Capítulo 37

8 4 0
                                    

-Que história incrível! – Allison disse, sentada em um banco do bar. Ela, Lily e Oyekunle já haviam bebido algumas cervejas enquanto os últimos contavam para a amiga o que estavam fazendo ali. Allison confessou que havia escutado alguma coisa sobre a prisão do Bernard Roche, mas nunca entendia muito bem o que estava se passando.

-Você ainda não aprendeu francês? – Oyekunle perguntou.

-Se eu aprendi? Cara, eu desisti! Língua dos infernos! Aí na escola tudo tem tradução para o inglês, e no início eu queria ser uma dessas pessoas bacanas que se esforçam para aprender a língua, sabe? Sem condição. Então, ouvi falar desse cara. Quando o prenderam, apareceu em tudo que era página da Internet. E ele era namorado da sua namorada?

-Ela não é minha namorada – Oyekunle protestou.

-Mas você veio para cá atrás dela – Allison riu e deu um gole na cerveja.

-Viu? Viu, Oyekunle? Eu estou falando que essa história de amor tórrida não terminou!

-Eu acho que está bem terminada. Ela nem falou comigo.

-Ela tinha que falar com os pais primeiro. Ela os conhece há mais tempo – Lily adicionou como uma reflexão tardia.

-Ok, me conta o fim da história – Allison falou, como se estivesse seguindo um conto de ficção bastante empolgante. – Vocês chegaram lá, ela falou mãe e pai.

-A gente acha que foi mãe e pai – Oyekunle corrigiu.

-"Mamán" e "papá" são bem óbvios, Oyekunle – Lily falou. – Qualquer um entende. Eu pago a próxima rodada – Avisou, fazendo sinal para o barman enquanto Oyekunle continuava:

-Subiu todo mundo, a Sabine conversando com eles no quarto e a gente na sala. Provavelmente ela queria alguma coisa.

-Dê um crédito de confiança à sua história de amor tórrida, Oyekunle – Allison riu e virou o resto da sua cerveja. Ele lhe lançou um olhar mal-humorado e continuou.

–Não é como se a gente tivesse alguma coisa para fazer ali.

-Eu acho que tinha. Ela te devia pelo menos uma explicação.

-Não é, Allie? – Lily falou, distribuindo as novas cervejas. – Mas ele saiu me arrastando de lá como se eu fosse um... tapete.

-Cara, eu não devia ter vindo – Ele balançou a cabeça. – Já venho.

-Você acha que ele vai se matar? Ele está meio depressivo – Lily cochichou.

-Mais provável que tenha ido ao banheiro.

-É verdade.

Allison passou um momento pensativa. Por fim, disse:

-Acho que sei o que ele quer dizer. É um negócio meio humilhante. Ele é largado sem nenhuma explicação, aí escuta dizer que ela pode estar em um julgamento, deixa tudo para vir atrás, ela o vê e não fala nada.

-Ele não deixou tudo. No máximo, tirou um dia de folga – Lily falou, reflexiva. – E muito provavelmente a Sabine teria falado com ele se tivéssemos esperado o fim da conversa com os pais.

-Não é como se ela não tivesse o celular dele, né?

-Será que eu cometi um erro quando o chamei para vir? – Lily disse, horrorizada. – Ah, merda, estou de saco cheio de cometer erros.

-Relaxa, ele é adulto. Veio porque quis. Mas me conta sobre a sua turnê. Foi tudo?

-Eu estava fazendo meu trabalho de conclusão de curso, Allie! Quase desmarquei alguns shows porque precisava estudar!

Quando a Vida Acontece - Vol. 4Onde as histórias ganham vida. Descobre agora