Visita íntima

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Íris 

Observei o Pierre dormir. 

Ele chegou em casa fora de si. 
Meu maior medo era ele descontar em mim, mas mesmo assim fiquei ao lado dele. 

É muito difícil entender que está sendo feito de otário, eu entendo. 
Mas ele quase foi pra cima dela e eu fiquei em choque. 

Ela estava com uma criança e independente de tudo, eu não sou a favor disso. 

Me sentei na cama ainda apreensiva com toda a situação. 
Nada tira da minha cabeça que foi ela que caguetou a gente. 

Eu não sei o porque, mas sinto que ela tem a ver com essa história. 
Se tiver mesmo, eu não vou poder controlar o Pierre. 

Senti a cama se mexer e olhei para ele, o mesmo estava de olhos abertos. 
Sorriu fraco e abraçou a minha cintura. 

Íris: Está melhor? - perguntei fazendo cafuné nele - Você estava fora de si. 

Perigo: Eu perdia a cabeça mesmo com toda essa história. - me olhou - Por mais que eu achava que estava preparado para ouvir o que ela tinha para dizer. 

Íris: Eu entendo...é foda. - respirei fundo - Mas tu tem que aprender a se controlar...não pode perder a cabeça dessa maneira, eu fiquei com medo. 

Perigo: Medo de mim? - assenti - E porque não me deixou sozinho?

Íris: Ao mesmo tempo que eu estava com medo de você, eu tive medo de tu fazer alguma besteira. - ele me soltou e se sentou na cama me olhando - Eu não queria te abandonar nesse momento tão complicado...queria estar ao seu lado, te consolar de alguma forma. 

Perigo: Importante é que já passou e eu não fiz nenhuma besteira contigo. - se aproximou - Mas eu sei de uma forma que tu pode me consolar agora. - enfiou o rosto no meu pescoço e eu me afastei 

Íris: Não estou no clima. - falei séria - Tu tem que se tratar. - ele me olhou estranho - Não...é sério, tratar essa raiva que tu sente. Não é uma coisa normal. 

Perigo: Eu não preciso me tratar, consigo me controlar quando quero. - assenti - O que você tem? 

Íris: Uma dor no pé da barriga. - fiz careta - Acho que é cólica. 

Perigo: De novo? 

Íris: Já faz um mês, querido. - ele revirou os olhos - Ser mulher é difícil. 

Perigo: Então vamos para o chuveiro. - neguei - Quer ficar de dengo hoje? - assenti 

Ele se deitou e eu deitei no peito dele. 
Com uma mão ele me abraçou e com a outra ficou fazendo cafuné. 

Perigo: Obrigada por permanecer ao meu lado, mesmo na hora que eu perdi a cabeça. - disse baixinho  - Eu prometo que vou estar sempre contigo. 

Íris: E eu vou estar sempre do seu lado, Pretão. - levantei a cabeça  e dei um beijo nele - Vou ir comprar um remédio. - me levantei 

Perigo: Eu mando alguém ir buscar. - neguei 

Íris: A farmácia é aqui do lado, vou rapidinho. - falei colocando o meu shorts 

Já estava com a blusa dele, então só calcei meu chinelo. 

Perigo: Tem certeza? - assenti e peguei meu celular - Então pega dinheiro na minha carteira. 

Íris: Não precisa, eu tenho. - sai do quarto antes dele responder 

Desci as escadas, peguei a chave e sai de casa. 
Fui caminhando calmamente até a farmácia.