POV Madalena
Depois de Lucas ter adormecido, o Diogo fez questão de me vir trazer a casa. Apesar de não ser muito longe, eram apenas dois quarteirões, mas quem diz que o senhor meu "namorado" me deixava voltar sozinha?
— Diogo, a minha casa é quase ao virar da esquina. Já para não falar que estamos num bairro que pertence ao hospital, ou seja, é super seguro.
— Nunca se sabe. Para além disso, eu vou adorar estar mais algum tempo contigo.
— Ok. Então a boleia tem uma razão de peso por trás: a minha companhia.
— Claro. Isso e o facto de quem sabe eu...poder entrar e ver a Luz!????
— Diogo. Por favor, nós já falamos sobre isso.
— Eu sei, mas eu estou...
— Amor, eu quero falar com ela antes. Eu quero contar-lhe a nossa história...
— Não podemos contar os dois?
— Eu não sei...
— Nós contamos ao Lucas, por que não podemos contar os dois á Luz?
— Tudo bem, contamos os dois...
— Às 09h00?— e fica a olhar para mim, como um menino que espera o seu presente...— É muito cedo...
— Não, pode ser. Se conheço a tua filha, vai acordar mais cedo aos pulos na minha cama, e a gritar.
— Mal posso esperar por a ter nos meus braços.
— Sinto-me tão culpada por vos ter privado desse abraço durante estes anos todos...
— Nós já falámos sobre esse assunto...
— Eu sei, mas o sentimento de culpa, de vos ter separado por tanto tempo...
— Madalena por favor, não te cobres. Eu juro que não te condeno, tu tentaste apenas proteger a nossa filha.
— E será que a protegi? Será que não fiz o oposto? Será que o fiz apenas para me proteger apenas a Mim?
— E se o fizeste apenas para te proteger apenas a Ti? Qual o problema?
— Diogo.
— Vamos parar com esta conversa por favor. O que interessa agora é que estamos juntos.
Olho para o pai da minha filha. Para o único homem que verdadeiramente amei, e penso em como consegui estar tanto tempo longe dele. O sorriso que ele tem é igual ao da Luz, até às covinhas são exactamente no mesmo local.
— Posso saber porque tanto olhas para mim?
— Estava a admirar-te. És lindo...
— Agradeço o elogio.— aproxima-se e dá me um beijo.— Vemo-nos amanhã!?
— Sim.
Saio do carro e dirigi-me para casa. Quando chego á porta consigo ouvir os gritos de alegria da minha pequena. Já vi que aquela noite vai ser difícil. Abro a porta, e sorrio. Marisol está sentada no sofá com um ar de quem já desistiu há muito de acalmar aquela pulguinha saltitona.
— Mamã... mamã...— Luz vê-me e vem a correr até mim.
— A senhorita não devia estar a dormir?
— Papá llamó... llamó... hablé con él... mañana estará en casa mami...(O papá ligou...ele ligou...eu falei com ele...ele chega amanhã mamã...)
— Ha estado así desde la llamada telefónica. Intenté todo para que se durmiera... pero...(Está assim desde o telefonema. tentei tudo para ela dormir...mas...)
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O Nosso Caminho
RomanceLivro 2 - Duologia "Caminho" 5 Anos...de um caminho incerto. Um tempo de alegrias e tristezas. fugi com uma única certeza: fazer de ti a menina mais feliz que eu pudesse. Mesmo não te podendo falar sobre o teu pai, ou da nossa família que ficou par...