fugi com uma única certeza: fazer de ti a menina mais feliz que eu pudesse. Mesmo não te podendo falar sobre o teu pai, ou da nossa família que ficou par...