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Retornar para Eblenia após um final de semana na vila parecia um tanto quanto desolador

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Retornar para Eblenia após um final de semana na vila parecia um tanto quanto desolador. A julgar pelo ânimo do meu colega de quarto, Krystian, posso afirmar que ninguém está preparado para uma semana intensa de treinamentos. Acho que saber que os meus esforços são em prol de um bem maior é uma das únicas coisas que me oferece um pouco de conforto.

Eu estaria mentindo se dissesse que consegui pregar os olhos durante o final de semana. Apesar de ter carregado peso e auxiliado meu tio na fazenda durante o sábado e o domingo inteiro, nem mesmo o cansaço era suficiente para me fazer dormir bem. Não havia um minuto sequer em que meus pensamentos não retornassem para as conversas que eu e Any escutamos.

Isso serviu para que eu chegasse a conclusão de que arranjaria aquele livro do qual falavam. Nem que para isso eu tivesse que fazer uma pequena visitinha ao castelo do rei, também conhecido como meu pai. Não posso deixar de destacar o quanto essa palavra soa estranha, mas não muda o fato de que infelizmente eu carrego o sangue dele em minhas veias.

Saio do quarto enquanto termino de vestir o blazer do uniforme, rapidamente desci as escadas e contornei alguns corredores até chegar ao refeitório principal. Geralmente não costumo tomar café durante a manhã, porém esse provavelmente será um dia cheio e precisarei de forças para me manter em pé.

Peguei uma caneca grande de café e um pão diferente do qual eu nunca havia provado. Me sentei em uma cadeira qualquer do refeitório e experimentei o pão, com toda certeza era melhor do que qualquer outro que eu já tivesse provado em meu colégio anterior. O que faz muito sentido, já que 90% dos estudantes de Eblenia não passam de uns riquinhos que têm tudo nas mãos.

— Bom dia! Que milagre você tomando café — ergo a cabeça para olha-la, Sina exibia um sorriso meigo, mesmo que claramente eu pudesse ver que algo a incomodava.

— Bom dia, Sininho — respondo na tentativa de fingir que está tudo bem.

Respiro fundo quando Sina lentamente puxa a cadeira para se sentar na minha frente. Eu fugi dela o final de semana inteiro pois sabia que iria querer explicações sobre algo que eu não faço ideia de como explicar.

Any. Eu não sabia explicá-la nem se eu quisesse.

Essa mulher foi a segunda coisa que ocupou meus pensamentos durante o final de semana inteiro. O meu beijo com Any não foi apenas um simples beijo, foi como ir do inferno ao paraíso, foi como flutuar, foi como fogo. E não consigo descrever o quanto eu odeio amar essa sensação, o quanto aquela mulher mexeu com todos os meus pensamentos e novamente, por mais que eu odeie admitir, talvez ela não tenha sido a segunda coisa que ocupou meus pensamentos nos últimos dias. Talvez ela sido a primeira.

— E então — Sina me lançou um olhar questionador, esperando que eu explicasse a ela tudo o que havia acontecido — Josh, não adianta fingir que está tudo bem, eu estou vendo no seu rosto que tem algo de errado.

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