Surpresa!

9 7 0
                                    

Tudo novo, de novo!

Lá estava eu experimentando um novo começo no meu novo sonho.
Quantas vidas se pode viver na mesma?
Eu não sei.
Mas essa nova vida, que chegou de mansinho, sorrateiramente estava me deixando animada e com gostinho de quero mais.
É como diz o ditado:
"Enquanto estivermos vivos, sonhemos!"

Eu estava adorando essa nova fase.
Ser chamada de professorinha.
Receber flores, bombons, pedrinhas e cartinhas...
Cada criança tinha o seu jeitinho de agradar.
As aulas aconteciam três vezes por semana durante a tarde para crianças de 6 a 10 anos.
Mais tarde, talvez eu iniciasse uma classe para os adolescentes.

Meus compromissos com a ONG ainda continuavam normalmente.
Na hora do almoço as vezes Eduardo aparecia para nós fazer companhia, adorávamos.
Eu e as crianças.

Desde o nosso desentendimento pela fofoca da Fernanda, ele evitava tocar no assunto.
E seu relacionamento profissional estava estremecido desde então.
Não demorou muito para que ele tomasse uma atitude em relação a ela.
Muitos conflitos e discussões fizeram Eduardo romper por completo.
A sociedade estava acabada.
Então agora estava trabalhando mais do que o esperado.
Mas pelo menos se sentia em paz.

As semanas passaram voando.
Estávamos tão atarefados e focados em nossos compromissos que mal nos víamos.
Quando chegava a noite, nos falamos por telefone as vezes até dormiamos durante as ligações, rs.
Era uma fase maravilhosa e também difícil de certo modo.
Usávamos dos finais de semana para aproveitar cada segundo juntos.
Muitas vezes nem saíamos do apartamento, rs.

Certo dia, enquanto ele estava no banho e o seu notebook estava aberto.
Aproveitei para procurar um restaurante para pedirmos comida.
Foi aí que sem querer me deparei com uma pesquisa no seu histórico.
Adoções.
"Como adotar um bebê?"
"Saiba tudo sobre adoções de crianças maiores."
" Você está mesmo pronto para ser pai adotivo?"
Fiquei surpresa para não dizer em choque.
Já havia se passado três meses desde aquele jantar.
E por mais que eu tivesse procurado maneiras de falar sobre esse assunto, ele se esquivava.
Foram tantas tentativas em vão que eu acabei desistindo.
Mas ele pelo visto não.
Ele estava buscando alternativas antes de conversarmos a respeito.

Ele saiu do banho e fechei seu notebook.
Deixei exatamente como estava para que ele não percebesse.
Se ele não queria falar eu não iria insistir.
E assim permanecemos por meses.
Eu achava até que ele já havia desistido quando...
Ele surgiu com um artigo de revista sobre adoção.
Conversamos horas sobre essa possibilidade.
E sobre como poderíamos escolher entre tantas crianças carentes.
Eu não sabia se seria capaz.
Adotar uma criança não é um fastfood onde você vai e escolhe o que lhe é mais atrativo.
São tantas coisas a se pensar e eu não queria ter que descrever como ela deveria ser.
A gente não escolhe como o filho vai nascer, como eu deveria fazer isso na adoção?
Era muito insensível para mim tudo isso.
Por fim não decidimos nada e ainda ficamos frustrados.

Era nosso aniversário de namoro... 7 meses juntos.
Mesmo casados do trabalho resolvemos sair para comemorarmos.
Fomos a um show nacional de música pop/rock, depois jantamos pizza dentro do carro na madrugada enquanto voltamos para casa, rsrs.
E por fim passamos a noite juntos.
Eduardo era uma gostosura.
Sabe exatamente o que fazer na hora H.
Que delícia de noite.

Era sábado e dormimos até mais tarde.
Estava me espreguiçando quando ele despertou e começou a me fazer carinhos maliciosos.

- Você está insaciável hein, rs.
Ele me beijou ardentemente e não saímos mais da cama.
Assim continuou o nosso final de semana.

- Bom dia meu amor... Vamos acordar?
Já são 6h15.
Eu disse para ele beijando sua bochecha.
Ele estava resfriado.
E um pouco preguiçoso.

- Eu não quero ir.
Estou muito mal.
Vou ficar em casa descansando.

Nossos SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora