-Que história incrível! – Allison disse, sentada em um banco do bar. Ela, Lily e Oyekunle já haviam bebido algumas cervejas enquanto os últimos contavam para a amiga o que estavam fazendo ali. Allison confessou que havia escutado alguma coisa sobre a prisão do Bernard Roche, mas nunca entendia muito bem o que estava se passando.
-Você ainda não aprendeu francês? – Oyekunle perguntou.
-Se eu aprendi? Cara, eu desisti! Língua dos infernos! Aí na escola tudo tem tradução para o inglês, e no início eu queria ser uma dessas pessoas bacanas que se esforçam para aprender a língua, sabe? Sem condição. Então, ouvi falar desse cara. Quando o prenderam, apareceu em tudo que era página da Internet. E ele era namorado da sua namorada?
-Ela não é minha namorada – Oyekunle protestou.
-Mas você veio para cá atrás dela – Allison riu e deu um gole na cerveja.
-Viu? Viu, Oyekunle? Eu estou falando que essa história de amor tórrida não terminou!
-Eu acho que está bem terminada. Ela nem falou comigo.
-Ela tinha que falar com os pais primeiro. Ela os conhece há mais tempo – Lily adicionou como uma reflexão tardia.
-Ok, me conta o fim da história – Allison falou, como se estivesse seguindo um conto de ficção bastante empolgante. – Vocês chegaram lá, ela falou mãe e pai.
-A gente acha que foi mãe e pai – Oyekunle corrigiu.
-"Mamán" e "papá" são bem óbvios, Oyekunle – Lily falou. – Qualquer um entende. Eu pago a próxima rodada – Avisou, fazendo sinal para o barman enquanto Oyekunle continuava:
-Subiu todo mundo, a Sabine conversando com eles no quarto e a gente na sala. Provavelmente ela queria alguma coisa.
-Dê um crédito de confiança à sua história de amor tórrida, Oyekunle – Allison riu e virou o resto da sua cerveja. Ele lhe lançou um olhar mal-humorado e continuou.
–Não é como se a gente tivesse alguma coisa para fazer ali.
-Eu acho que tinha. Ela te devia pelo menos uma explicação.
-Não é, Allie? – Lily falou, distribuindo as novas cervejas. – Mas ele saiu me arrastando de lá como se eu fosse um... tapete.
-Cara, eu não devia ter vindo – Ele balançou a cabeça. – Já venho.
-Você acha que ele vai se matar? Ele está meio depressivo – Lily cochichou.
-Mais provável que tenha ido ao banheiro.
-É verdade.
Allison passou um momento pensativa. Por fim, disse:
-Acho que sei o que ele quer dizer. É um negócio meio humilhante. Ele é largado sem nenhuma explicação, aí escuta dizer que ela pode estar em um julgamento, deixa tudo para vir atrás, ela o vê e não fala nada.
-Ele não deixou tudo. No máximo, tirou um dia de folga – Lily falou, reflexiva. – E muito provavelmente a Sabine teria falado com ele se tivéssemos esperado o fim da conversa com os pais.
-Não é como se ela não tivesse o celular dele, né?
-Será que eu cometi um erro quando o chamei para vir? – Lily disse, horrorizada. – Ah, merda, estou de saco cheio de cometer erros.
-Relaxa, ele é adulto. Veio porque quis. Mas me conta sobre a sua turnê. Foi tudo?
-Eu estava fazendo meu trabalho de conclusão de curso, Allie! Quase desmarquei alguns shows porque precisava estudar!
ESTÁ A LER
Quando a Vida Acontece - Vol. 4
RomanceCrescer nunca foi fácil, mesmo que já se seja adulto. Baby e Zach voltaram, tentando aparar as arestas que a última crise dos dois deixou. George, neto de Malu, tenta se adaptar e se conformar com a vida em um novo país. Já Malu se vê diante de um t...