Capítulo Ⅱ

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Os Cullimore não eram de todo maus

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Os Cullimore não eram de todo maus.

Pauline Cullimore era como uma irmã para Amélia, ambas cresceram juntas na França, mas perderam o contato ao se casarem com ingleses. A Sra. Cullimore fisgou Christopher Cullimore que, além de meio-irmão do atual duque de Lencastre, também era um rico advogado. Infelizmente ele faleceu durante uma de suas viagens de negócios. Já a antiga duquesa, foi o destaque de sua temporada, recebeu muitas propostas; porém, foi seduzida por Charles, um dos homens mais disputados de toda Londres.

Pauline e seu marido levavam uma vida confortável; no entanto, não possuíam uma boa convivência e acabaram vivendo a maior parte do seu casamento separados. Ela jamais admitiria ter ficado contente com o fracasso de sua amiga, mas a enorme oportunidade que seria concedida ao seu filho a deixou exultante: Maison assumiria todas as propriedades, dinheiro e títulos do duque de Lencastre, além das riquezas de seu próprio pai.

A morte de Amélia a chocou e entristeceu, mesmo que não fossem próximas, elas se amavam. Guardavam recordações preciosas de sua infância na França, e esperavam se reaproximar após a chegada do casamento e da maioridade de seus filhos.

Não quero soar de maneira impertinente, mas acredito que o Senhor Lancaster e a Senhora Cullimore já tinham uma relação íntima bem antes de decidirem se casar, se é que me entende. Porém, talvez essa seja apenas minha eterna desconfiança falando, os dramas da alta sociedade são complexos e sempre parece haver mais um escândalo por trás de todas aquelas imagens imaculadas.

— Como Sua Graça, o Duque de Lancastre, é?

Maison Cullimore, fruto da união anterior de tia Pauline, era um rapaz educado e sensato, suas artimanhas para evitar os estudos eram certamente bem pensadas. Tinha uma postura relaxada e preferia cavalgar e fumar um charuto do que aprender latim ou economia. Apesar de só ter quinze anos, já era dono de uma estatura invejável, seus ombros eram largos, pernas compridas e proporcionais ao restante do corpo. Mas, o que realmente se destacava, era seu rosto. Com uma estrutura facial simétrica e cabelos, olhos e sobrancelhas enegrecidas.

— É um bom homem, extremamente atencioso e perspicaz. Você vai gostar dele. Como só teve filhas, Charles disse que vai adorar ter um homem na casa — Pauline diz com empolgação.

Mãe e filho estavam numa carruagem, se aproximando do palácio de Lancastre. As mãos de Maison suavam frio, era orgulhoso demais para admitir; contudo, a ideia de ter um pai o deixava nervoso. Não teve muito tempo para conhecer o seu e mamãe se recusava a dizer algo verdadeiramente útil sobre ele.

— Se eu tivesse vivido em uma casa com cinco mulheres, ficaria feliz até mesmo com um cachorro para me fazer companhia.

— Ora Maison, querendo ou não você vai viver numa casa com cinco mulheres.

— Espero que o lugar seja grande o suficiente para que eu não precise conviver tanto com elas. Nunca me dei bem com as garotinhas do nosso condado, só sabem falar sobre vestidos, bonecas e fitas — Pauline não consegue evitar uma gargalhada.

Confidências ao AnoitecerWhere stories live. Discover now