•❝a voz do comando, uma habilidade há muito perdida e cobiçada até pelos arcanjos do céu.
| é de consenso geral que é uma habilidade que morrera junto da raça portadora de si, morta há mais de um século.
| com o poder de comandar, diz a lenda qu...
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— Castiel.
Castiel tirou os olhos do livro de geopolítica que lia forçadamente para encarar Eden, esparramado na cama bagunçada, olhando para o teto repleto de estrelas fluorescentes. Seus cabelos ondulados estavam espalhados na cama formando um arco ao redor de sua cabeça e seus olhos cor de mel estavam pesados.
— Me diz uma coisa.
— O que quer saber?
— Como é lá no céu?
Castiel se levantou da cadeira e se sentou na cama ao lado de Eden, suspirando.
— É um lugar... certo. — Disse, mas não tinha certeza absoluta das próprias palavras. A verdade é que Castiel vinha suspeitando de cada ordem divina dada a seu batalhão, cada ação motivada pela suposta vontade de Deus.
— Como é Deus?
— Eu... não sei. — Castiel suspirou mais uma vez, seus olhos azuis encarando a parede a sua frente. — Só quatro anjos viram Deus, e eu não sou um deles. Não o conheço. Não diretamente.
Eden bocejou, se sentando e cruzando as pernas. Encarou os olhos azuis de Castiel, que parecia preso nos próprios pensamentos.
— Deve ser estressante.
— O que é estressante?
— Ser um anjo. — Eden deu de ombros. — Digo, toda a responsabilidade divina nos seus ombros. Não é pesado?
— Não sinto nenhum peso nos meus ombros. — Castiel respondeu prontamente, obviamente não entendendo a expressão. Eden bocejou mais uma vez, rolando os olhos.
— É uma expressão, Castiel. — Se esticou pela cama e agarrou um maço de cigarros e um isqueiro do criado mudo ao lado da cama. Colocou um dos cigarros na boca e o ascendeu, soltando a fumaça prontamente. — Eu já te vi várias vezes, mas nunca nos falamos. Por que não nos falamos?
Castiel rolou os ombros, um pouco tenso. Nunca havia falado sobre este assunto, mas, agora que Eden adentrara-o, descobrira que era bem desconfortável.
— Eu tinha ordens para não fazer contato direto com você.
— Ué. — Mais uma tragada. Castiel fungou o ar e fez uma careta que quase não poderia ser percebida. O cheiro do cigarro decaía horrivelmente no olfato do anjo. — Como assim?
