Capítulo 39

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Pov Madalena

Na manhã seguinte, acordei com mãozinhas a dar-me festinhas nos braços, devagar, bem de leve, como se fosse uma pena ou a brisa do vento. Sabia quem era, claro que só podia ser ele. O meu pequeno príncipe, o meu menino, o meu Lucas.

Abri os olhos bem devagar, e olhei para ele. Lucas tinha lágrimas nos olhos, e nesse momento, mandei o sono, o cansaço, a ansiedade pelo dia de hoje, tudo às ortigas. Puxei-o para perto de mim e abracei-o. Não lhe disse nada, apenas fiquei ali com ele nos meus braços, a sentir as suas lágrimas a cair.

— Já passou, amor. A mamã está aqui...já passou.

— Não queo...que...vás embola...não...deixes o Lucas.

— Ei!!! Quem te disse que a mamã vai embora? Eu nunca mais me separo de ti e do teu pai...

— Mas...o papá...dixe que...vais embola...— O Diogo disse que eu me ia embora? Nada disto faz sentido. Ontem combinámos que iríamos viver para Lisboa...e hoje acordo e...

— Lucas, eu não sei o que o papá disse, mas eu não me vou embora.

— O papá dixe que ias pa Lisboa...então...vais pa longe de mim...poque...

— Lucas, andaste a ouvir as conversas dos adultos?— ele acenou com a cabeça que não, mas depois de eu olhar para os olhinhos ainda molhados acabou por confirmar...— Sabes que é feio, não sabes?

— O Lucas não teve cupa. Eu acodei, e vim aqui...como tavas a domi eu desci pa vê o papá. Ele tava a falá com a titi e a vovó...então eu ouvi...que...

— Ei!! Está tudo bem...a mamã já percebeu que não fizeste por mal.— e neste momento o Diogo entra no quarto e ao ver o Lucas a chorar assusta-se.

— Filho, o que é que aconteceu? Porque estás a chorar?— Mas o Lucas só chorava agarrado a mim...— Madalena?

— O Lucas ouviu uma conversa entre ti, a Mara e a tua mãe.— o Diogo olha de mim para o Lucas, do Lucas para mim, e continua sem perceber...— Ele ouviu-te a dizeres que eu ia para Lisboa...

— E nós...molamos...com a...vovó...— diz o Lucas a soluçar.

— Sim, é verdade. Nós morávamos com a vovó. 

— Vamos ficá longe da mamã e da Luz...eu não queo...

— Lucas, olha para a mamã.— coloco-o sentado à minha frente, fazendo com que ele olhe para mim...— Eu nunca te iria deixar, eu amo-te filho. Não nasceste daqui de dentro da barriga da mamã, mas nasceste do coração. E eu nunca iria deixar-te, porque te amo demais.

— Mas, o papá dixe...

— Sim, eu disse que a Mamã escolheu ir para Lisboa para morar. Mas tu, meu piolho não ouviste tudo.— olhando para o Lucas, o Diogo sorri...— Achas que o pai ia deixar a mamã e a Luz fugirem de nós outra vez?

— Não. Max...

— Lucas, nós os quatro agora somos uma família. Então para onde um for...vão os outros três.

— Tão...vamox deixá o Vovô e a Vovó xoxinhos?

— Eles ainda têm a chata da tua Tia Rute, não te preocupes eles não ficam sozinhos. E podemos ligar-lhes todos os dias, e eles podem vir visitar-nos.

— Max, poque não molam connosco? Podíamos molal todos juntos...

— Filho, já pensaste que talvez os avós até possam gostar de ficar sozinhos? Eles podem ir fazer uma viagem os dois juntos, tenho a certeza que eles vão ficar bem.

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