suspeita na mente de um ser angelical,

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— Você já tem um anjo protetor. — Castiel explicou. — Mas outros anjos foram designados para lhe vigiar. Não poderíamos entrar em contato pois não sabemos exatamente o que você é ou do que é capaz.

Eden encarou o anjo com cara de poucos amigos, e seus olhos cor de mel baixaram ao cigarro na mão direita. Marlboro não era a melhor marca de cigarro do mundo, mas o de melancia lhe dava pro gasto.

— Como assim... "o que eu sou"?

Castiel pareceu entender que cometeu um erro. Ambos se levantaram da cama juntos, devagar, como presa e predador se encarando, prontos para correr um atrás do outro. Devagar, Eden esfregou a bituca do cigarro no cinzeiro da Hello Kitty encima do criado mudo, sem tirar os olhos do anjo do Senhor.

— Algo que queira me contar, Castiel? — Eden questionou, o nome do anjo rolando por sua língua em tom sarcástico e ameaçador, sua voz engrossando com o passar das letras.

Castiel desviou os olhos para o chão aos sapatos de Eden; coturnos pretos de soldados vermelhos. Pareciam pesados.

— Não. — Mentiu.

— Mentindo na cara dura? Não sabia que anjos podiam fazer isso! — Eden, sarcástico, bateu palmas. — Não acha que eu tenho direito de saber o que vocês, anjos fanáticos, pensam que eu sou?

— Em teoria, sim. — Castiel encheu os pulmões de ar, tomando uma onda do cheiro do cigarro. Estar sendo enfrentado por Eden era provavelmente a coisa que mais lhe fazia tremer atualmente. — Mas, é consenso geral que você não deva saber-

— Que se foda o consenso geral! — Eden rosnou, dando um passo na direção do anjo de cabelos negros. — Me fala, o que vocês acham que eu sou?

Castiel demorou alguns segundos, mas logo foi completamente empurrado a dizer a verdade. Percebeu, então, que não poderia fugir da manipulação da voz do comando.

— Nós achamos que você é a reencarnação de um ser poderoso criado há milhões de anos atrás. — Castiel desembuchou de vez, chocado com a própria franqueza. — Um ser que possui habilidades de um anjo, mesmo sem ter graça-

— Para. — Eden riu, interrompendo Castiel. Colocou uma mão no ombro do homem alto. — Cas, eu sou humano.

— Você não é humana.

Eden franziu o cenho antes de socar o rosto de Castiel, que deu um passo para trás, não parecendo afetado pelo golpe. O menino balançou a mão, que tremia. Era como socar uma parede de ferro.

— Puta que pariu! — Eden rosnou, analisando as juntas vermelhas. Sua mão doía como nunca e ele tinha certeza que deslocara o pulso. — Já te falei que sou um garoto.

Castiel pegou a mão de Eden na sua, seus dedos ásperos encontrando os dedos macios do garoto com suavidade. Eden franziu o cenho ao sentir uma onda de calor suave se envolver em seu pulso, e, de repente, a dor já não estava mais lá.

— Eu não entendo. — Castiel disse, os olhos colados á mão de Eden nas suas. — Sua alma é feminina. Por que diz ser um homem?

Eden o olhou estranho, mas suspirou. Não esperava que qualquer pessoa entendesse, muito menos um anjo do senhor.

— Cassie, certas pessoas nascem no corpo errado, entende? — Questionou, e os olhos azuis de Castiel encontraram os seus. — É como se nossas mentes fossem contrárias aos nossos corpos. Não nos sentimos realmente homens ou mulheres. Alguns de nós não se sentem como nenhum dos dois.

eden's garden ∆ supernaturalWhere stories live. Discover now