chapter twenty one

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bárbara petrov
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Eu achei que fosse chorar ou me sentir completamente imprestável depois de ter ouvido todas as palavras grosseiras de Victor

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Eu achei que fosse chorar ou me sentir completamente imprestável depois de ter ouvido todas as palavras grosseiras de Victor. Mas, assim que cheguei em casa e pude finalmente me sentar e colocar as pernas pra cima, não senti nada. Literalmente nada.

Entorpecida. Era como eu me sentia. Nem feliz, nem triste. Nem brava, nem cansada. E eu liguei a televisão pra assistir um programa de TV como se nada tivesse acontecido. Dei de ombros e caminhei pelo meu apartamento, percebendo só naquele instante o quanto ele era grande e vazio. Parecia que eu havia acordado de um sono muito profundo e os últimos acontecimentos não haviam sido processados corretamente.

Mais tarde, eu recebi uma ligação de Angeline. E foi como se, de repente, tudo viesse à tona de uma vez só. Por mais que antes eu já estivesse pensando no que realmente havia acontecido, foi só quando vi o nome de Angeline no visor do celular que eu soube o quanto as coisas estavam fodidas. Controlei todas as malditas lágrimas e respirei fundo.

— Alô — falei atendendo a chamada.

— Você pode me dizer por que deixou Victor na loja pra fazer a lista de presentes sozinho? Eu achei que nós tínhamos estipulado que ele só ia te ajudar, não que ia fazer tudo! Se eu receber algum presente idiota ou inútil, juro pra você, Bárbara, eu vou te caçar até você arrumar essa merda! — ela ameaçou com a voz aguda e descontrolada.

— Angeline, eu... — minha voz falhou — Eu não conseguia...

— Não conseguia o que? — ela perguntou ríspida.

— Eu briguei com Victor e não conseguia mais ficar lá...

— Mas eu não entendo. Não te pago pra ficar brigando com o Victor, pago pra cuidar que ele faça boas decisões em relação ao casamento. Ou você já se esqueceu disso, Bárbara? Será que eu vou precisar ter uma conversa com a administradora da sua empresa?

Eu respirei fundo e balancei a cabeça. Ela estava jogando sujo.

— Pode falar, se quiser. Eu sei que errei — dei de ombros.

Escutei Angeline bufar do outro lado da linha e depois ela ficou em silêncio por alguns segundos.

— Bárbara, me desculpe. Eu não estou nos meus melhores dias, me desculpe por ser grossa com você — ela se desculpou soando mais doce e calma.

Franzi as sobrancelhas. Num minuto ela quase me crucificava, no outro me pedia desculpas como se tivesse cometido um crime. O que havia de errado com aquela garota? Angélica estava certa quando me disse que ela parecia estar nervosa. Mas ela estava nervosa demais.

— Está tudo bem, Angeline — respondi.

Ela ficou quieta de novo e segundos depois, começou a chorar descontroladamente.

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