Capítulo XIII: o neuro

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" Oh que maravilha, uma reunião de família! Não chorem de saudades, meus amores, eu estava logo ali, trancada no calabouço dos Hill..." Todos eles olham em minha direção, inclusive Tristan abre os olhos, mas logo os fecha novamente.

Nate ergue uma sobrancelha questionadora para Shade, o grandalhão apenas da de ombros.

" Ela esta um pouco abalada por ter ficado sozinha, se quiser eu posso tentar acalmá-la." Shade oferece. " É como se ela estivesse delirando."

" Não, vamos conhecer esse lado dela, ela não parece tão tensa quanto antes."

" Como assim abalada? Eu estou ótima!"

" Cristo, eu gostava mais quando ela ficava de boca fechada." Ace resmunga.

" Se você quiser eu posso cortar a língua dela..." Tristan oferece tirando um canivete do bolso.

" Ok, essa conversa está tomando um rumo que não deveria. Sente-se, Red."

" Oh, Nate! Nate, Nate... " Eu canto seu nome como uma melodia. " Não interrompa meus companheiros e seus planos de matar."

Shade me empurra contra a cadeira em frente a Nate, mas não se afasta, fica parado perto de mim. Eu penso em levantar e sair correndo, mas meu corpo não responde a esses pensamentos, é como se eu estivesse presa na cadeira, isso é muito familiar para mim...

" Qual de vocês é a porra de um neuro?" Eu falo olhando para cada um deles. " Eu juro que vou matar quem estiver mexendo com a minha cabeça."

" Não gosta de neuros?" Nate pergunta interessado. " Ouvi dizer que seu pai é um..."

" Não fale sobre minha família." Eu encaro aquele oceano em seus olhos com raiva.

" Deve ter sido seu pai quem a ensinou a bloquear neuros, por isso que não consigo acessar suas memórias."

Eu viro minha cabeça para Shade, então é ele o desgraçado que consegue mexer no cérebro das pessoas.

" Pare de tentar mexer com a minha cabeça!" Eu grito perdendo a paciência.

" Oh, aí está, você esconde algo, borboleta." Ele coloca ênfase no apelido que apenas meu pai John usava. " Ou devo chama-la de moranguinho?"

" Pare!" Eu digo entre dentes.

O desgraçado estava investigando minhas memórias, enquanto eu enlouquecia naquela cela.

" A pergunta é, Red: o que você está escondendo?" Nate fala com uma voz tranquila enganadora.

Eu desvio meu olhar, tentando achar alguma mentira cabível, mas me arrependo imediatamente.

" Não minta pra mim, nem em pensamentos, borboleta." Shade está de braços cruzados, deixando seus músculos maiores, se esse cara fosse cremado, as cinzas virariam Whey Protein, tenho certeza.

" Pare de me chamar assim!"

" Só depois de você me dizer o porquê dessa memória ser a única que consigo ter acesso."

" Talvez você não tenha poderes o suficiente..."

" Não há um cérebro que Shade não tenha revirado. Nunca houve barreiras, ele consegue fazer isso apenas olhando as pessoas pelas câmeras, sem precisar estar no mesmo ambiente. Você quer mesmo colocar seu poder em dúvida?"

" Uau, que incrível, Shade! Imagina quando você ser vinculado... ah é, não vai acontecer."

" Se eu fosse você eu cuidaria esse tom, ou eu posso devolvê-la para o lugar que você tanto gostou."

Meu olhar volta para Nate, o torturador número um.

" Não sabia que você estava em sadismo, amor, mas duvido muito que eu seja uma masoquista..."

" Apenas nos diga, Red." Eu não estava esperando Noah falar, mas seu tom de voz mexe com algo dentro de mim.

Ele não fala como os outros.

Ele não me olha como os outros.

Existe um carinho lá, e uma tristeza.

Eu não quero meu companheiro triste.

Ele se aproxima da cadeira, eu observo seus movimentos lentos, ele fica sob seus calcanhares em minha frente. Sou hipnotizada pelos seus olhos, eu poderia passar horas apenas olhando para ele.

" Eu sei que aconteceu alguma coisa, por favor nos diga, eu prometo ficar do seu lado." Ele puxa minha mão na sua, então deposita um beijo suave bem na palma.

A sensação do seu toque é tão boa, que estou prestes a prometer qualquer coisa a ele se ele não parar.

Eu procuro sinal de que ele esteja usando algum poder sobre mim, mas não encontro nada, ele apenas está sendo sincero.

" Estou cansado de ver você fugir, eu sei que não está fugindo da gente, apenas nos diga a verdade. Me deixe ajudar você, eu fujo com você se for preciso, eu nunca mais deixarei você voltar para aquele buraco."

" Eu não quero que vocês se machuquem." Eu sussurro com lágrimas nos olhos.

" Como iríamos nos machucar?" Ele sussurra comigo, como se estivéssemos trocando segredos.

" Não é como, é quando... se vocês não me deixarem ir."

O silêncio se estende pelo ambiente, é possível ouvir a chuva lá fora, me lembrando da primeira vez que eu os vi. E como da primeira vez, eu ainda desejo que eles me deixem ir embora, antes que seja tarde demais.


ਏϊਓ

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RED: uma história de harém reversoWhere stories live. Discover now