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Décimo primeiro capitulo: it's ok

Eu não precisava da resposta exata vinda da boca dele, Afinal assim que chegamos perto daquela Cabana era possível ver o Rastro imenso de sangue.
Prendi minha respiração e comecei a me preparar psicologicamente para o que iria ver, por algum motivo brahms parecia envergonhado e tímido.
-"não me odeie por favor mina"- ele diz soltando minha mão e abrindo a porta da cabana, eu não consigo o responder pois assim que meus olhos se direcionam para os corpos em decomposição a ânsia sobe pela minha garganta e minha pressão cai, ainda tonta me escoro na porta velha de madeira, Brahms permanece em silêncio, lágrimas saem de meu rosto mas não é de tristeza é de nojo.
-"temos que nos livrar disso"- digo tapando meu nariz para o cheiro forte que emana da cabana, mesmo eu não tendo matado nenhum dos dois ainda estou correlacionada a Henry e se eu quiser fugir mesmo que a polícia Prenda o homem a minha frente ainda podem vir atrás de mim.

Olho para o lago abandonado, ele é grande provavelmente é fundo à Matos em todo canto pois obviamente não é aparado a muito tempo e uma ideia surge a minha cabeça.
-"vamos afundar os corpos...espere aqui"- digo me virando e correndo em direção a casa, brahms só assente e fica pra trás, trago então os sacos de lixos maiores que tinham na dispensa e toda fita isolante que encontrei, eu não sei como me sentir em relação a agora ,não sei se estou sentindo remorso ,não sei se vou me arrepender de fazer isso ,é tudo muito confuso, a única coisa que eu sei é que eu tenho um problema mais importante do que os traumas que isso vai me gerar.
-"tira eles pra fora para embalarmos"- eu falo para Brahms e imediatamente me viro para não ver a condição dos cadáveres, mesmo não olhando consigo ouvir os passos de Brahms entrando na cabana e puxando algo pesado, o cheiro fica mais forte mesmo eu estando longe e o barulho de algo sendo arrastado é nítido e apenas some quando ele encosta na neve e aquilo começa a deslizar, ele repete provavelmente com outro corpo o mesmo som, infelizmente de costas consigo escutar a dificuldade que ele está tendo para embalá-los e resolvo me virar, assim que me aproximo vejo de cara o rosto de Henry todo apodrecido há larvas saindo do tecido de sua bochecha e ele está ficando quase roxo de tão branco, é possível ver todas as veias mortas destacadas em seu rosto, toda parte esquerda de seu rosto está apodrecida escura e meio Betumada, de novo vem a ânsia, pego um dos sacos e embalo de uma vez só metade do corpo dele e outro saco a outra parte, vejo algumas pedras grandes ao lado do Lago e as pego ,colocando junto ao corpo ,fechando e passando rapidamente a fita isolante, Faço o mesmo com o corpo de Malcom que parecia estar mais vivo e menos apodrecido ,olho para ele e me despeço mentalmente, peço novamente desculpas e eu fecho de vez com a fita.

Brahms pega os dois sacos pretos e os coloca sobre os ombros ,chega bem perto do rio e os ateia como se não fossem nada ,eu fico lá vendo os dois afundarem na água escura, a agonia que sinto é indescritível a ânsia parece ter se transformado numa úlcera ,numa dor abdominal Absurda, quero chorar, gritar correr ,fugir, mas permaneço parada apenas olhando tudo ir embora.
Depois disso começamos a limpar todos os vestígios da cabana e da neve ,foi aí que encontrei as chaves de henry, assim que as toquei enfiei rapidamente no Bolso do meu moletom com medo de Brahms tivesse visto.

Passei o resto do dia totalmente avoada, a ideia de fugir era tentadora Mas eu sabia que agora não seria um bom momento ,ao mesmo tempo eu me lembrava toda hora dos cadáveres e era como se eu começasse a vê-los na casa, após o jantar brahms sumiu da minha vista ,não o vi mais e acabei desistindo de esperar, fui ao meu quarto e entrei no banheiro ,liguei o chuveiro para tomar meu banho e dormir

Ai gente credo ter que embalar defunto🤮🤮🤮

you belong to BrahmsWhere stories live. Discover now