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Perigo

Me pendurei na sacada e consegui me inclinar e pula na de baixo.
Percebi que o quarto estava vazio e fiquei alguns minutos escondidos lá.

Ouvi os gritos dos policiais e a Íris chorando.
Me tremia de ódio e arrependimento.

Não deveria ter trago ela para cá.
Coloquei ela em risco mais uma vez e nem pensei no que poderia acontecer.

Pior que ela sentiu e me avisou.

Ouvi eles dizendo que vão levar ela para o DP.

Disquei o número do Rk e esperei o mesmo atender.

Perigo: Caralho, RK. - falei baixo - Eu sei que tu tá de férias e amanhã já é a virada do ano, mas preciso de tu. - meu coração estava acelerado e minhas mãos suavam

RK: O que aconteceu, irmão? - gritou - Vocês estão bem?

Perigo: Resumindo, preciso de um advogado! - ouvi passos na sacada de cima e me encostei no vidro, me escondendo - íris foi levada para o DP.

RK: Como assim? - gritou - E tu está na onde?

Perigo: Eu tenho que desligar, depois quando tiver mais suave eu ligo pra tu. Mas cuida disso pra mim, por favor irmão.

RK: Vou cuidar, irmão. - desliguei

Não ouvi mais nada no andar de cima.
Me pendurei na sacada novamente e pulei na de baixo.

Tinha coisas no quarto, abri o vidro e entrei.
Vi uma menina sentada na cama mexendo no celular.

Corri e fui até ela.
A mesma gritou e em seguida eu tampei a boca dela.

Perigo: Eu não vou fazer nenhum mal pra nenhuma das duas. - falei baixo - Só preciso de ajuda pra sair daqui. - ela concordou ainda assustada - Tu promete que não vai gritar? - ela assentiu mais uma vez - Vou soltar, mas se tu gritar eu vou te dar um mata leão e te desmaiar.

Soltei ela e a mesma me olhou assustada.

-: O que tu quer, moço? - seus olhos encheram de lágrimas - Eu não tenho nada aqui de valor.

Perigo> Moça, pelo amor de Deus! - ri - Não quero nada seu não, só preciso de ajuda pra sair do hotel.

-: Vou te ajudar por que? - se afastou - Eu...eu não posso!

Perigo: Moça, por favor! - implorei - Não sei como tu pode me ajudar, mas eu precisa sair daqui. A minha mulher está correndo risco e lá fora estão querendo me prender, mas eu não fiz nada. - me ajoelhei - Estão tentando me forjar, pelo amor de Deus...me ajuda.

Fiz um teatro e na cara dela dava para perceber que ficou com dó.
Pobre coitado que está sendo injustiçado!

-: Vou te ajudar, porque aconteceu a mesma coisa com o meu irmão. - me levantei do chão - Como tu pretende sair daqui?

Perigo: Eu não tenho ideia. - passei a mão no rosto nervoso - Será que pela escada daria?

-: Acho que não...porque tem que passar pela recepção. - sentou na cama - O melhor é tu ficar aqui e eu descer para ver se estão lá ainda. - assenti - Porque, acredito que não tem outra saída a não ser aquela.

Perigo: E na cozinha? - puxei a cadeira e me sentei - Sempre tem uma porta por lá pra receber as coisas.

-: Pode ser que tenha sim. - se levantou - Vou verificar pra você.

Perigo: Moça, estou confiando em tu. - ela caminhou até a porta - Me ajuda a salvar a minha mulher. - ela assentiu e abriu a porta - Deixa o cartão comigo. - peguei da mão dela - Bate três vezes na porta quando tu voltar.

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