Rumo ao Monte

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Quando os cinco saíram do buraco que era a entrada da base da Neo África, viram que a cidade estava reconstruída, e as pessoas andavam pra lá e pra cá, como se nada tivesse acontecido. As duas logo entenderam que a Morte tinha cumprido sua parte do acordo.

- E então Lila? - perguntou Zane - Vai chamar Nilo outra vez?

- Eu até queria - respondeu ela -, mas não posso. Nilo travou uma batalha para defender seu território. Não poderá nos ajudar. Mas já tenho um plano b.

Fechou os olhos. Depois de uns dois minutos, ela começou a tocar sua flauta. Mais dois minutos, e ela tocou outra vez.

- Já chamei outros dragões. Eles são Lua Cheia, e Brasa.

- Lua Cheia e Brasa? - perguntou Horu.

- São outros dragões muito amigáveis. São muito amáveis, e não vão nos deixar em apuros. Eu e Horu vamos em Lua Cheia, e vocês podem ir no Brasa.

Zane fez um olhar discreto para Fair e, com um sorriso maroto no rosto, disse baixinho:

- Acho que a gente sabe o porquê dessa decisão...

Enquanto esperavam, passaram dois mercenários montados em cavalos que conversavam, e eles acabaram ouvindo um pouco da conversa.

- Já soube? - disse um. - Kurkus saiu da cidade. Você sabe pra onde ele foi?

- Ao Monte Kilimanjaro, pelo que eu ouvi - respondeu o outro. - Foi se encontrar com alguém. Quem, eu não sei.

Queriam ouvir mais, mas logo eles se afastaram. "Kurkus no Monte Kilimanjaro?" pensou Horu "Essa é uma chance boa de cumprir dois objetivos. Derrotamos Tsuyoshi, e derrotamos também Kurkus. Dois coelhos, uma cajadada."

Logo os dragões chegaram. Fair e Zane já tinham subido, e ajudavam Miau a subir. Lila e Horu também já tinham subido em Lua Cheia, e esperavam os outros. Quando ficaram todos prontos, partiram imediatamente, deixando para trás a cidade.

Fair, Zane e Miau viajavam em silêncio, porém Horu e Lila conversavam bastante, relembrando coisas do passado. Horu lhe contava a vez em que fez um brincadeira com o Kyriu irritante.

- Ele então pegou suas duas adagas - contava ele - e colocou no meu pescoço e no meu joelho, e falou: "Você tem três opções: morrer rápido, morrer devagar ou voltar para o trabalho!"

- E aí, o que houve? - perguntou Lila.

- Ele estava tão concentrado em mim que nem notou que eu tinha pego uma faca que eu peguei escondido do refeitório e enfiado no seu joelho. Se ainda estivesse vivo, continuaria se perguntando como aquilo entrou pelo joelho dele.

E os dois riram muito.

- Você passou por muitas aventuras, sem nem mesmo começar a sua jornada. - falou Lila.

- Sim. Fiz muitas traquinagens não só com meu Kyriu irritante, mas com os escravos também. Inclusive, Lila: Como era antes de você se unir a nós? Você já foi uma escrava também?

- Já. Infelizmente, não fiz essas mesmas coisas que você. Eu não sou da África, sou grega, mais precisamente de Mytilene. Mas fugi de lá. Enquanto passava por Israel, encontrei a minha flauta numa espécie de portal escondido. Quando fiquei com a flauta, comecei a entender os animais, e a me comunicar com eles. Se não fosse por eles, nunca teria chegado aqui.

Fizeram um pouco de silêncio, e Horu perguntou:

- Lila, eu quero te fazer uma pergunta. Por que pediu para que eu fosse com você montado em Lua Cheia, enquanto os outros ficaram com Brasa?

Rhyoshi's: Os Caçadores - Livro 2: ÁfricaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora