Face Off || Cap 45

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UM MÊS DEPOIS 

— Estamos atrasados, sabia? — digo séria, tentando fechar o zíper do meu vestido. — Pode ver se meu vestido está totalmente fechado?

Em um movimento sinto os dedos de Oliver terminando de subir o zíper. 

No último mês estamos matando bastante nossa saudade. Tanto com conversas e encontros, tanto com sexo.

Por sorte desta vez conseguimos manter nossas roupas no corpo, ou melhor, parte delas. Esse quase sexo veio logo depois de uma grande conversa sobre o documento sobre as séries da DC.

— Não há problema se chegarmos atrasados, meu amor. — me viro abruptamente para sua direção. Oliver continua deitado com os braços cruzados atrás da nuca relaxado.

Seu abdômen está exposto, forçando-me a sair pelo quarto caçando sua camisa branca social.

— Vamos conhecer seus pais, Oliver. — Estico a camisa em sua direção, mesmo demorando para pegar o tecido de minhas mãos Oliver a toma.

Williams finalmente levanta da cama e anda em direção ao grande espelho do meu quarto. 

— Você já os conhece, esqueceu? Só vamos reencontrar eles.

— Mas eu os conheci quando éramos apenas Oliver e Katherine, os namorados falsos.

— Eles vão entender se chegarmos atrasados, KitKat. — Lentamente Oliver se aproxima de mim novamente. Abraçando minha cintura e agarrando meu corpo junto ao seu — Somos jovens, cheios de energia… — a cada palavra ele dá beijos entre meu pescoço e rosto.

Seus beijos tentam avançar, mas novamente quebro o contato.

— Então é melhor você guardar sua juventude e sua energia para quando chegarmos do jantar. — deposito um leve beijos em seus lábios manchando-os de vermelho.

Como uma criança birrenta Oliver revira os olhos.

— Bruxa.

— Sou.

Passo por ele e de repente minha bunda arde por causa de um tapa.

Arregalo os olhos e esfrego o local.

— Uma bruxa gostosa para um caralho.

— Tarado.

— Só por você.

Desta vez é a minha de revirar os olhos.

Tirando meu celular do carregador verifico o horário e oficialmente estamos atrasados.

— Vamos logo, Oliver Williams.

— Vamos, minha dona. 

Chegamos ao carro e, enquanto Oliver se acomodava no banco do motorista, eu tentava me acalmar.

— Sério, Oliver, eu quero causar uma boa impressão. Não quero que seus pais pensem que não nos importamos.

Oliver deu partida no carro e sorriu, lançando-me um olhar tranquilizador.

— KitKat, eles já adoram você. Não se preocupe tanto.

Durante o trajeto, meu nervosismo começou a diminuir. Oliver sempre tinha essa capacidade de me acalmar, de me fazer sentir que tudo ficaria bem.

Finalmente, chegamos ao restaurante que marcamos o jantar. Oliver estacionou o carro e, antes de sairmos, segurou minha mão.

— Pronta?

Respirei fundo e sorri.

— Pronta.

Com o fim da minha fala Oliver ainda continua segurando minha mão enquanto parece gravar cada detalhe do meu rosto.

— Oliver? O que foi?

— Eu nunca perguntei…

— O que? — franzo as sobrancelhas — Está tudo bem?

Estou tentando não rir de nervoso.

— Eu nunca perguntei se você quer ser minha namorada. — ele diz sério.

Uma gargalhada corta minha garganta, tento controlar as risadas para dizer:

— Achei que isso era meio óbvio!

— Besta. — Respirando profundamente Oliver toma meu rosto com suas mãos enormes, forçando meus olhos se grudarem nos seus. — Namora comigo, KitKat? — Pede ele, as luzes dos postes iluminam nos dois.

Não há dúvidas para essa pergunta, mas eu amo provocá-lo.

Mordo os lábios em uma falsa ação de dúvida e finalmente o respondo.

— Sim, meu amor! Namoro!

— Eu te amo, Katherine Salazar.

— Eu te amo, Oliver Williams.

Com um beijo caloroso meu coração se enche de Oliver Williams. 

Nunca imaginei encontrar amor em uma farsa, nunca imaginei encontrar o amor em Oliver Williams. O capitão do time de hóquei, o cara que imaginei nunca conseguir parar de odiar atitudes de outra pessoa totalmente diferente dele.

Nosso relacionamento começou como um face-off no hóquei. Nos colocamos frente a frente, por escolha, uma farsa criada para um propósito específico. No início, tudo parecia um jogo, uma disputa para ver quem conseguiria controlar o disco da mentira que nos unia.

Com o tempo, começamos a conhecer os movimentos um do outro, a entender as estratégias por trás das ações. Justo quando estávamos começando a encontrar um ritmo, o jogo foi interrompido. Uma infração emocional, uma pausa, um erro.

O jogo parecia ter parado, o gelo vazio e frio sem a presença um do outro. Mas, assim como no hóquei, onde o face-off reinicia a partida, voltamos a nos encontrar no centro do rink, prontos para tentar novamente, com honestidade desta vez.

Agora, estamos juntos, não mais por mentira, mas porque escolhemos estar. O jogo continua, mas agora jogamos no mesmo time, prontos para enfrentar qualquer adversidade que venha. E assim, o face-off que uma vez simbolizou uma farsa e uma interrupção se transformou em um novo começo, uma chance de jogar pelo que realmente importa.

𝐅𝐀𝐂𝐄 𝐎𝐅𝐅Where stories live. Discover now