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Íris 

Rosa apareceu com o Marquinhos para me visitar. 

Marquinhos: Achei que vocês nem iam da certo juntos. - se sentou na poltrona - Na verdade, meu irmão nunca deu certo com ninguém né. 

Íris: Eu sou diferente das iguais. - ele gargalhou - Pra falar a verdade, nem eu achava que um dia a gente ia dar certo. 

Rosa: Eu sempre soube, intuição de mãe nunca falha. - sorri - Mas me diz, o que está sentindo? 

Íris: Dor, mas é normal. - revirei os olhos - Tive Cesária, o parto foi complicado e demorado.

Rosa: Meus dois meninos foram normal, graças a Deus.  - sentou na pontinha da cama 

Íris: Tentaram normal, mas ele não saia, os médicos ficaram com medo dele perder o oxigênio, por isso que teve que fazer cesariana 

Marquinhos: Papo de mulher, eu to saindo fora. - ele se levantou e saiu 

Rosa: Me conta, você está feliz? - neguei - Nem um pouco? 

Íris: Olha, sogra...-suspirei - Para ser bem sincera, eu nunca quis filho, vacilei muito em ter deixado para depois resolver a minha laqueadura. 

Rosa: Você pensava em fazer laqueadura? - perguntou surpresa 

Íris: Ainda penso. - sorri de canto - Filho é complicado, tem que ter condições financeiras e psicológicas 

Rosa: Tu sabe que o sonho do Pierre é ter quase um time de futebol né? - perguntou rindo 

Íris: A gente adota, não tem problema. 

Ficamos conversando por um bom tempo. 
Ela começou a me contar as história de quando os meninos eram pequenos. 

É uma sensação estranha, porque antes eu não era nada, hoje eu sou mãe. 
Tem uma vida que depende de mim. 

Não vou dizer que eu amo, porque o amor é construído com o tempo, mas me sinto a todo tempo preocupada e com medo de perder ele. 

Eu estava indo ver ele de vinte e vinte minutos, mas o médico não me permitiu mais. 
Disse que eu tinha que descansar e tomar cuidado com os pontos. 

Mas minha mente fica nele. 
Será que estão cuidando direitinho? 

Íris: Cadê o Perigo? - ela tirou a atenção do celular e me olhou - Não vejo ele desde ontem de manhã. 

Rosa: Disse que está resolvendo algum negócio que aconteceu lá na boca.- assenti 

Tenho medo de tudo mudar e o fardo ficar só para mim. 
Ser mãe solteira não deve ser fácil. 

A porta do quarto abriu, Bruna e o RK entraram. 
Traziam flores e balões. 

Sorri. 

Íris: Amiga, que lindo! - falei empolgada - Obrigada! 

Bruna: Olha...estou pra te matar garota! - se aproximou com o buquê nos braços 

RK: Primeiro tu da os parabéns, depois esculacha ela. - deu um tapa no ombro da Bruna - Parabéns, cunhada. - se aproximou e me deu um beijo na testa - Estou muito feliz  por vocês 

Íris: Obrigada. - falei sem jeito - Achei que vocês nem iam aparecer. 

RK: Sou obrigado a vim ver o meu afilhado. - ri 

Íris: Afilhado? - cruzei os braços - Quem disse isso pra tu? - ele riu 

Bruna: Se a outra lá for madrinha, tu vai vê. - gritou - Acabo com tu e com ela de uma vez, ainda pego a criança pra mim. 

RK: Não. - gritou - Deus me livre, mais uma não. Aquelas crianças faltam derrubar a nossa casa. - Bruna - Aproveita que o seu é só um, não faça mais! 

Rosa: Deixa ela fazer sim, eu quero no mínimo três netos. - se intrometeu 

Íris: Tu já tem dois, manda o Marquinhos te dar outro. - ela negou - Aqui não sai mais nada e dessa vez eu vou me cuidar 

....

Estava sozinha assistindo televisão. 
Não aguento mais ficar nesse lugar. 

Odeio hospital! 

Hoje já fui quatro vezes ver o Raul escondido do médico. 
Quero conferir toda hora se ele está bem. 

A porta abriu e o Pierre entrou. 
Estava com raiva dele, desde ontem de manhã sem aparecer aqui no hospital. 

Perigo: Oi, amor. - fechou a porta e caminhou até a cama - Como você está? 

Íris: Estou bem. - falei prestando atenção na televisão 

Perigo: Tive que ir resolver uns negócios, mas agora eu to de boa. - assenti ainda prestando atenção na tv - O que foi, Íris. 

Íris: Nada. - ele bufou 

Continuei ignorando ele.
Pierre tirou o tênis, me descobriu e deitou ao meu lado. 

Íris: Você está me apertando. - empurrei ele - Vai dormir lá na poltrona. 

Perigo: Ontem a gente dormiu de boa, cara. - respirei fundo - Isso tudo é porque eu sai? - fiquei em silencio - Eu estou te fazendo uma pergunta. 

Íris: Sim, claro que é. - me sentei e olhei pra ele - Desde ontem de manhã sem noticias sua, Perigo! - ele riu - Não estou achando graça nenhuma, cara. 

Perigo: Amor, eu fui resolver os bagulho na boca pra depois ficar sossegado contigo. 

Íris: Era só ter mandando uma mensagem pelo menos. - ele continuo rindo - Não estou achando graça, Perigo. - falei séria - Se a responsabilidade de cuidar dessa criança vai ficar só pra mim, me avisa...porque tu sabe muito bem que eu nunca quis, mas era o seu sonho. 

Perigo: Tu faz drama de mais. - revirou os olhos - Eu fui pegar férias, Íris. Deixei os bagulho tudo resolvido e passei as paradas para o J2. -se sentou na cama - Eu não te abandonei, apenas deixei tu um tempinho sozinha para resolver essa kâo. 

Íris: Era só avisar. 

Perigo: Tá bom...na próxima eu aviso. - meu puxou e deitamos - Não quero que tu pense que eu não vou das assistência, eu quero estar presente em todos os momentos dessa criança. 

Íris: É enlouquecer pra mim. -abracei ele - Estou com medo, muito medo...principalmente de tu me deixar. 

Perigo: Eu já disse que quero passar o resto da minha vida ao seu lado. - acariciou meu braço - Agra temos uma família e vou fazer de tudo por vocês. 

Ele ficou acariciando o meu braço, até eu cair no sono. 


Visita íntimaWhere stories live. Discover now