Capítulo 23 - Paternidade não é um jogo

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Derek Morgan

Acordei de madrugada com uma ameaça de chorinho de Emma em seu antigo quartinho, olhei a minha volta e senti o peso da cabeça de Victória recostada em meu peito e tentei ao máximo levantar do sofá sem acordá-la.

Caminhei de forma sorrateira até Emma e percebi que a pequena apenas queria um pouquinho de atenção, a peguei no colo e sentei na poltrona que eu havia comprado para que Noah pudesse ficar com ela de forma mais confortável.

-Acho que estou pegando o jeito com você, pequena viking. – Sorri enquanto brincava com seus dedinhos.

Tudo o que eu vinha vivenciando nos últimos meses vem me gerando um caos na mente, eu evito envolver Vick nessas questões porque eu sei que ela já está preocupada o bastante com as coisas do escritório e com a própria gravidez.

Fomos de 0 a 100 muito rápido no que diz respeito a um grau de relacionamento, se pararmos para analisar, primeiro teremos um filho para depois pensarmos sobre rotular ou não o que estávamos tendo no momento.

Tudo bem que, biologicamente, o filho não era meu, mas eu não menti para ela quando disse que sentia que Katherine também era uma parte de mim, e eu gostaria imensamente que Victória se sentisse segura o suficiente para confiar essa responsabilidade junto comigo.

Aproveitei que Emma voltara a dormir e mandei uma foto para Noah como um sinal de que ele pudesse ficar em paz pois a pequenina dele estava segura. A coloquei novamente no berço juntamente com seu unicórnio preto que mais parecia artigo de rockeiro e voltei para a sala onde uma Victória sonolenta coçava os olhos.

-Aconteceu alguma coisa com a Emma? – Ela balbuciou enquanto tentava levantar, a cada dia que passava ela estava com a barriga ainda mais volumosa, o que dificultava bastante sua mobilidade.

-Ela só ameaçou acordar, não quis te tirar do sono, venha cá, deixa eu te ajudar a levantar. – A sustentei gentilmente a conduzindo para o quarto.

Victória não pestanejou e aceitou a ajudinha, estava a tanto tempo fechado na minha própria bolha de preocupações que acabei de esquecendo que ela mesma poderia estar precisando de mim e eu, egoísta, só estava preso nas minhas próprias inseguranças.

-Você fica? – Ela perguntou assim que eu a coloquei debaixo das cobertas.

-Claro, não será sacrifício algum. – Beijei o topo de sua cabeça.

Vick se alinhou em meus braços e dormiu novamente.

(...)

Acordei sozinho no quarto, por algum motivo que eu desconheço, geralmente eu sinto quando uma grávida de 7 meses se levanta de forma sorrateira ao meu lado. Cocei os olhos, e resmunguei um pouco até me levantar de fato.

Estava achando estranho a quietude com a qual a casa se encontrava, e comecei a entrar em pânico com a ideia de que talvez Emma e Vick tivessem sido abduzidas deste plano terreno.

Peguei meu telefone e no momento em que eu comecei a discar os números da minha não rotulada namorada, a mesma abre a porta da frente com uma Emma sorridente no carrinho e algumas sacolas.

-Bom dia, sol do dia! – Vick estava radiante em seu vestido floral e óculos escuros. – Fiquei com dó de te acordar, e como eu já tinha perdido o sono e a Emma também, resolvemos dar uma voltinha e comprar algumas coisas mais femininas pra ela. – Apontou para as sacolas.

Me aproximei das duas e depositei um beijo demorado em Victória que foi interrompido pelos tapinhas de Emma nos arrancando risos.

-Por um momento pensei que vocês tivessem sido abduzidas. – Falei enquanto conduzia o carrinho com a bebê para o centro da sala.

A Escolha PerfeitaWhere stories live. Discover now