Capítulo XII: prisioneira

Start from the beginning
                                    

O lugar não deve ter mais do que 5 metros quadrados. Eu tento respirar para não entrar em pânico, pois já comecei a me sentir sufocada.

Eu dou a volta no lugar, batendo nas paredes, tentando de alguma forma encontrar uma saída, mas claramente não encontrarei nada além de pedras e cimento.

Já fiquei presa o suficiente para saber que gritar não ajuda, eu sempre acabo ficando com dor de garganta e cansada. A melhor opção é guardar energia para tentar convencê-los a me soltar.

Como poderei fazer isso sem detalhes?

Como eles me encontraram tão rápido? Não havia ninguém.

O pânico começa a crescer dentro de mim, eu fecho os olhos deixando as lágrimas rolarem livremente. Tento chutar a porta, mas ela nem se move. Meu corpo treme até minhas pernas perderem as forças, eu caio sobre o colchão que cheira a mofo e urina, algo sobre isso é muito familiar.

" Não me deixem aqui..." Eu sussurro entre o choro para ninguém em especial. Ninguém vai me escutar.

Eles não virão me salvar.

Eles nunca foram.

Eu tive que escapar sozinha.

Ninguém vai me salvar.

" Você é minha, ninguém pode tirá-la de mim..."

Aquela voz horripilante começa a soar em minha cabeça.

Por que eles teriam um lugar assim? Que tipo de pessoa mantém isso em casa? Um lugar para prender pessoas.

Eu sempre ouvi rumores de como os conselheiros eram fortes, poderosos e implacáveis, a ponto de serem cruéis, com a desculpa de proteger a sociedade, mas eu sei que nem sempre quem para atrás dessas paredes, são pessoas más. Eles também prendem inocentes.

Eu só quero ir pra casa, poder abraçar meus pais, sentir o cheiro da minha mãe...

Eu rolo no colchão sujo e fecho meus olhos, me enviando para um lugar melhor. Um lugar bem longe daqui.

Um lugar onde estou segura e sou amada.

" Nós conversamos sobre isso Meg, você não pode resolver seus problemas com agressão, querida!" a voz de mamãe é doce, em um tom baixo.

Ela sempre fala assim quando quer nos repreender de alguma forma. Esse tom é muito usado para nos dizer que estamos errados, sem causar uma grande briga generalizada. Deve ser a décima vez que estamos tendo uma conversa com esse tom aveludado.

Eu não tiro os olhos do vidro do carro.
" As vezes agressão é necessária." Um dos meus pais sussurra.

" John!" a voz da mamãe perde o tom de mel e soa mais como um ruído de desespero. " Nós não podemos incentivar atitudes como essa! Isso foi combinado quando decidimos morar em uma comunidade de não-dotados."

RED: uma história de harém reversoWhere stories live. Discover now