Han Jisung, um ómega lúpus, formado em medicina veterinária, é um rapaz misterioso, totalmente fora dos padrões. A sociedade dizia que os ómegas se deveriam submeter a qualquer ser superior, aos alfas, acatando a todas as ordens sem reclamar ou exig...
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— Por que precisamos mesmo de estar aqui?
— Para proteção, docinho. Algum problema?
O seu sorriso dócil logo desapareceu, Jisung revirou os olhos ao ouvir a voz melodiosa e rude do mafioso que tanto desprezava no momento. Os mirantes ainda dourados visualizaram a figura de Know a passar por si, com as mãos nos bolsos das calças e um semblante sarcástico.
— Estás tão engraçadinho hoje!
Quando pisou a relva do jardim, permitiu-se respirar fundo, deixando-se deslumbrar pela vista magnífica que lhe fora atribuída. O ar fresco da manhã arrastava os seus fios loiros calmamente, e a brisa um pouco gélida parecia afastar os seus maus pressentimentos para aquela manhã ensolarada.
O jardim era abastecido por riachos tranquilos, que fluíam entre as árvores frondosas e flores coloridas. Os seus arbustos são tão bem cuidados e formados que parecem obras de arte. Há tantas variedades de plantas e flores que cada olhar se torna uma experiência única e inesquecível. O jardim para o tempo, onde Jisung sentia que poderia relaxar, aprovar a natureza e se conectar com os seres vivos.
— Não consegues desfazer isso? — Changbin indagou ao que parou ao lado do ómega, com uma feição confusa. Han humedeceu os lábios não entendendo o que de facto o melhor amigo perguntava. — Os olhos. Eles continuam dourados desde o momento em que nos encontrámos com ele.
— Não sei... Nem sequer faço nada, nem mesmo estou com ira, para eles se encontrarem desta forma. O meu lobo está bastante sensível, sinto que o meu corpo poderá desistir no momento em que der mais um passo.
— Isso é estranho...
— Eu sei...
A fragrância natural de caramelo com chocolate que Jisung exalava percorreu por todo o perímetro, atiçando a curiosidade de diversos soldados que por ali rondavam. O odor era inebriante, com o toque subtilmente doce, pureza e delicadeza. De certa forma, tal coisa alimentava o ego de Han Jisung.
Os olhares, os sussurros, os sorrisos... A ambição de ser desejado.
Esta ambição motivava o ómega a se expressar verdadeiramente, a desenvolver a sua confiança em si.
O ambicioso é vaidoso, é orgulhoso, tem o ego inflado ao máximo, é egoísta, ama somente a ele próprio, mais do que qualquer outra pessoa, está sempre insatisfeito com as suas próprias conquistas e sempre a querer mais, nem que para isso precise pisar em alguém pelo caminho. O ambicioso pode até ser belo por fora, mas o seu conteúdo é medonho, horripilento.
Ninguém teria coragem de o tocar, nem mesmo deixaria que isso acontecesse.
