Bem me quer...

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- Então como foi sua viagem? Descansou bem?
Ele estava ainda mais bonito do que da última vez o que eu o vi.
Eu não sei expressar em palavras o que eu sintia toda vez que eu o olhava.
Mas me perdia nas profundezas dos seus olhos castanhos esverdeados.
Seus lábios cor de morango eram lindamente desenhados.
Ele tinha um "Q" de quero sempre muito mais... Que me embriagava.
Sua voz, ah a sua voz... Eu podia ouvi-lo falar por horas. Tinha entusiasmo, e toda vez que eu estava perto ele sussurrava para que eu tivesse que chegar ainda mais perto dele.

- Alice? Tudo bem?
Eu estava tão presa naquele momento que eu congelei e esqueci de responder a sua pergunta anterior.
Piscando bem rápido voltei a mim.

- Bem, sim, descansei, boa... Ahã...
Ele riu.
- Parece que o seu tico e teco ficaram pelo interior... Você está mais desajeitada que o normal. Rs.

- Como foi sem mim na ONG? As crianças se comportaram? E você encheu elas de doce? Precisava perguntar alguma coisa que não fosse pessoal.

- Nos divertimos muito, Fernanda também passou a semana conosco.
Desde a nossa aventura no parque ela se interessou muito em ajudar na ONG também.

- Olha que surpresa boa, a Fernanda quem diria né.
Nesses dois anos em que eu frequento a ONG ela nunca mostrou interesse nenhum.
Mas nunca é tarde não é?
... E ergui os ombros num sorriso torto.

Ele me olhou pelo canto dos olhos com uma das sobrancelhas arquiada encanto bebia seu café.

Eu estava com ciúmes de Fernanda, minha ex fisioterapeuta???... Que era completamente perfeita.
Tinha um corpo escultural, cabelos longos e ondulados, inteligente, educada, bem sucedida...
Como eu poderia me comparar a ela...
Para começar o óbvio, eu não tinha as duas pernas, não vou nem continuar...

- Você está com ciúmes da Fernanda, Alice? Perguntou ele me encarando curioso da minha resposta.
- Pense bem antes de falar para não gaguejar...rs.

- Hahaha era para ser engraçado Dr. comédia? Desculpa, meu senso de humor não é capaz de captar ironias.
- Você está se superestimando Dr.
Ele deu uma gargalhada tão gostosa que eu precisei me segurar para não beija-lo naquele momento.
O seu sorriso de orelha a orelha era como uma declaração sem o típico "eu te amo". Eu estava me rendendo pouco a pouco.

- Eu não estava falando de mim, falava da ONG e das crianças.
Mas não se preocupe, a Fernanda nunca conseguiria roubar o seu lugar nem que quisesse.

- E por que não?

- Porque ela precisaria ser você e ela não chega nem aos seus...
Puts eu ia dizer pés mas... Rs.
Joelhos então! Rs.

- Eu já disse que as suas piadinhas são horrorosas? E ri com ele.

Depois do café fomos até a praça caminhando.

- Senti sua falta Alice, mas eu sabia que você precisava de um tempo, por isso não atrapalhei... Mas não quer dizer que eu não tenha lembrado de você toda aquela semana, durante todas as noites.
Eu precisei me segurar e muito para não te ligar... Queria ouvir sua voz, e o seu azedume.
Eu escrevia mensagens e meu dedo desvia do "enviar".
Você mexe comigo Alice, eu estou tentando não sentir isso, mas eu já não sei como ficar longe.

Eu não estava esperando por essa confissão.
Queria beija-lo. Beija-lo sem parar.
Mas eu não sabia o que me impedia de fazer isso.
Eu estava diante de um cara super desejado, por mulheres super interessantes. Que estava se declarando para mim...
E não conseguia dar um passo em sua direção.
Estava paralisada, aterrorizada, e ao mesmo tempo incrivelmente feliz por dentro. Mas não pude expressar isso.
Fiquei ali, apenas olhando.

Nossos SonhosWhere stories live. Discover now