Capítulo 18. Devemos ter um encontro

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Após beber alguns drinks, Annie sentiu-se levemente embriagada e decidiu sair para tomar um pouco de ar fresco. A conversa com Micael a deixou sem rumo, e sua mente estava a mil pensando em tudo o que tinha sido dito.

A noite estava clara, o céu estrelado brilhava acima dela, como um manto de pontos luminosos. A lua, quase cheia, espalhava sua luz suave e prateada sobre a cidade, criando uma atmosfera mágica.

Enquanto respirava o ar fresco da noite, Annie ouvia passos se aproximando na varanda. Era Miguel, e ela não sabia ao certo o que esperar dele. Seu jeito impulsivo e indelicado não agradava Annie, e ela sabia que uma conversa com ele podia ser complicada. Mas não podia evitar, ele era o irmão de Micael, e aquela noite parecia destinada a unir suas histórias de alguma forma.

— Eu realmente precisava de 10 minutos sozinha. — Annie suspirou, buscando um momento de tranquilidade.

— Eu nem disse nada. — Miguel sorriu para ela, tentando se mostrar simpático. — Vou ficar calado.

— Duvido muito. — Annie respondeu com um leve sorriso, sabendo que Miguel era do tipo que não conseguia ficar em silêncio por muito tempo.

Foram três minutos de silêncio, enquanto Annie tentava aproveitar aquele momento de paz e Miguel a encarava curiosamente.

— Isso chega a ser constrangedor, Miguel.

— Disse que ia ficar calado. — Ele se defendeu, mas não tirou os olhos dela.

— Mas está me encarando.

— Isso não podia? — Ele perguntou com um ar de inocência.

— Não. — Annie respondeu, cruzando os braços.

— Entendi.

— O que deseja? — Annie mudou de assunto, querendo evitar qualquer conversa desconfortável.

— Estou apenas observando você, pode me observar também. 

— Não obrigada. 

— Certeza? Olhe pra mim, eu tenho ombros largos, posso ser um bom amigo para você desabafar sobre o que está te deixando cansada.

Miguel era uma visão angelical, com sua barba cuidadosamente aparada, pele clara e imaculada, cabelos escuros que pareciam feitos de seda e olhos azuis como o céu em um dia de verão. Annie não pôde evitar notar como ele parecia ter saído de um romance, com uma beleza que encantava os olhos, mas também sabia que nem tudo é o que parece ser. Por trás da aparência angelical, Miguel tinha um jeito brincalhão e provocador que a apresentava em alerta, como se ele estivesse sempre pronto para aprontar alguma travessura.

— Só estou com a mente cheia. — Annie suspirou, revelando que algo a incomodava profundamente.

— Minha família está te dando trabalho? — Miguel perguntou com curiosidade genuína.

— Acho eles bem tranquilos — Annie sorriu — Já lidei com pessoas mais difíceis. Na verdade, seu irmão me deu um pouco de pena.

— Pena? — Miguel ficou surpreso.

— Nós sabemos quem tem o poder, ele seu irmão me passa a impressão de desespero, ele faz qualquer coisa para ajudar as pessoas que estão em cima.

— Isso é ruim?

— Eu acredito que as pessoas devem ser punidas por ilegalidades, mas nunca tive coragem de denunciar ninguém, por isso, quem deveria ser punido sou eu.

— Senhorita Gelada tem emoções, posso dizer que estou surpreso.

— Mais do que você imagina. Seu irmão é adulto, mas para pessoas acima dele, parece apenas um moleque. — Annie virou-se para dentro do local e viu Micael e Marcos sentados juntos. — Seu irmão Micael tem uma postura melhor, mais inabalada.

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