Capítulo ⅩⅩⅧ

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25 de junho de 1869

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25 de junho de 1869.

"Daqui a três dias farão exatamente três meses desde a última vez que ouvi sua voz", Maison refletia enquanto tomava um copo de whisky em seu clube.

Desde aquele evento fatídico, ele não retornou à Londres. Tinha suas obrigações, porém, estava disposto a realizá-las o mais longe possível dela. Tinha dito muitas coisas que ficariam marcadas para sempre na memória e na culpa. Jamais deveria ter dado a entender que se apaixonar por Selene era um erro. Afinal, ele mesmo estava loucamente apaixonado.

Não importa quantas mulheres tentavam chamar sua atenção. Depois que pôde vê-la outra vez, nenhuma delas foi suficiente. Mas, isso não significa que ele não poderia tentar torná-las o bastante para si. E como ele tentou.

Todas as vezes, lembrava de Selene. Seu toque que deixava rastros de fogo, sua voz que lhe arrancava arrepios, aqueles lábios carnudos em contato com sua pele, seu corpo desenhado pelo próprio diabo e aqueles murmúrios que fazia só para ele quando sentia prazer.

Maison cogitou atirar aquela única bala de sua pistola em diversos momentos. Decidiu que o faria depois que se certificasse do bem-estar dos Lancaster. Ele não poderia continuar vivendo daquele jeito. Mal suportou sua partida, quem dirá seu casamento com um príncipe!

Ele a desejava. Mais do que qualquer coisa na vida. Será que sentiria o mesmo se Ariane não lhe fosse proibida? Será que continuaria com a mesma paixão ardente se ela não fosse destinada a outro?

Theodore não sabia dizer. Tudo ocorreu como deveria. O modo com que a conheceu não faria diferença nenhuma. Mesmo que fosse uma camponesa, ainda a amaria. E ainda se sentiria impotente, sabendo que mesmo em um milhão de anos, não seria merecedor da reciprocidade dela.

— Parece distraído esta noite, Vossa Graça — Jemima se pronuncia, enquanto colocava mais whisky em meu copo

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— Parece distraído esta noite, Vossa Graça — Jemima se pronuncia, enquanto colocava mais whisky em meu copo.

Aquela mulher era realmente muito bonita. Tinha cabelos cacheados castanhos, olhos cor de mel e curvas exuberantes. Maquiagem até demais para o gosto particular do Senhor Cullimore; agora, oficialmente, Senhor Lancaster.

— Ultimamente tenho andado distraído o tempo todo, Senhorita Jemima — Maison refletiu enquanto bebia a dose que havia acabado de lhe ser servida.

— Talvez possa distraí-lo ainda mais — Ela senta em seu colo com um sorriso sacana e olhos brilhantes.

Aguardava ansiosamente este momento, só era uma pena que ele imaginava outra pessoa quando estava com ela. Não era justo, nem belo.

Era genuinamente humano: querer o que não pode ter e descontar sua fúria e frustração em tudo a sua volta, mesmo que não mereçam.

Para o duque a vida tinha se tornado assim: uma constante podridão. Um engana o outro, que engana mais um e termina num ciclo sem fim de pura vaidade e mentiras.

Mas, aquele homem sabia lidar com mentiras, com bajulações, enganações e quaisquer outros sentimentos negativos que impossem sobre ele. O que não podia lidar, era a falta que Selene fazia.

E o quão insano isso o deixava.

De novo.

Confidências ao AnoitecerWhere stories live. Discover now