A Cura

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          ᪶◗ Capítulo Seis: A Cura.

Quando fechei o caderno, houve uma tensão palpável entre todos nós. Eu não sabia o que pensar, mas só conseguia imaginar o pior naquele instante. No entanto, não quis verbalizar nada para eles. Já estávamos dentro e tínhamos um objetivo; não podíamos sentir medo agora. Por isso, larguei o caderno no chão novamente e me virei, pronto para seguirmos em frente.

— Jisung, eu acho melhor voltarmos — disse Hyunjin receoso, e eu praguejei baixo. Tinha que ser ele. — Talvez seja perigoso continuar. Não sabemos o que tem lá na frente e aceitamos somente porque você disse que os Enfermos estavam presos — acrescentou, sua voz carregada de preocupação.

— Você nem sabia dessa informação quando aceitou vir — retruquei de imediato. — E eu estava supondo pela lógica. Não tinha como eu saber que eles estavam sendo usados como fantoches.

— Independente disso! Isso está parecendo perigoso, e eu não quero me arriscar tanto assim — persistiu Hyunjin, olhando para os outros dois que se mantinham em silêncio.

— Temos um objetivo, já estamos aqui dentro — argumentei.

— Ainda estamos aqui dentro! A gente ainda consegue voltar. Eu juro que quando chegarmos, eu tento convencer o Chan a aceitar vocês — ele continuou, com um tom de apelo em sua voz.

Aquela ladainha não me convencia. Hyunjin gostava de pagar de machão, mas na hora em que realmente precisava enfrentar as coisas, se escondia feito um covarde. Ele me falava aquilo agora, quando precisava nos convencer a sair de lá, mas eu tinha certeza de que, assim que chegássemos ao abrigo, ele faria minha cruz para o líder metido deles.

— Quem me garante que vai dar certo? Quem me garante que, quando chegarmos, você simplesmente não mude de ideia e decida expulsar a gente de lá? — questionei, aproximando-me até encará-lo de perto. Ele franziu o cenho, parecendo ofendido, e aquilo me irritou ainda mais.

— Eu te garanto, Jisung — ele respondeu, sua expressão mostrando determinação.

— E quem é você? — desafiei e eu sabia que havia o provocado até o limite quando arranquei todas as palavras de sua boca. Ele estava irritado o suficiente para fechar os punhos, mas inseguro demais para me contrariar. Seu silêncio foi a resposta que tive e virei para os outros dois — Se não estão confiantes, podem ir. Eu falei desde o começo que eu iria fazer isso sozinho e só volto para o abrigo com o medicamento em mãos.

Apoio o bastão nos ombros e me retiro da cela, não confirmo se os outros três me seguem.

De jeito nenhum eu retornaria de mãos vazias, implorando pela aprovação de Bang Chan. Odiava essa sensação de depender dos outros, das suas opiniões e suas ações para fazer o que eu achava certo ou conseguir o que eu desejava. Minhas decisões vinham com consciência das consequências, e eu não tinha problema em lidar com elas. Se eu começava algo, eu o terminava. Se eu entrava em uma briga, eu não recuava, e se tinha um objetivo, eu o alcançava.

Não queria que ninguém trilhasse meus passos, mas também não pretendia ficar na sombra de ninguém.

— Foda-se. Eu vou voltar. — Pude ouvir a voz de Hyunjin enquanto descia as escadas e não pude me importar menos. Eu nem sabia o que diabos ele estava fazendo ali de qualquer jeito. Ele nunca foi com a minha cara e do nada decide aparecer para me ajudar em uma missão como aquela? Era uma piada mesmo.

Eu saí do prédio da prisão e segui pelos corredores laterais em direção ao edifício à frente, possivelmente abrigando a vigilância e a farmácia. De repente, ouço passos rápidos atrás de mim e me surpreendo ao ver a cabeleira loira do Felix se aproximando.

O Eterno Fim - Minsung Where stories live. Discover now