Você Me Salvou (CALZONA) Adaptada

Capítulo: UM

Calliope era uma ótima médica, conhecida por toda Miami. Dentro do hospital, a morena era um amor, uma médica atenciosa e sempre sorrindo. Todos os pacientes a adoravam, principalmente as crianças, que tinham uma atenção especial da moça de olhos castanhos esverdeados.

O que muitos não sabiam era que por trás daquele sorriso que ela mantinha em suas horas fora do conforto de sua casa, existia uma pessoa triste, que sofreu a maior parte da vida por seu pai não aceitar sua opção sexual e, pela doença que sua mãe possuía.

☆☆☆☆☆☆

Calliope estava, nesse momento, sentada em sua sala no hospital, esperando sua melhor amiga,Addison Montgomery, vir lhe trazer os resultados dos exames para saber se possuía a mesma doença que sua mãe. Ela já sabia que a resposta seria sim, afinal a doença era genética, mas Addison insistiu em fazer os testes.

A morena ouviu leves batidas em sua porta e Addison adentrou a sala com uma cara triste.

- Call, os resultados chegaram e... - Uma lágrima escorreu pelo rosto da latina.

- E eu tenho Huntington - Callie terminou a frase no lugar da amiga, com um sorriso fraco nos lábios. Addison começou a chorar fraquinho. - Addy... Não chora, eu já sabia, e você também já... - A morena abraçou a amiga com força.

- Tem tratamento, a gente podia tentar... - Asdison falava apertando Callie contra seu próprio corpo.

- É um potencial tratamento Addi, nem foi testado em humanos ainda, e nem é um tratamento direito, só vai prolongar minha vida uns seis anos a mais. - Addison falou se soltando do abraço e olhando nos olhos de sua amiga.

- Ai Call, eu não vou conseguir viver sem você... - Addison voltava a chorar.

- Ei, calma, cadê a badass que eu tenho como melhor amiga? Não é como se eu fosse morrer amanhã Montgomery, a expectativa é de quinze a vinte anos, e os meus sintomas são fracos, nós ainda temos tempo Addy, eu vou continuar sendo a sua madrinha de casamento daqui a três messes, e você vai continuar tendo que me aguentar aqui nesse hospital por muito tempo. - Callie passava a mão no braço de Addison e sorria.

- Eu passei minha vida inteira com você por perto Callie, foi você que sempre me ajudou em tudo, não dá pra imaginar ficar sem você, mesmo que você seja um pé no saco...

- Addison, eu já disse, eu não vou morrer amanhã ou esse mês, não vamos pensar nisso agora tá? Mas... Agora que eu tenho certeza disso, eu quero te pedir uma coisa... - falou meio receosa.

- Não. Não me pede isso que você está pensando em pedir... - Addison leu os pensamentos que estavam na cabeça da morena.

- Eu não quero ficar do jeito que a minha mãe ficou no final, ela não era mais ela mesma, eu não posso ficar daquele jeito, por favor, Addison.. - Callie implorava.

- Como é que eu vou conseguir te matar Callie?! Você é minha melhor amiga desde sempre!

- Por isso mesmo Addison, eu vou estar sofrendo em uma cama, precisando de cuidados vinte e quatro horas por dia, só tendo movimentos involuntários o tempo todo, eu preciso que você faça quando chegar a hora Addy.

A latina suspirou alto.

- Como você mesma disse, a gente tem tempo Call, eu prometo que eu vou pensar, e eu não vou deixar você sofrer, se eu não fizer, eu mando alguém fazer.

- Não.

- Não o que, Callie?

- Se você não fizer, ninguém mais faz, eu vou confiar a minha vida a você e a mais ninguém Addy.

- Mas Callie... - A latina foi cortada por Callie.

- Ninguém. - A mulher falou decidida.

- Tá bom, eu ainda tenho vinte anos pra pensar, vamos deixar essas coisas pra depois tá?

- Okay - Callie deu seu melhor sorriso.

A conversa entre amigas foi cortada quando Meredith entrou na sala de Callie.

- Eu atrapalhei? - Perguntou a pequena sem graça ao ver Addison e Callie se soltando de um abraço.

- Atrapalhou. Eu estava prestes a tirar a roupa da sua noiva, deitar ela na minha mesa e fazer ela gemer meu nome. - Respondeu Callie irônica.

- A Addison nunca iria me trair. - Rebateu Meredith.

- Tem certeza disso? - Callie perguntou com um sorriso malicioso em seu rosto.

Addison revirou os olhos com a cena e sorriu.

- Tá bom parou com as brincadeiras, Callie, eu nunca iria pra cama com você. O que foi Meredith?

- Nós três temos que ir até o shopping que desabou hoje cedo - Respondeu a mesma.

- Nós três? E quem vai cuidar do hospital? Nós somos as melhores médicas aqui! - Disse Callie sorrindo convencida.

- Eu sei, e é por isso que nós vamos pra lá, parece que tem muita gente ferida e eles ainda nem terminaram de checar o shopping todo. - Disse Meredith- Vamos parar de enrolação e ir logo.

- Tá... - Addison e Callie falaram ao mesmo tempo.

- Não conta pra ninguém ainda tá? - Callie sussurrou para Addison enquanto elas entravam na ambulância.

- Pode deixar, eu nunca iria trair sua confiança - Respondeu ah de olhos verdes.

Chegando ao local do desmoronamento do shopping, Callie se assustou com o tanto de gente que estava deitada em macas e no chão.

A morena suspirou alto.

Hoje o dia vai ser fácil - Disse ela irônica para Addison que estava ao seu lado.

☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆

Huntington

A doença de Huntington é uma doença hereditária que provoca a degeneração progressiva de células nervosas do cérebro. Descrito pelo médico norte-americano George Huntington em 1872, o distúrbio tem sido amplamente estudado nas últimas décadas. Foi inclusive em 1993, pouco mais de cem anos após o primeiro caso oficial da doença, que os cientistas descobriram o gene causador da afecção - localizado no cromossomo 4.

A doença de Huntington está presente em todo o mundo, porém, em algumas regiões ela tem uma incidência elevada, como na Venezuela. Estima-se que, nos Estados Unidos, entre cinco e dez a cada 100 mil habitantes nasçam com a doença. Não existem dados estatísticos no Brasil para esse distúrbio neurológico.

Causas

A doença de Huntington é causada por uma deficiência genética de um único gene do cromossomo 4. Esse defeito faz com que uma parte do DNA, chamada de sequência CAG, ocorra várias vezes mais do que deveria ocorrer. Normalmente, essa sequência se repete de 10 a 28 vezes. Em pessoas diagnosticadas com a doença de Huntington, no entanto, ela se repete de 36 a 120 vezes.

Além disso, a doença de Huntington é uma desordem dominante autossômica, o que significa que uma pessoa precisa apenas de uma cópia do gene defeituoso para desenvolver a doença.