Fecha os olhos. || Cap 26

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Estrondo vindo da porta me tira atenção da televisão. Abaixo o áudio do filme que estou assistindo e Oliver aparece no meu campo de visão.

Enquanto ele se divertia na despedida de solteiro do irmão, eu por outro lado fiz minha sessão de auto cuidado.

Como o mesmo tinha dito, ele não chegou a tempo do almoço. Isso já faz três horas, o sol já está se esvaindo nesse momento.

Pelo canto de olho, observo ele retirando o tênis e o casaco. Ele levanta os olhos e me vê sentada na cama.

— Chegou cedo, para quem foi em uma despedida de solteiro. —  digo enquanto Oliver caminha até a porta do banheiro.

— Não quis ficar muito tempo, a maioria dos homens da família estavam lá e Jansen nem irá perceber que eu saí. — ele explica antes de fechar a porta.

Olho para a porta branca por um bom tempo. A frase que Oliver disse pela manhã ainda martela em minha mente.

Apenas três palavras mexeram comigo, eu não imaginava que isso seria possível. Claro, sempre estive acostumada com elogios vindos de outras pessoas, mas um elogio de uma pessoa que supostamente eu odiava é diferente.

Quanto mais uma pessoa que estou começando a olhar de uma outra forma…

Balanço a cabeça em uma forma de tirar todos os pensamentos que Oliver e eu sejamos o ponto principal. Volto novamente minha visão para a televisão.

Uma tentativa falha de esquecê-lo por alguns míseros minutos.

Levanto da cama e vou até o pequeno frigobar, pego uma garrafa de coca- cola. Infelizmente uma garrafa de vinho não existe no pequeno espaço, e eu não quero pedir.

Acho a lata e bebo um gole.

Como se fosse combinado, Oliver sai ao mesmo tempo que eu viro meu corpo.

Levo meus olhos até ele, mas foi um dos piores erros que já cometi.

Eu certamente não estava preparada para vê-lo sem camisa e usando uma calça de cintura baixa — tão baixa que é possível ver a barra da sua cueca — bem na minha frente, a cor cinza realça toda sua pele.

Subindo um pouco o meu olhar, tenho a visão do seu abdômen esculpido como uma estátua grega. Museus da Grécia e arredores choram por não tê-lo em exposição.

Estou desesperada para fechar a minha boca, que involuntariamente decidiu cair diante de tanta perfeição e músculos.

Comer Oliver com os olhos não era minha intenção, já vi homens sem camisa antes, não estou entendendo toda a minha euforia. E isto não é nada bom para minha saúde mental.

Forçando meu corpo a reagir, viro bruscamente a minha cabeça para focar em outro lugar que não seja seu abdômen perfeitamente esculpido.

Com o canto do olho, consigo ver ele vestindo uma camisa preta de mangas curtas. Vejo também quando seus músculos tensionam ao vestir.

Rapidamente eu abro o armário a procura de qualquer coisa, eu pretendo procurar até o vento, só para evitá-lo.

Abro também algumas gavetas, todas vazias por sinal. Xingando baixo, com a minha notória falta de inteligência, sinto Oliver se aproximando de mim.

Um toque leve e quente no meu ombro é depositado. Com um simples toque todo meu corpo reage, meu coração acelera, respiração começa a ficar irregular e também minha mente trabalha em dezenas coisas.

Mas ainda sim tento ser indiferente a ele.

— KitKat, o que foi? — sua mão que estava no meu ombro desce até a parte de trás do meu braço.

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