chapter nine

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bárbara petrov
point of view

— Acho que Victor não gosta de mim — disse Arthur do outro lado da linha

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— Acho que Victor não gosta de mim — disse Arthur do outro lado da linha.

Respirei fundo e fechei os olhos. Eu tinha certeza que Augusto não gostava dele. Não só não gostava como também tinha ciúmes dele, o que era bem pior. Abri os olhos novamente e encarei os outros carros pela janela do táxi enquanto me dirigia ao Four Seasons.

— Não seja idiota, Arthur. Como você pode pensar isso? — rebati.

— Ele agiu de uma maneira estranha no Starbucks naquele dia — Arthur acrescentou.

— Ele estava estressado naquele dia. Por mais que as pessoas pensem que é fácil, é difícil ser Victor Augusto. Ele é famoso demais.

— Eu entendo isso — Arthur parecia ofendido — Eu só acho que ele tinha que ter sido mais simpático.

— Ele é o Victor Augusto, caralho — respondi, brava — Se ele quiser pisar em você, você deixa porque ele é foda só por ser quem é.

Arthur começou a dar risada do outro lado da linha.

— Você deixa ele pisar em você? — ele perguntou, aos risos.

— Ele não ousaria — respondi e abri um sorrisinho malicioso que Arthur não podia ver

Se Victor tentasse pisar em mim, eu pisaria nele de volta. Mas eu não conseguia imaginá-lo fazendo tal coisa, a não ser que fosse uma tentativa de uma abordagem BDSM. Uma imagem de Augusto nu e algemado à cama de braços abertos me veio à cabeça e eu mordi o lábio. Meu Deus, aquilo seria uma ótima ideia. Nunca havia tentado algo BDSM com meus antigos namorados, mas era uma coisa que sempre tive vontade. A imagem de Victor algemado e sem poder fazer nada, me deixando com toda a ação, era muito excitante.

— E a noiva dele? — Arthur perguntou, me trazendo de volta à realidade.

— O que tem ela? — perguntei, confusa.

— Ela não pisa em você?

— Ah, ela tenta — soltei um muxoxo — Mas eu não deixo.

— Imaginei que não — eu podia ouvir um sorriso na voz de Arthur — Você nunca foi esse tipo de mulher submissa. Você sempre soube se impor.

Dei risada. Arthur estava certo. Eu nunca fui mulher de abaixar a cabeça e seguir ordens. Eu sou daquelas que levantam o queixo e fazem tudo sozinha. Eu era boa no meu trabalho exatamente por essa razão. Aquilo era uma qualidade e, ao mesmo tempo, um defeito. Acabou me distanciando de Aaron e me fez perdê-lo. A verdade era que eu amava meu trabalho muito mais do que amava meu namorado naquela época.

— Acho que isso é o mínimo — dei de ombros e disse.

— Eu sempre te admirei por isso, Bárbara.

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