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Octogésimo  capítulo: who was there ?

Eles haviam comprado uma casinha simples mas muito aconchegante ,tinha dois quartos ,uma cozinha, banheiro e sala mas era bem pequena, eles me deram o quarto que seria o futuro quarto do bebê e era naquele quartinho Rosa cheio de enfeites  de animais onde eu passava meus piores pesadelos ,os dias eram tranquilos ou parcialmente tranquilos mas as noites elas eram cruéis......

Eu me deitava na cama de casal, me espremendo entre os travesseiros ,o dia tinha sido corrido e fazer qualquer coisa ultimamente me deixava exausta pois a regulação do remédio ainda não estava certa, meus olhos pesavam e deixei que o sono me levasse foi quando de repente no meio da noite senti  o lado esquerdo da cama cujo eu estava de costa pesar como se alguém  tivesse se deitado se ao meu lado, um cheiro estragado e podre invade minhas narinas , podia sentir a respiração em meu pescoço , a  ansiedade começa a bater, eu vi Brahms  levar um tiro.... eu vi ele cair no chão ,sei que a probabilidade dele tá vivo era quase nula, Mas ainda eu tinha uma certa Esperança, quando senti aquele balançar da cama virei com uma expectativa cruel ao meu lado......realmente Brahms ele estava lá olhando diretamente pra mim, mas não era ele .......Seus olhos eram brancos como os de um fantasma. sua pele estava pálida e se podia ver os microrganismos e as bactérias   devorando as camadas de pele , ele está inchado e quase irreconhecível  .

-‘’ mina...............’’-

-‘’ mina...........’’-  ele dizia com a voz infantil que a tempos não ouvia.

-" Você me matou......"- sua voz era diferente e macabra.

-" você  me deixou pra morrer mina.."- seu rosto era furioso .

O medo começou a tomar conta, o fantasma de Brahms  era furioso e se aproximava cada vez mais, eu  derramava lágrimas  apavoradas enquanto ele gritava frente a frente comigo .

-" você  nunca me  amou !!! Você  me deixou  pra morrer !!!"- sua voz era estridente.

-" não......eu não  te  abandonei "- dizia  tentando o parar enquanto ele colocava suas mãos  em volta do meu pescoço.

-" não.....brahms...p   or fa...vor "- eu implorava mais ele grudava em minha jugular tirando meu fôlego.

Começo  a me espernear , quero gritar mais não  consigo, meu corpo se enrijece por completo, tento gritar, o afastar.... mais simplesmente nada fazia  efeito, puxava o ar mais ele não vinha , tentava me defender mais estava grudada a cama.

De repente sou despertada do transe  por meu irmão que me chacoalha a fim de me acordar ,aquele vulto simplesmente desaparece, eu choro..... choro...... e não consigo nem explicar .
ele me dá um abraço singelo e  me deita na cama me dizendo para dormir de novo ,por meses isso aconteceu toda a noite . assim que me deitava sentia as mãos geladas  se enfiarem  por baixo dos lençóis, tocarem minha pele, às vezes eles apareciam deitados ao meu lado me sufocando ou simplesmente ficavam no canto do banheiro do quarto me olhando com raiva, me circulavam o dia todo, questionei muitas vezes se ainda resistiria.

Eu achei que eu iria desistir de verdade mas depois de um tempo era como se eu tivesse se tornado tão rotineiro que simplesmente não fazia diferença ,faziam quase três meses do ocorrido ,Sandra estava literalmente me implorando para fazer alguma coisa ,dizendo que precisava espairar minha cabeça, que eu precisava de distração, ela ficou tanto tempo falando isso que acabei concordando com ela, Mandei vários currículos a fim de conseguir algum trabalho mas a cidade era pequena e pobre mas por fim das contas consegui um trabalho que ninguém queria  em uma mercearia 24 horas,  ia trabalhar no período da noite ,para mim estava mais que maravilhoso já que não teria que lutar com os meus demônios internos, em geral era uma paz, não tinha muitas pessoas, ficava o tempo todo assistindo a televisãozinha no canto superior do balcão ,eu saía só de madrugada, como não era tão longe ia a  pé para casa.

you belong to BrahmsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora