Capítulo 10

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Acordo com a luz do sol batendo em meu rosto e rapidamente me sento, me sentindo perdido tento olhar para os lados mas minha visão ainda está turva. Vejo alguém em minha frente, a pessoa estava sentada na parte de traz da cadeira, apoiando os braços no encosto da mesma enquanto me observava. Minha visão se adapta a claridade.

- Bom dia flor do dia. – Ela sorri

- A-Akemi?? O que você? Aonde eu estou? Eu só lembro de... – o que aconteceu? Eu estava na floresta e daí... – Yuki... como?

- Como ele se transformou em um lobo na noite passada?

- Como ele está? – Nós dois falamos ao mesmo tempo. Há uma pausa, uma troca de olhares, então Akemi se inclina para trás e começa a rir.

- pff... hahahahahahhaha puta merda Kazy, eu sabia que você era um idiota, mas você acabou de ultrapassar todos os limites hahah. Sabe, quando eu ouvi que aqueles caras tinham um brinquedinho novo, eu não achei que fosse você! Quer dizer você não seria burro o bastante pra se envolver nisso né? Acho que eu subestimei você, ou talvez tenha superestimado a sua inteligência.

- Aqueles caras? Brinquedo? Lobo? De que merda você está falando Akemi?

- Ah, certo certo, eu tenho que te atualizar – ela para por um instante, pensativa – ta beleza, do que você se lembra sobre ontem a noite?

- ... eu estava com o professor Yuki e ele...

- Virou um lobo gigante? É disso que você lembra?

- Como sabe disso? Aquilo realmente aconteceu?

- É, aconteceu sim... Seguinte, sabe aquele emprego que eu falei que eu tinha? Em alguma empresa aleatória do centro? Então, na verdade eu trabalho para um homem chamado Lucien Moore...

- Lucien? Você quer dizer?!

- Um dos maridos do professor Yuki. E eu trabalho pra ele bem antes de entrar pra faculdade e de conhecer você... eu conheço os 3 a um bom tempo. E eu sei dos segredos deles, incluindo o fato de que nosso professor da faculdade se transforma em um enorme lobo branco vez ou outra...

- ... Você sabia disso todo esse tempo?

- Eu sei de muito mais que isso, mas é informação o suficiente pra você por enquanto. Agora é melhor você se arrumar, o Sr. Moore pediu que eu o levasse até ele quando você acordasse.

- Sr. Moore é?

Agora que começo a prestar atenção ao meu redor, a cama em que eu dormi é enorme (provavelmente King Size) e muito macia, o quarto em si é enorme, quase maior que o meu apartamento de 3 cômodos. Os móveis são praticamente todos pretos, as paredes cheias de pôsteres de bandas de rock, mas foi o guarda roupa que me chamou a atenção. Uma das portas estava aberta e em meio a bagunça dava pra ver pelo menos uns 5 moletons, todos pretos.

- Esse aqui é o seu...

- O que entregou? Os pôsteres?

- A quantidade absurda de blusas pretas

- hahah, bem é como dizem, mi casa é su casa. Bem vindo ao meu quarto, tente não ficar muito a vontade. – ela se levanta e vai até a porta – tem umas roupas pra você ali, se troca e vem.

Quando saio do quarto, com as roupas novas, ela esta me esperando na porta. Eu a sigo pela casa (e que bom que eu tenho uma guia, porque esse lugar é enorme) dizer casa é diminuir a magnitude da enorme mansão em que acabo de descobrir que minha melhor amiga morava esse tempo todo. Na verdade parece que eu não sei realmente muita coisa sobre ela...

Akemi me leva até uma grande porta de madeira (nunca vi uma porta tão chique em toda minha vida, aposto que todos esses entalhes foram feitos a mão por porquinhos da índia noruegueses) como se essa casa já não tivesse me chamado de pobre em cinco línguas diferentes, ela abre a porta revelando uma enorme sala de jantar aonde caberiam no mínimo cinco apartamentos como o meu. Apesar da casa parecer ser bem antiga, o design dos móveis é bem moderno, mas eu paro de observar a arquitetura ao reparar que não estamos sozinhos.

Sentado na ponta daquela imponente mesa está o homem que me lembro de conhecer ontem a noite. Lucien Moore.


Nos encaramos em silêncio por alguns segundos, ele da um longo trago em seu cigarro soltando fumaça pela boca, então sinaliza com a mão para que nos aproximemos

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Nos encaramos em silêncio por alguns segundos, ele da um longo trago em seu cigarro soltando fumaça pela boca, então sinaliza com a mão para que nos aproximemos. Akemi me pega pelo braço e caminha a passos rápidos até o homem, pude sentir certa tensão em sua expressão. Ao chegar perto o suficiente ela me solta e arruma sua postura como se estivesse prestando continência.

- O quanto você disse a ele? – o homem pergunta desviando o olhar de nossa direção.

- Não muito, apenas que o que ele viu ontem foi real.

- Sobre você?

- Nada...

- Ótimo, pode sair.

- ...Sim Sr. Moore – ela parece hesitante ao caminhar até a porta, antes de sair ela me olha nos olhos como se me desejasse boa sorte.

- Você sabe quem eu sou? – ele apaga seu cigarro e me encara de canto de olho.

- Um dos maridos do prof. Yuki, nos vimos ontem a noite quando eu chamei vocês... – ele parece me analisar por um tempo

- Bom.. sente-se, imagino que tenha muitas perguntas. Por alguma razão a insuportável tarefa de responde-las sobrou pra mim.

Nossa conversa durou algumas horas, nela descobri verdades inimagináveis sobre essa cidade e essas pessoas. Lucien respondeu todas as minhas dúvidas, apesar de não esconder o quanto aquela conversa estava sendo chata para ele. Se eu fosse fazer uma aposta, diria que ele queria me matar naquele momento na floresta.

Ele me disse que o professor Yuki é um lobisomem (o que já estava meio óbvio) mas também disse que ele próprio é um vampiro, e aquele tal de Akira é algum tipo de demônio chamado incubbus (vou pesquisar quando descobrir o que aconteceu com meu celular). Aparentemente o mundo todo está repleto de seres como eles, vivendo nas sombras, disfarçados de humanos.

Admito que não entendi metade do que ele me falou, era informação demais pra absorver. Só entendi que Yuki e sua família protegem a cidade, mantendo outros como eles sob controle e protegendo as pessoas. E que agora eu sou considerado uma ponta solta e por isso devo ficar sob a supervisão deles até terem certeza que eu não vou revelar nada para ninguém (se queriam isso porque me deram tantas informações droga?) acho que vou ficar preso aqui por um tempo.

Ao sair da sala Akemi estava a minha espera, ela sinaliza para que eu a siga e me leva até uma enorme sacada no que imagino ser a lateral da casa. No centro da sacada tinha uma pequena mesa com um enorme prato de macarrão. Como estou faminto não faço cerimônia e começo a comer, encarando a vastidão a minha frente, as árvores não parecem ter fim, pelo visto a mansão é bem afastada da cidade já que nem consigo ver os prédios daqui (ou talvez seja pra outro lado?).

Akemi está sentada ao meu lado, ninguém falou nada até agora, ela encara a floresta fixamente, como se estivesse tentando me evitar. Termino meu macarrão limpando a boca no guardanapo a meu lado e resolvo cortar o silêncio.

- Então você sabia de tudo isso esse tempo todo?

-...Sim

- Deve ter sido difícil... guardar segredo por tanto tempo – ela me encara surpresa.

- Você não está bravo?

- Porque estaria? Não é algo que você possa contar pras outras pessoas... E de duas uma, ou acharíamos que você é maluca ou acabaríamos em perigo por saber demais não é? Além disso, só consigo pensar em dois motivos pra você estar aqui, ou você foi pega como eu e obrigada a trabalhar pra eles, ou você é um deles...

- Hm... talvez você não seja tão burro quanto eu pensava...

Ela tira uma carteira de cigarro do bolso colocando um deles na boca segurando a outra ponta entre os dedos até que ele comece a soltar fumaça, então ela tira a mão, e ele está aceso. Eu penso em questionar quando ela começou a fumar, mas ela começa a me encarar, e eu observo hipnotizado seus olhos azuis mudarem de cor e começarem a brilhar em vermelho.

Ela sorri

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Ela sorri.
- É bom finalmente poder falar com você.

Meu professor Lobisomem e seus dois maridos (+18)Where stories live. Discover now