When pain is with a purpose

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"Um mundo estava morrendo enquanto outro estava nascendo. Eu estava ali, surgiu uma oportunidade e eu a agarrei" — Coco Chanel

Após aquela que ficou conhecida como "A Batalha do Departamento de Mistérios", onde Lucius Malfoy foi mandado para Azkaban, havia enfim chegado a hora de tanto Ella quanto Draco receberem suas Marcas Negras – Embora a decisão de marcar Draco tenha vindo de última hora – Assim como o que seria sua verdadeira prova de fidelidade.

O tão esperado dia veio apenas três noites após a chegada dos Black de Hogwarts, e neste momento, a dupla esperava ao lado de fora do escritório de Voldemort, apreensivos sobre o que aconteceria

- Dizem que a dor é quase insuportável – Draco puxou assunto, ainda encarando as imponentes portas de carvalho escuro

- Talvez – Concordou Ella – Mas vale a pena. Foi para isso que nascemos, Draco. Este é o nosso lugar – Lembrou a garota, e antes que Draco pudesse dizer mais uma palavra, as portas se abriram, e a voz grave de Lorde Voldemort se fez ouvida

- Entrem – Ordenou o homem, e após trocarem um curto olhar, foi o que os adolescentes fizeram. Para a surpresa deles, assim que entraram na sala, as portas se fecharam com um barulho alto, que fez com que Ella engolisse em seco. Mesmo que ela quisesse, agora não havia mais volta. – Aproximem-se – Disse Voldemort, e foi isso o que os dois fizeram

- Boa noite, Milorde – Cumprimentou Ella, baixando levemente a cabeça em sinal de respeito

- Boa noite, Ella, Draco – Ele retribuiu o cumprimento – Podemos começar?

- É claro – Druella afirmou com convicção

- Estendam seus antebraços esquerdos – ele instruiu, e é claro que os dois fizeram exatamente isso. Logo, Voldemort estendeu sua varinha primeiro para o antebraço de Ella, que instintivamente pegou a mão do primo, para ter algo em que se aterrar, e antes que a garota percebesse, uma dor de nível avassalador tomou conta de seu corpo, que parecia estar queimando de dentro para fora, mas Ella a aguentou sem soltar um único ruído

Para a alegria de Ella, no entanto, não durou tanto tempo, e tão de repente quanto veio, a dor sumiu, e ela soltou um suspiro de alívio. Draco, no entanto, a olhava com uma espécie de terror silencioso, pois conhecia sua prima melhor até do que conhecia a si mesmo, e só pelo franzir dos olhos dela, a respiração entrecortada, e o suor frio que brotou em sua testa, o Malfoy sabia que o que quer que ela tivesse passado, havia sido infernalmente doloroso.

No entanto, no momento em que os olhos de Druella se voltaram a Marca Negra vívida que agora adornava seu braço, ela não pode deixar de sorrir

- Muito obrigada, Milorde – Ella agradeceu, o que fez Voldemort esboçar um meio sorriso

- Você realmente é uma bruxa intrigante, Ella – O bruxo comentou – Estou curioso para ver do que será capaz, com a instrução correta. Draco, é a sua vez – Ele acrescentou, estendendo sua varinha para o antebraço do Malfoy, que não conseguiu se impedir de olhar para Ella, o pânico estampado em seu rosto

- Vou ficar aqui, priminho. Até o fim da linha – Druella garantiu, apertando a mão livre do primo, que depois de ser reassegurado por Ella, respirou fundo, e voltou seu olhar para o Lorde das Trevas, que da mesma forma que havia feito com Druella, iniciou seu feitiço não verbal.

Ver a Marca Negra surgindo era realmente algo fascinante. Começava com a aparição da caveira com a boca aberta, então, aos poucos surgia-se a cobra, que descia pelos ossos bocais da caveira, enrolando-se ao redor de si mesma, e nunca completamente parada. Ella foi capaz de aguentar sem esboçar quase nenhuma reação, mas Draco não foi capaz do mesmo feito. Ele não gritou, o que era mérito próprio, mas Druella sentiu as unhas de seu primo tentando fincar-se nas palmas, e para evitar que este se machucasse, Ella colocou a própria mão no meio, e logo sentiu o leve ardor de feridas superficiais sendo abertas.

Da mesma forma que com Druella, não demorou muito para que a Marca estivesse completa, para a alegria de Draco, que tombou para o lado, apoiando a maior parte de seu peso na prima.

- Vocês dois podem se retirar agora. Descansem. Em breve terei ordens especiais para vocês dois – Instruiu o Lorde das Trevas, e com um aceno de cabeça e a mesma inclinação de cabeça, Ella deixou o escritório, levando Draco consigo, que ainda estava fraco demais com a dor para andar sem nenhum apoio.

Do lado de fora do escritório, Daphne, Theo, Wanda e Pietro esperavam pela dupla, com os dois garotos imediatamente indo tirar Draco dos braços de Ella ao verem o estado em que o amigo se encontrava

- Vamos para o meu quarto – Disse Druella, e o resto do grupo aceitou sem dizer mais uma palavra.

Ao chegarem ao quarto de Ella, Theo e Pietro deitaram Draco na cama, e Daphne trouxe para ele um tônico revigorante para ajudá-lo a melhorar. Decidindo que era melhor deixa-lo descansar, os adolescentes sentaram-se no chão, perto da lareira do quarto

- É tão ruim quanto dizem? – Questionou Theo, ainda olhando para o Malfoy

- Pior, eu diria – Contou Ella, que embora não quisesse assustar os amigos, já que em não muito tempo também seriam marcados, não poderia contar nada menos do que a verdade a eles

- Como você parece estar tão bem, e Draco... Bom, está naquele estado? – Indagou Wanda, completamente confusa

- Eu não sei – Druella respondeu com sinceridade – Mas aparentemente, o Lorde ficou tão impressionado quanto vocês por este fato

- Ella, sua mão está sangrando! – Daphne exclamou, agarrando a mão da namorada

- Não se preocupe, não é nada sério. – Ella a assegurou – Foi Draco. Inconsientemente, é claro, mas quando ele tentou fincar as unhas na mão que eu segurava, coloquei a minha no meio para impedí-lo. Com tudo o que ele estava passando, não queria que meu primo sentisse mais dor do que o necessário – A Lestrange explicou, fazendo Daphne assentir em compreensão

- As vezes, você é boa demais para o seu próprio bem, meu amor – Brincou Daphne com um sorriso pequeno, levemente pálida ao imaginar o quão horrível deve ter sido a experiência – Vou buscar algo para cuidar das feridas – Ela acrescentou, saindo do quarto e indo até Narcisa

- Vocês duas realmente foram feitas uma para a outra – Comentou Pietro, sorrindo com a cena – Não há nada neste lado do céu ou do inferno que faria Daphne separar-se de você

- O mesmo vale para mim – Afirmou Ella, também sorrindo com o quão fofa Daphne ficava quando estava preocupada com ela

Em alguns minutos, Daphne retornou com uma poção antisséptica, curativos e uma poção para acelerar o processo de cura, e passou a limpar delicadamente os pequenos buracos em forma de lua-crescente que adornavam a palma da mão de Druella, enfaixando toda a mão em seguida

- Pronto, sua mão deve estar como nova em alguns dias – Disse Daphne, enquanto terminava de amarrar a faixa

- Obrigada, Cara Mia – Druella agradeceu, dando um selinho em Daphne 

A Herdeira Lestrange Where stories live. Discover now