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Capítulo centésimo nono: you really came ?

  Eu me perguntava diante dos barulhos confusos e só caí em plena consciência quando um tiro foi disparado, estava bem no inicio do galpão mais seu barulho ecoou sobre o terreno vazio, estava acontecendo uma espécie de batalha e tudo isso no breu.  Permaneço parada e imóvel tentando  localizar as pessoas que ali estavam, ouço do outro lado do recinto um homem gritar e um barulho assustador começar a acontecer,  jamais havia escutado nada similar e muito menos  assustador, eram como se seus ossos estivessem sendo quebrados todos ao mesmo tempo e seu grito aos poucos ia se silenciando, de repente passos começam a ser aproximar, cada vez mais em minha direção, tinha plena convicção de que sem a iluminação eu não era um alvo,  mais ainda sim ouvir aquilo se aproximando me deixava alerta,  penso em me mexer mais não consigo, seus passos eram barulhos agudos  de saltos altos, caminhava perdido e claramente tentando não fazer barulho o que era impossível, ouço sua respiração perto e o arrastar de seus sapatos que perambulavam contidos e arrastados como se temessem tropeçar,  mesmo sem enxergar escutava o barulho de sua blusa que devia ter algum adereço pois fazia certo barulho, dando a impressão de que  esticava os braços procurando talvez as paredes do galpão, até que  cai sobre o corpo da pequena senhora já morta, ficando a centímetros do meu pé.
-‘’ ai meus deus......’’- sua voz saia baixa e desesperada, e assim que a primeira silaba saiu de sua boca já sabia quem era, aquela vaca imunda que me trouxe aqui,  foi mais forte que eu pois  sem pensar duas vezes segurei a faca e parti pra cima dela, enfiando a adaga em sua coluna fazendo com que um grito estremecedor e carregado de sangue saísse de sua goela, ela se debatia pouco como se fossem pequenos espasmos  e logo cessou, sentia o sangue quente  escorrer sobre minhas mãos.
   Quando menos espero   passos apressados vem em minha direção tão rápido que não me sobra tempo para realizar ação sequer, mal percebo sua presença quando recebo um chute entre as  costelas  me fazendo cair para o lado, o movimento brusco e inesperado fez com que eu soltasse a faca á deixando ainda fincada na mulher, em poucos segundos me recupero e  me vejo desarmada,  a pessoa parece checar a mulher e logo após conferir sua morte começar a  se aproximar de mim, de quatro no escuro eu luto tentando escapar sem ao menos ver um destino, mais devido  aos meus ferimentos abertos que já não sangram mais  e apenas ardem como o próprio inferno não consigo deixar de fazer certo barulho abafado de dor  fazendo com que me ache com facilidade, me puxando pela perna e me arrastando pra si  botando seu corpo em cima do meu  e sua mãos em meu pescoço, sendo asfixiada em medidas cada vez mais altas,  tento lutar  mais aos poucos sinto  o ar se esvaindo  de meus pulmões e posso sentir meu rosto se avermelhar e minha respiração ser tapada, começo a murchar desesperada por ar, quando tudo ao meu redor vai se silenciando e apagando me sinto começando a desassociar e mesmo já quase inconsciente posso  ouvir algo se aproximando na escuridão,   o homem em cima de mim tem a respiração ofegante e raivosa, tento empurrar seu rosto e cega-lo ou machuca-lo mais em vão, noto o silencio do ambiente e estranho....até que algo pega na cabeça do homem em cima de mim e com a maior facilidade do mundo o arremessa  ao  outro lado do lugar, ele segue o homem e se iniciam os gritos mais brutais, eram aflitos e desesperadores, e por cima deles ainda havia as suplicas,  seus gritos me assustavam e eu imagina que seria a próxima, o algo em questão não falava e era possível ouvir uma respiração pesada.

    Ainda atordoada tento me levantar mais é algo quase impossível e ainda de  quatro no chão começo tentando buscar algo para me esconder já que o mesmo esta na direção da saída, dou de encontro com os corpos  caídos no chão, sinto com os dedos entre as víceras da senhora o bisturi, agarro ele com força me preparando para o pior, os sons de tortura que eram altíssimos começam a se silenciar aos poucos, me desespero e com dificuldade consigo me levantar  tropeçando e tentando correr enquanto escuto os passos agora virem em minha direção, com medo forço meu corpo a acelerar e me movo silenciosamente ate uma parede tentando despista-lo, mais os passos vinham calmos e nem se embaralhavam na escuridão, do nada tudo se silenciou  e sinto uma mão tocando meu pescoço e apertando aos poucos, com pavor e terror, o medo me devora e a vontade de viver simplesmente me assola, enfio  o  bisturi em no que estava mais perto das minhas mãos quase imobilizadas pela proximidade,  penetro o pequeno objeto metálico  em sua coxa e mal escuto um gemido de dor...... até que  ouço.

you belong to BrahmsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora