Capítulo 9. Como ousa?

674 29 0
                                    

Annie passou um tempo no telefone, resolvendo algumas questões importantes. Quando finalmente desligou, percebi que já era hora de sua reunião de equipe. Ela reuniu todos e com a opinião de seus colegas tomou a decisão de fechar as empresas com funcionários fantasmas foi bem recebida pela equipe, e todos entenderam a necessidade de evitar escândalos criminais que poderiam prejudicar a esperança dos Lacerda.

Annie saiu para almoçar e, ao retornar ao escritório, notou algo diferente em sua mesa: as flores que Miguel havia lhe dado estavam agora postas em um vaso. Ela suspirou, sentindo-se um tanto incomodada com a situação. Embora não tivesse dado esperanças a ele as flores eram exagero. Ela se perguntou se Miguel não havia percebido que esse gesto poderia lhe causar problemas e constrangimentos.

Sabia que era importante manter uma descrição sobre qualquer envolvimento pessoal no ambiente profissional, especialmente quando se tratava de alguém tão próximo como Miguel, que era um dos donos da empresa. A última coisa que Annie desejava era que boatos se espalhassem ou que sua competência fosse colocada em dúvida por conta de sua relação com um colega de trabalho.

— O que essas flores fazem aqui? — Perguntou apontando para o vaso, encarou as flores vermelhas no vaso e, apesar de ter considerado jogá-las no lixo.

— São bonitos, pensei que gostaria de ver — explicou Marcos, com um sorriso sincero.

Embora Annie fosse conhecida por sua postura mais reservada e profissional, o funcionário Marcos era uma diferente. Ele era uma pessoa carismática e extrovertida, que trazia um pouco de leveza e alegria ao ambiente de trabalho. Mesmo sabendo das diferenças entre eles, Marcos não se importava em demonstrar seu afeto e simpatia por meio de pequenos gestos, como trazer flores para um colega.

— Está ocupando espaço, tire daqui — Ela disse de forma inflexível, pois aquilo era uma coisa que não deveria estar ali. Talvez pela situação incômoda de receber flores de Miguel, ou talvez pelo fato de ter visto Micael irritado ao vê-lo entregando as flores. Annie fingiu não perceber e não queria dar importância a isso, mas algo dentro dela gritava, deixando-a insegura sobre o que estava sentindo não sabia se era emoção ou desespero.

— Vou coloca-las na minha mesa, então, sua insensível. — Marcos pegou as flores e colocou na sua mesa empolgado. No fundo tinha um pouco de inveja, queria receber flores.

— Insensível, por quê? — Perguntou Annie.

— O rapaz bonzinho e gato veio te trazer flores.

— Achou ele bonito?

— Sim. — Ele suspirou Miguel tinha uma aparência linda e Angelical. Ele tinha os cabelos loiros penteados perfeitamente e olhos azuis claros, realmente estava dentro do padrão.

— Fica para você — Annie sorriu debochada.

Um dia tranquilo é aquele em que tudo parece fluir sem grandes problemas ou contratempos. É um dia em que as coisas acontecem de forma suave e calma, sem estresse ou preocupações excessivas. É como se existisse uma sensação de harmonia e equilíbrio no ar, e tudo parece estar no lugar certo.

Durante um dia tranquilo, as atividades são realizadas de maneira eficiente e produtiva, sem grandes obstáculos no caminho. Não há crises ou emergências para resolver, o ambiente ao redor é sereno e relaxado.

Quando o telefone de Annie tocou, ela teve uma sensação estranha percorreu seu corpo, ela encarou a tela e era um número não salvo.

— Alô — Ela respondeu sem tirar a atenção do relatório que estava lendo.

— Senhorita Annie.

— Sim.

—É Manoel Lacerda. — Annie apenas respondeu um "huum" sem falar mais nada. — Gostaria de saber sobre as mudanças da empresa.

— Estou fazendo meu trabalho — Ela respondeu secamente.

— Devia informar os... — Antes que ele terminasse de falar, ela desligou o telefone.

Annie fechou os olhos, irritada com a situação. Odiava quando tentou ensinar seu trabalho. O barulho da porta se abrindo indicava que alguém havia entrado na sala.

Ao chegarem à sala de Annie, Micael bateu na porta e entrou, acompanhado por Miguel. Annie os cumpriu com um olhar sério, mantendo sua compostura profissional, mas por dentro sentiu-se incomodada com a presença dos dois ali ao mesmo tempo. O clima tenso pairava no ar, e ela esperava que a reunião pudesse seguir sem maiores contínuas.

— Boa tarde, senhores — disse Annie, mantendo a compostura profissional.

— Boa tarde, Annie — cumpriu Miguel, com um sorriso amigável.

Micael apenas assentiu com a cabeça, tentando disfarçar os sentimentos intensos que o consumiam na presença de Annie.

— Bom, meu irmão desejava falar com a senhorita, ele ligado. — Explicou Miguel.

— Sim. — Annie cruzou os braços, encarando ambos com firmeza.

— Ele falou com você? — Perguntou Micael, curioso.

— Sim. — Respondeu Annie com um tom de desgosto. — Mas eu desliguei o telefone na cara dele. Não tenho tempo para lidar com interferência no meu trabalho.

Micael e Miguel trocaram um olhar surpresos, tentando compreender a postura firme de Annie. Embora Micael não concordasse com o jeito como seu irmão abordou a situação, sabia que era importante manter a calma e a compostura diante das questões profissionais. 

A gargalhada de Miguel ecoou pelo escritório, enchendo o ambiente com sua energia contagiante. Era uma risada genuína, quase musical, que mostrava o quanto ele se divertia com a situação. Seus olhos brilhavam enquanto ele continuava rindo, soltando pequenos suspiros entre as risadas.

— Porque?

— Não gosto que ensinem o meu trabalho. Se estão insatisfeitos, basta me demitirem e me pagarem, não faço questão — Ela respondeu, voltando sua atenção para a tela do computador.

— Doutora, acha que essa é a melhor forma de lidar com isso? — Micael perguntou, encarando Annie. Sua expressão não era autoritária; ele apenas queria entender a atitude dela.

O telefone de Micael começou a tocar, e o nome de seu irmão apareceu na tela. Ele suspirou antes de atender.

— Como ela ousou — Os gritos de Manoel ecoavam pelo telefone, e todos na sala podiam ouvir — Eu estou indo para aí.

Micael tentou manter a calma diante da explosão de seu irmão.

— Irmão, acredite que...

— Chego em dois dias, Micael. Enquanto isso, não faça mais nada.

Manoel desligou abruptamente, e Micael ficou ali segurando o telefone, frustrado com a situação. Ele sabia que Annie havia provocado a ira de seu irmão, e agora tendo que lidar com as consequências.

Suspirando novamente, Micael olhou para Miguel, que também estava visivelmente surpreso com o telefonema.

— Parece que teremos que esperar até que Manoel chegue para resolver isso pessoalmente — disse Micael, tentando conter a consciência em sua voz.

Miguel assentiu e deu um tapinha no ombro de Micael.

— Vamos dar um jeito nisso, não se preocupe. E talvez, enquanto esperamos, eu possa aproveitar o tempo para resolver outros assuntos pessoais — sugeriu ele em voz baixa, com um sorriso malicioso observando Annie.

PuniçãoWhere stories live. Discover now