chapter twenty

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bárbara petrov
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Eu me peguei pensando no que o padre Martin havia dito por horas

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Eu me peguei pensando no que o padre Martin havia dito por horas. Com aqueles olhos astutos e sábios, ele devia conhecer mais sobre o mundo e sobre as pessoas do que eu jamais conheceria. Até porque ele sabia os maiores segredos de muita gente, então ele também sabia que um rostinho bonito pode guardar pecados inimagináveis. Realmente, enganar um padre era uma tarefa difícil. Ainda mais alguém tão experiente quanto Martin.

Ele havia dito que a mulher certa para Victor estava bem ao lado dele, mas ele não havia descoberto ainda. Depois de passar horas pensando e ir dormir com aquela frase na mente, na manhã do dia seguinte tudo já fazia sentido na minha cabeça. Deve ser sido por isso que eu acordei chorando e com um travesseiro molhado de lágrimas.

A mulher certa para Victor era Angeline, ela estava bem ao lado dele. Ele só não havia percebido ainda e era por isso que o romance deles não estava mais dando certo. Era por isso que eles não tinham mais amor, porque Augusto havia se esquecido do que ela significava para ele. Por isso que o padre havia dito que seria melhor se eu não fosse ao casamento deles, porque eu só deixaria Victor confuso. E saber daquilo, saber que eu realmente teria que me afastar de Angeline, fez com que eu me sentisse uma merda.

Se eu não tivesse que trabalhar, passaria o dia inteiro na cama, assistindo filmes de romance antigos e comendo chocolate. Mas eu não podia descansar. Eu tinha que conversar com algum representante da empresa de decoração e, mais tarde, tinha que ir com Angeline fazer a lista de presentes para os membros da família que não eram tão próximos.

Tomei banho, me arrumei e comi chocolate antes de sair. Anotei mentalmente que eu precisava comprar algumas barras de chocolate suíço pra reprimir meu desejo e pra me sentir satisfeita. Eu ia poder chorar, comer e assistir meus filmes à noite, assim que chegasse em casa. Eu ia me enfiar embaixo das cobertas e deixar o resto do mundo pra lá.

Cheguei no horário marcado para a reunião com o representante da empresa de decoração e lhe deixei estipulado o que o padre permitia e não permitia na igreja. Nós trocamos informações sobre a festa, depois. A reunião durou mais tempo do que eu esperava, mas pelo menos nós já deixamos tudo acertado. A empresa de decoração ia trabalhar em conjunto com a floricultura que Victor, Angeline e eu havíamos visitado algumas semanas antes. Angeline queria rosas brancas na igreja e um mix de flores para a decoração da festa. Agora tudo tinha ficado acertado. Se a noiva quisesse fazer alguma alteração, ela que ligasse pra empresa e marcasse uma nova reunião com um representante. Meu trabalho já estava feito.

Almocei em um Subway e liguei para Angeline no caminho da loja em que íamos fazer a lista de presentes. Era mais uma daquelas lojas feitas pra gente rica, que não tinha nada realmente útil. Eles vendiam prataria, aparelho de jantar, alguns aparelhos eletrônicos até bons, mas, em sua maior parte, vendiam acessórios de decoração completamente inúteis. Quem precisaria de uma mesinha de café com madeira legal da Albânia que custasse 25 mil dólares? Só gente rica.

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