Você Me Salvou (CALZONA) Adaptada

Capítulo: FINAL A.....

Arizona’s POV

Quinze anos. Esse foi o tempo que Callie aguentou. Cinco anos depois do nosso casamento, Callie parou de operar, não conseguindo mais controlar direito suas mãos. Sua memória já não estava mais tão boa, ela não se lembrava de como fazer alguns procedimentos. Ela já não podia mais segurar Zola no colo. Quando Bailey finalmente teve ‘a conversa’ com Callie e ela teve que sair do hospital, a coisa piorou. Calz lutava contra a depressão e tentava fazer as coisas sem ajuda. Eu me sentia tão impotente não podendo fazer nada para melhorar sua situação. Demorou algum tempo, mas ela aceitou sua situação e nós tivemos alguns anos de paz. Ela às vezes se esquecia das coisas, mas nunca esqueceu nada que se relacionasse a mim. Mas as coisas começaram a piorar de novo depois... Era difícil entender o que ela falava de vez em quando, a deixado triste. Sua visão começou a ficar debilitada e ela precisava forçar os olhos para ler as coisas, era difícil pra ela comer. No final dos quinze anos, Callie tinha poucos momentos de lucidez total. Ela ficava deitada na cama do quarto de hóspedes do nosso apartamento o tempo todo. Doía demais vê-la naquela situação, ela me encarava me implorando para fazer parar, me implorando para deixa-la ir e eu... Eu deixei que ela fosse. Addison aplicou o medicamento e minha garota se foi.

Arizona’s POV off

Flashback on

Era mais um dia excruciante na vida das duas mulheres.

Arizona acordou cedo e não demorou nem cinco minutos para se arrumar e andar até o outro quarto, abrindo a porta lentamente para encontrar sua esposa parada, tranquila. Era uma das únicas horas que Arizona podia vê-la daquele jeito. Quando Callie dormia.

A mais nova entrou sem fazer barulho algum e se abaixou ao lado do rosto da esposa, acariciando-o de leve, e beijando os lábios de Callie com calma. Somente um roçar de lábios para que a morena não acordasse. Callie se sentia tão esgotada e Arizona não queria tirá-la de seu descanso, mas precisava encostar na esposa e isso era mais fácil quando ela estava dormindo.

Arizona ficou velando o sono calmo da esposa até que a mesma abriu os olhos. Não importava a situação de Callie, suas órbitas castanhas sempre brilhavam quando viam a esposa e ela sempre sorria, ou tentava sorrir. Seu quase sorriso logo se transformou em uma careta e os espasmos começaram. Callie encarou a esposa pedindo silenciosamente que alguém colocasse um fim naquilo.

- Eu vou te ajudar amor. Addy vai vir hoje. – A mais nova disse com as lágrimas escorrendo de seus olhos.

Ela deu um beijo na testa de Callie e saiu do quarto, tentando preparar seu coração para o dia que iria se seguir.

Addison não demorou a chegar, sendo acompanhada pela esposa. A morena vinha quase todos os dias, mas hoje... Hoje ela preferia não ter vindo.

- Você trouxe? – Arizona perguntou assim que abriu a porta.

Addison apenas assentiu.

- Isso não é certo. Eu... Eu não posso fazer isso com ela.

- Addison, só vem aqui comigo. – Arizona a chamou e elas seguiram para o quarto onde Callie estava. A mais nova abriu a porta e como sempre, seu coração apertou ao ver o sofrimento da esposa. Callie não tinha controle algum sobre seus movimentos, sua lucidez ia e vinha o tempo todo. Addison suspirou pesado e desviou o olhar da cama. – Já é horrível para nós que nem estamos sentindo, só imagina como ela está Addy... Ela quer que você faça... Calz não aguenta mais.

A mais velha suspirou alto.

- Como você mata a sua melhor amiga? – Perguntou com sua voz um pouco mais alta que eu sussurro.

- Addy, ela está quase morta. Só... Me ajuda e deixar ela ficar em paz. – Arizona perguntou com um fio de voz.

- Ok... Eu vou fazer.

Addisom arrumou as coisas e algumas horas depois ela estava com Mer e Arizona no quarto de Callie. A morena parecia estar lúcida no momento, observando as três.

- Eu vou dar um sonífero antes, fazendo os movimentos dela pararem, e ela dormir. E depois eu dou o outro remédio. O coração dela vai parar, e ela vai estar... – Addison engoliu o nó em sua garganta. – Não vai demorar.

Arizona assentiu. Aquilo estava sendo a coisa mais difícil que ela já fizera na vida, mas a esposa já tinha sofrido demais. Bastava de sofrimento. Callie tinha o direito de descansar em paz.

Addison foi até a cama e se abaixou ao lado da cama e encarou os olhos castanhos da melhor amiga. A seringa já preparada em suas mãos trêmulas.

- Você ainda se lembra de quando eu fiquei grávida? Eu lembro Callie... Eu lembro que você era a única com quem eu podia contar. Era a única que me apoiou desde o começo. Foi quem quase me prendeu na cama por que eu queria abortar. Foi você quem ficou com Zola quando eu disse que eu não a queria... Callie, você é a razão de eu ainda ter comigo o meu bem mais importante. Você já me salvou tantas vezes. Já me tirou tantas vezes do fundo do poço. E agora é minha vez de te ajudar... Eu... Eu amo você Callie, e eu agradeço, todos os dias por ter você na minha vida. Fica bem tá? – Com isso, Addison aplicou o sonífero na amiga. A morena saiu do quarto sem dizer nada, somente seus soluços eram ouvidos e Mer foi atrás.

Arizona sentia as lágrimas quentes caírem por suas bochechas. Ela as limpou e deitou na cama, puxando Callie, agora quieta e ainda consciente para seus braços. Os olhos castanhos a encararam com as lágrimas brotando deles.

- Todos esses anos que eu passei do seu lado, foram os melhores anos da minha vida Calz... Ter você comigo, poder te chamar de minha esposa... Era meu sonho desde que eu te vi naquele shopping. Eu fui tão feliz do seu lado. Todos os momentos juntas... Eu me lembro de todos eles... E eu queria que fosse pra sempre amor, queria mesmo... E sabe de uma coisa? Vai ser. Meu amor por você nunca vai acabar Callie, nunca.

- A... Ari..rizona. – Dulce falou com dificuldade. – Eu... A... Amo... Vo... Você.

Arizon sorriu em meio às lágrimas.

- Eu amo você também Callie. E eu queria congelar esse momento. Queria ter você assim, quietinha nos meus braços, bem... Queria isso pra sempre. – Arizona encarou os olhos castanhos que agora lutavam para se manter abertos. – Dorme meu amor. Vai ficar tudo bem.

As esferas castanhas se encontraram uma última vez com as órbitas azuis de Arizona. Como as palavras não saiam, Callie tentava transmitir naquele olhar tudo o que sentia pela mais nova. Seus olhos se fecharam depois de alguns minutos. Aqueles olhos castanhos não seriam mais vistos, Arizona fora a última a vê-los.  

 

Fim.......???????????