Capítulo centésimo décimo: lost or hide ?
Sozinha e com a mente fechada eu tentava lidar com o sentimento de raiva e deslealdade, me sentia burra e ingênua, nunca havia visto aquela parte de Carlos, nunca havia tido um irmão legal que realmente me apoiasse, tinha uma necessidade de vê-lo como essa figura que cabei me iludindo em falsos acontecimentos, Eu me sentia ridícula de ter me deixado ser enganada e realmente acreditar, todas as vezes que contei com o meu irmão antes ele me traiu por que dessa vez seria diferente ?. Como eu pude acreditar fielmente que alguém poderia mudar tão rápido ?.
Assim como eu, o mesmo é egoísta, nascemos de uma pessoa egoísta e tivemos que lidar com isso, eu aprendi a minha lição sendo rejeitada e sofrendo mas ele nunca foi rejeitado ou sofreu, pelo contrario, ele fez sofrer e rejeitou, porque seria diferente desta vez ?.
Eu perguntava para o meu próprio cérebro que parecia não entender que eu havia sido enganada, sendo uma completa otária, é isso que eu ganho por tentar faze-lo gostar de mim, por tentar me dar bem com ele e me introduzir em sua vida como eu sempre quis. Quando éramos crianças eu fui rejeitada e cortada, como sempre a boba fui eu, balanço minha cabeça ainda triste.
Enquanto preparávamos o cimento me lembrei dos carros, junto a Brahms começamos a procurar as chaves dos carros, eram dois Chevrolet pretos , uma encontramos no chão e outra dentro do bolso de um dos cadáveres, abrimos o primeiro carro e encontramos diversos documentos sobre mim e meu irmão, algumas águas e duas armas, que ateamos ao fosso, enquanto Brahms guardava o primeiro carro dentro do galpão, resolvi abrir o segundo e assim que girei a chave e abri a porta fui instigada pois atrás no banco do passageiro havia uma grande maleta , fui direto a ela na intenção de abri-la mais pra isso parecia precisar de uma digital, o carro inteiro cheirava a um perfume doce e enjoativo, alem de ser bem mais limpo que o outro, deduzo que aquela puta pudesse ser a chave, fui correndo em direção aos corpos, rasguei um pedaço da camisa de um deles, e com uma faca enferrujada que achei na cozinha da casa, fui desmembrando, peguei o dedo da mulher e enrolei com o pedaço de pano e com dificuldade lhe arranquei o polegar direito e esquerdo.
Era muito impróprio e podia nem dar certo, mais eu não sentia mais nada e estava fazendo tudo sem qualquer remorso e nojo , me sentia anestesiada, era uma sensação tão errônea e ao mesmo tempo tão magnífica, como se nada tivesse significado, como se pudesse fazer o que queria e jamais me sentiria julgada porque simplesmente não me importo, essa falta de sentimento pela primeira vez em muito tempo parece ter saciado meus problemas momentâneos, me sentia imbatível como um super-herói, sem as emoções no caminho simplesmente posso fazer tudo , uma estranha sensação de superioridade mesmo que provavelmente seja temporária habita minha mente, eu finalmente entendo a grandeza e a inteligência de quem consegue nascer assim, sem se preocupar com nada, apenas viver do seu jeito não como dizem ou como acham que você merece, simplesmente viver.......os outros não te afetam, fazer as coisas não te machucam lhe dando a mais plena emancipação.
Por todos esses anos eu me perguntei como seria me sentir superior, me sentir importante, me sentir como algo mais que um verme, eu me sinto inteligente e mesmo tendo certeza que tudo que eu estou fazendo é loucura, me sinto genuinamente bem, posso estar me iludindo e fazendo papel de otária, e podem muito bem haver apenas papéis sem graça dentro dessa maleta, mais o esforço e a inatividade de sentimentos me faz curiosa, mais do que curiosa eu tinha certa esperança cega e descrente, como uma criança acreditando em um conto de fadas.Com os dois pequenos membros enrolados em um tecido vou direto até a maleta, na esperança de que pelo menos fosse alguma papelada interessante, coloco devagar o primeiro dos dedos decepados , a maleta tem um pequeno scanner no meio, calmamente encosto o dedo já meio frio, a maleta ate solta um barulho estranho mas não abre, quando faço com o segundo posso escutar um barulho pequeno e agudo porem diferente, que ecoa e a maleta destrava, respiro fundo e ainda desinteressada abro imaginando algo que vai me frustrar, mais surpreendentemente qual não é o meu espanto quando me deparo simplesmente com uma maleta repleta de dinheiro, meus olhos se arregalam, e totalmente desacreditada toco com as pontas dos dedos nas notas e sinto o cheiro delas.....são verdadeiras, era esse o dinheiro que valia pela minha cabeça ou melhor pelas informações que acompanhavam ela, ainda eufórica conto de cabeça rapidamente e devia ter pelo menos uns 40 mil em dinheiro vivo nas minhas mãos, Brahms que estava procurando por mim se aproxima e vê a maleta e parece completamente confuso, ainda pasma pelo choque sorrio pegando os bolos de dinheiro, e os cheirando, isso........em minhas mãos não é apenas dinheiro é a nossa chance de fugir.
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you belong to Brahms
RomanceEla precisa muito de dinheiro e vai parar numa cidade no meio do nada para ser babá de um suposto garoto,só não esperava que iria entra numa imensa aventura....onde as paredes tem olhos e ouvidos, e todos voltados pra ela..... tudo que ela mai...