me erra, garoto.|| Cap 25

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Incrível que algumas palavras fazem você se arrepender tanto. O olhar gélido que Oliver me lançou há pouco instante me fez pensar sobre o que eu lhe disse a noite passada.

Ultimamente a única coisa que eu não quero é tê-lo longe de mim. Lembro da noite da boate, lembro de como eu me senti quando seus lábios estavam nos meus. 

De como o meu corpo e o dele reagiam a cada movimento nosso. Nossos arrepios, suspiros, a tensão…

Difícil se falar sobre pessoas com medo de entrar em um relacionamento, normalmente essas pessoas se esquivam de qualquer sentimento romântico.

Eu com certeza tenho isso. Namorei durante minha vida inteira, então não tive experiências novas, todos os “eu te amo” foram mentira, beijos, sexo, tudo foi uma grande mentira.

Hoje percebo as consequências disso, qualquer movimento certo entre mim e Oliver sinto ser um erro. Se ele se aproximar muito de mim, pode se tornar um erro.

Um pigarrear me tira de todos os pensamentos. Oliver já está me encarando de pé e pronto para sair pela porta.

— Vamos? — pergunta me fitando, concordo com a cabeça e ando até minha bolsa.

Saímos do quarto e caminhamos até o elevador. Não demora muito para ele chegar e abrir as portas.

Aperto o botão para o andar do restaurante, Williams se mantém em silêncio. Incomodada resolvo falar algo.

— Você está bem? Está muito quieto hoje. — ele vira a cabeça em minha direção.

— Estou bem. — ele continua com as respostas curtas. 

Comprimido os lábios e aperto a bolsa em minhas mãos, em uma tentativa de me acalmar.

— Oliver — chamo sua atenção — Você está bravo comigo? 

Ele revira os olhos e se concentra nos números no painel do elevador.

— Estou dando seu precioso espaço, Katherine. — ele continua a olhar os números.

Consigo ver Oliver mordendo o lábio inferior como um ato de se concentrar em alguma coisa. Uma vontade de sorrir ao notar isso me invade.

Com os braços cruzados, ele passa uma imagem infantil e ranzinza ao mesmo tempo.

— Você fica uma gracinha bravo, sabia? Irei te irritar mais vezes. — ele põe os olhos em minha e suspende as sobrancelhas.

— Você fica insuportável quando sabe que fez merda, sabia? — agora é minha vez de erguer as sobrancelhas.

— Eu não fiz merda alguma, ao contrário você. — digo cutucando seu braço.

Ele tenta se afastar, mas não consegue.

— Você sempre é a perfeita da história, Katherine, sempre a certa e sempre a que tem razão.

Não consigo pensar em nada a altura para respondê-lo, então apenas giro minha cabeça para a porta de metal.

— Me erra, garoto. — de rabo de olho consigo ver ele revirar os olhos novamente e sorrir de canto.

— Você fica uma gracinha brava, sabia? — volta a observar os andares no painel. 

— Idiota. — resmungo baixo.

— Chata. — devolve ele.

Viro minha cabeça novamente na direção de Oliver e levanto uma das sobrancelhas.

— Insuportável.

— Irritante.

— Babaca.

— Teimosa.

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