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Íris 

Entremos no carro e ele deu partida. 

Enrico: Certeza que não quer dormir lá em casa? - me olhou e logo voltou com a atenção no volante 

Íris: Sim, tenho que me organizar lá no hotel e amanhã cedo procurar algum lugar pra ficar. - ele assentiu 

Peguei meu celular e comecei a verificar as notificações. 

Senti uma pressão e fomos para frente com o impulso. 
Olhei assustada para o Enrico que estava com o rosto quase no para-brisa. 

Íris: O que foi isso? - olhei para trás e tinha um carro colado na traseira 

Enrico arrumou a postura e olhou. 

Enrico: Que cara louco! - gritou 

Vi dois envolvidos da CDD, me desesperei. 
Enrico ia sair do carro e eu puxei o mesmo para dentro.

Íris: Vamos embora agora! - falei séria e ele tentou sair de novo, agarrei na camisa dele - Senta e dirige, agora! - gritei e ele se assustou - Enrico, é sério. - meus olhos se encheram de lágrimas 

Ele colocou o cinto, ligou o carro novamente e deu partida com o carro. 

Íris: Mete o pé, se não eles vão nos alcançar. - falei olhando para trás e vendo o carro na nossa cola - Meus Deus...que inferno! - passei a mão no rosto nervosa 

Enrico: Quem são esses, íris? - me olhou e logo voltou com a atenção no caminho 

Íris: São lá da Cidade de Deus. - algumas lágrimas escorreram - Me desculpa te colocar nisso, eu achei que teria paz. - suspirei - Me perdoa, Enrico! 

Ele me olhou de canto de olho e não falou nada. 
Acelerou mais o carro e me segurei no banco. 

Íris: Por favor, não vai para o hotel. - falei chorando, olhei para trás e vi eles chegando mais próximo 

Eles aceleraram mais o carro e bateram novamente. 
Fui para frente e o cinto me enforcou um pouco. 

Íris: Enrico, mete o pé no acelerador, cara. - gritei - A gente vai morrer! 

Enrico: Fica quieta, Íris! - gritou - Isso tudo tá acontecendo por causa daquela praga de homem que você se envolveu! - falou nervoso - A gente vai pra uma delegacia. 

Íris: Não! - gritei - Não podemos, Enrico. - segurei no braço dele - Me escuta, por favor. - ele me olhou de canto de olho e continuou dirigindo - Se for denunciar vai ser pior...uma vez eu fiz isso, quase morri de tanto apanhar, eu não quero isso de novo e nem quero isso pra tu. 

Enrico: Um amigo do meu pai é da civil, ele vai proteger a gente. - neguei chorando - Confia em mim! 

Íris: Eu não posso fazer isso, Enrico! - limpei as lágrimas - Por favor! - implorei 

Ele não disse mais nada, apenas continuou dirigindo. 

Enrico: Parece que conseguimos. - disse olhando pelo retrovisor - Já foram embora. 

Olhei para trás e não vi mais o carro. 
Ele parou o carro em uma esquina. 

Enrico: Íris, olha pra mim.- colocou a mão no meu queixo e me fez olhar pra ele - Se tu não denunciar, isso nunca vai acabar, precisamos ir em uma delegacia. 

Íris: Não posso, Enrico. - tirei a mão dele do meu rosto e tirei o cinto - Se me pegarem depois, eu vou morrer como x9. - expliquei - Pode me matar com fama de tudo, menos como x9! 

Ele tirou o cinto e se virou pra mim respirando fundo. 

Enrico: Tu não vai fazer isso porque gosta dele ainda né? - o semblante fechou - Pode dizer, Íris, não tem mal algum, a gente não manda no coração. 

Senti um impulso do meu lado, vi tudo girar e minha vista ficar preta. 

....

Acordei atordoada e com muita dor de cabeça. 
Abri os olhos e olhei em volta. 

Enrico estava desesperado me gritando. 
O carro estava de ponta cabeça e eu estava pendurada com a perna presa e enroscada com o airbag 

Estava escutando ele me gritar de fundo. 
Comecei a sentir muita dor de cabeça. 

Comecei afastar o airbag de mim. 
Já estava agoniada e desesperada. 

Comecei a tentar tirar minha perna das ferragens. 
Não conseguia de jeito nenhum. 

Íris: Me ajuda...- falei com a voz embargada 

Ele ficou desesperado e tentou me puxar. 

Íris: Não me puxa, ta machucando.- puxei o meu braço - Tenta levantar esse ferro. 

Ele se abaixou e forçou o ferro para trás. 

Enrico: Não está dando certo. - gritou 

Íris: Tenta tirar. - algumas lágrimas escorreram. 

Estava sentindo muita dor na perna e na cabeça. 

Enrico ficou forçando e minha perna se soltou. 
Ele pegou nos meus braços e me puxou. 

Ele me colocou sentada no chão. 

Enrico: A ambulância está chegando.- disse passando a mão no meu rosto - Sua cabeça está sangrando muito, meu bem. 

Íris: Não precisa de ambulância, vamos embora. - coloquei a mão na testa e tentei me levantar, tudo girou e eu cai sentada - Eles vão voltar, precisamos ir embora, Enrico! 

Enrico: Não vamos embora, tu tem que ser atendida. - falou sério e se sentou ao meu lado 

A ambulância demorou muito para chegar. 
Estava com muita dor e com medo de voltarem. 

-: Vamos ter que te encaminhar imediatamente para o hospital. - disse olhando a minha testa - Isso foi muito grave. - assenti 

Ela puxou a maca e eu me deitei com todo cuidado. 
Eles colocaram dentro da ambulância novamente, Enrico entrou, fecharam a porta e saíram desesperado. 

Em poucos minutos estávamos no hospital. 
Me encaminharam direto para a emergência e o Enrico ficou acompanhando tudo. 

Visita íntimaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora