Capítulo XVIII • Desespero

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[ 23:48 P.M. ]
| Em um barzinho praiano qualquer |

Como já mencionei, havia, sim, um barzinho praiano próximo de onde eu e o Sebastian estávamos.

Ele não era tão movimentado como aquele em que eu e os meus parentes tínhamos reservado uma mesa, mas também não estava totalmente inóspito.

Aliás, aquela praia já estava bem mais cheia do que quando cheguei aqui, tempos atrás, com toda a minha família. Apenas digo isso, pela companhia do Sebastian, e pelo seu refresco, que acabei aceitando. Não que eu esteja insegura quanto à ele, só que... todo cuidado é pouco, não?

Por um momento, achei que eu e ele seríamos amigos, caso tudo o que tinha programado em minha mente fértil, e romântica, não desse certo ― e, realmente, não deu.

Cheguei a imaginar aquela amizade saudável, e que confesso sempre ter desejado possuir, contudo, pelo o que vejo agora, isso é algo improvável, e até mesmo impossível. ― pelo menos, em meu caso. Sebastian é um cara legal, mas... uma coisa, sabei-me o quê, me acende um alerta sobre sua pessoa.

Será o meu sexto sentido dando as caras, ou uma babaquice estúpida que eu acabei inventando?

Quer saber? Isso pouco me importar.

Tomarei esse maldito refresco que me foi oferecido e voltarei para a minha família assim que sair daqui. Não que eu esteja tão desesperada com relação à essa aparição do Sebastian e sobre a sensação que ela está me trazendo, só que... daqui a pouco, o bendito horário da meia-noite vai ser alcançado, e eu não quero estar longe de minha família, justamente em um ano em que posso comemorar esse tipo de festividade com TODOS reunidos.

Sebastian: esse vestido... ― ele comenta, enquanto eu movimentava o líquido denso de minha vitamina de morango com o próprio canudinho. ― é seu, ou foi emprestado?

Argh... Odeio esses papos que não vão direto ao ponto logo de uma vez.

Liah: minha madrasta me deu, há anos atrás. ― ajeito a sua barra, sentindo que a cada maldito instante ela subia mais, tornando aquele vestido cada vez mais curto. ― por que quer saber? Quer um para você?

Sebastian: não, Liah. Eu só... quero parabenizar a sua madrasta pelo bom gosto. ― sinto algo percorrer a pele desnuda de minha coxa, passando a acariciá-la de uma forma que me deixava desconfortável. ― ele ficou ótimo em...-

Liah: quer parar? ― sou firme no tom de voz e, após segurar o pulso de sua mão boba, a retiro de minha pele, encerrando aquele contato físico desagradável. ― eu vim aqui só por causa do refresco que você me ofereceu, Sebastian.

Sebastian: e que você aceitou, Liah. ― ele rebate minha declaração, como se eu estivesse sendo a errada na ocasião.

Liah: exatamente, Sebastian. ― imito o seu tom de voz e afasto a minha cadeira da sua, tomando uma maior distância dele. ― eu aceitei o refresco, e não suas constantes investidas sobre mim. ― sugo apenas um pequeno gole daquela vitamina pelo canudo, chegando a perder o desejo por aquele líquido. ― não me toque de novo. Tudo bem?

Sebastian: qual foi, Liah? ― ingere todo o líquido transparente do seu copo, e que não era água. ― não lembra do luau aqui, semanas atrás? Você não se importava com os meus toques nem um pouco. Até implorava por eles, my baby.

Eu posso matar, por favor?

Liah: não me chama assim, falou? ― deixo aquela cadeira, mostrando que já estava de saída. ― eu estava bêbada naquele dia, assim como você está agora, Sebastian. ― eu respiro fundo, dando um passo a frente. ― agora... Adeus, Sebastian. Eu tenho que ir, antes que...-

De Repente, Você. (O Encontro)Where stories live. Discover now