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Eu a observava de longe, apesar de sua valentia e seu jeito autoritário, ela não parecia ligar para as regras estabelecidas e muito menos se importar com as diferenças sociais existentes no nosso reino

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Eu a observava de longe, apesar de sua valentia e seu jeito autoritário, ela não parecia ligar para as regras estabelecidas e muito menos se importar com as diferenças sociais existentes no nosso reino. Ela usava calças de couro apertadas que destacavam perfeitamente suas curvas e simplesmente não ligava em servir ou em limpar mesas, muito pelo contrário, desfilava com a bandeja nas mãos e um sorriso no rosto, de maneira que quem não a conhecesse de fato acharia que a moça era apenas uma garçonete.

Any Gabrielly era muito mais que apenas uma garçonete. Quando a confrontei na cozinha sobre o que ela estava fazendo ali, ela não me deu nenhuma resposta mas também não era preciso. Presumi de imediato que ela estava atrás das mesmas criaturas que eu, já que eu sabia melhor do que ninguém que Any não perderia o seu tempo servindo mesas por diversão e muito menos por dinheiro.

Essa era uma das minhas teorias, mas quando vi Sabina conversando com Alex eu tive certeza. A Hidalgo era uma moça vinda de uma família extremamente nobre, ela exalava dinheiro, nunca frequentaria uma simples estalagem como essa, não sem algum motivo.

Segui as mesmas pistas que elas, com as informações que reuni enquanto ajudava Sina a cuidar dos ferimentos da irmã de Alex. Após procurar em cada canto daquele bosque eu os achei.

Nunca tinha visto um lobo antes, quem dirá uma matilha tão grande quanto aquela, porém no instante que meus olhos pararam na fera que estava prestes a atacar a morena senti uma fagulha de raiva atravessar o meu corpo e então lancei uma estaca de gelo no cérebro da fera. Tudo que aconteceu depois veio de um extremo ataque de raiva, minha mente recriava a cena da minha mãe sendo morta sem piedade por uma dessas criaturas.

Algumas lembranças estavam borradas pelo trauma e até mesmo pela idade que eu tinha na época... Mas eu nunca conseguiria esquecer dos gritos de agonia da minha mãe enquanto eles dilaceravam sua carne e retiravam qualquer chama de vida existente em seu corpo. Sem ninguém para salvá-la. Eu era uma criança e desde a morte dela aquele sentimento estava impregnado no meu corpo, correndo como veneno em minhas veias, meus olhos ardiam e meu coração batia acelerado. Não em medo, muito menos em desespero.

E sim em ódio.

Então tive o prazer de matar todas aquelas criaturas com o mesmo desprezo que mataram a minha mãe. E quando vi todos os corpos caídos no chão e o forte odor de sangue se espalhando por todo o ambiente, meus olhos ainda ansiavam por mais.

Ansiavam por mais vingança.

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The KeepersWhere stories live. Discover now