A Cidade de Menfis

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- Como vamos encontrá-lo? - perguntou Lila, olhando para as ruas movimentadas e caóticas da cidade. - Ele pode estar em qualquer lugar dessa cidade gigante!

- Talvez possamos perguntar por aí - sugeriu Zane, que tinha um dom para se comunicar com as pessoas. - Alguém deve saber de alguma coisa.

- Ou talvez possamos seguir os sinais - disse Horu, apontando para os muros pichados com frases como "Abaixo Kurkus", "Viva a liberdade" e "O fogo da liberdade permanecerá".

- Ou talvez possamos usar o nosso faro - disse Fair, farejando o ar. - Eu sinto um cheiro de rebelião.

- Ou talvez possamos usar o nosso charme - disse Miau, piscando os olhos. - Eu sou irresistível.

- Ou talvez possamos usar o nosso bom senso - disse Lila, ignorando os comentários dos seus amigos. - Vamos procurar um lugar para nos hospedar e depois pensar em um plano.

Eles concordaram com a ideia de Lila e seguiram em busca de uma hospedaria. Eles encontraram uma que parecia razoável e entraram. O dono era um homem baixo e gordo, com uma barba grisalha e um turbante na cabeça. Ele os recebeu com um sorriso.

- Bem-vindos à Hospedaria do Sol Nascente - disse ele. - Eu sou Omar, o dono. O que posso fazer por vocês?

- Nós precisamos de um quarto para cinco - disse Lila.

- Cinco? - repetiu Omar, olhando para eles com curiosidade. - Vocês são uma família?

- Algo assim - disse Zane, dando um abraço em Lila. - Nós somos irmãos.

- E eu sou o primo deles - disse Horu, entrando na brincadeira.

- E eu sou o amigo de infância deles - disse Fair, tentando parecer inocente.

- E eu sou o namorado deles - disse Miau, sem se importar com a mentira.

Omar arregalou os olhos e engoliu em seco.

- Namorado deles? - perguntou ele, confuso.

- Sim, nós somos poliamorosos - disse Miau, sorrindo maliciosamente.

- Poli... o quê? - perguntou Omar, sem entender.

- Não se preocupe com isso - disse Lila, interrompendo Miau. - Nós só queremos um quarto e nada mais.

- Ah, claro, claro - disse Omar, recuperando a compostura. - Eu tenho um quarto disponível no segundo andar. É bem espaçoso e confortável. Só custa dez moedas de ouro por noite.

Lila achou o preço um pouco alto, mas não quis discutir. Ela pegou dez moedas de ouro da sua bolsa e entregou a Omar.

- Aqui está o pagamento - disse ela.

- Muito obrigado - disse Omar, pegando as moedas e guardando no bolso. - Aqui está a chave do quarto. Fiquem à vontade e se precisarem de alguma coisa é só me chamar.

Ele entregou a chave a Lila e fez um gesto para que eles subissem as escadas. Eles seguiram o seu conselho e foram para o seu quarto. Era um quarto simples, mas limpo e arejado. Tinha duas camas de casal, uma cama de solteiro, uma mesa com duas cadeiras, um armário e uma janela que dava para a rua.

- Não é tão ruim assim - disse Zane, jogando a sua mochila em uma das camas de casal.

- É melhor do que dormir no deserto - disse Horu, fazendo o mesmo na outra cama de casal.

- É melhor do que dormir na prisão - disse Fair, escolhendo a cama de solteiro.

- É melhor do que dormir sozinha - disse Miau, pulando em cima de Zane e Horu.

- É melhor do que nada - disse Lila, colocando a sua mochila no armário.

Eles se acomodaram no quarto e decidiram descansar um pouco antes de sair para explorar a cidade. Eles tinham muitas coisas para fazer e para descobrir. Eles tinham que encontrar o líder da resistência e se juntar a ele na luta contra Kurkus. Eles tinham que salvar a África e o mundo da tirania dos Nefilins. Eles tinham que cumprir o seu destino.

Mas eles não sabiam que o destino tinha outras surpresas reservadas para eles. Eles não sabiam que Omar não era apenas o dono da hospedaria, mas também um espião de Kurkus. Eles não sabiam que ele tinha reconhecido Horu com a Marca do Caçador, o profetizado salvador da humanidade. Eles não sabiam que ele tinha enviado uma mensagem para Kurkus, informando sobre a sua localização e pedindo reforços.

Eles não sabiam que estavam em perigo.

Rhyoshi's: Os Caçadores - Livro 2: ÁfricaWhere stories live. Discover now