Capítulo ⅩⅩⅠ

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— Está tudo bem, Maison? — Héls questiona com uma sobrancelha arqueada, enquanto observa a bipolaridade que o duque enfrentava: num momento encantado, no outro tão sombrio que parecia queimar o salão apenas com o olhar

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— Está tudo bem, Maison? — Héls questiona com uma sobrancelha arqueada, enquanto observa a bipolaridade que o duque enfrentava: num momento encantado, no outro tão sombrio que parecia queimar o salão apenas com o olhar.

— Perfeito, tudo está perfeito.

Hélia não insistiria. Todas as vezes que o via ficar ameaçador e fúnebre, ficava assustada e com medo de dizer algo que piorasse a situação. Se acostumou a evita-lo, ou agradá-lo em momentos como aquele. Virando-se para o príncipe, iniciou um pequeno diálogo visando entretê-lo e distraí-lo de seu amigo carrancudo. Ersa e Pandia juntaram-se aos dois de muito bom grado.

Não obstante, o semblante de Selene ficou preocupado. Ela suspeitava que Theodore não estivesse dizendo a verdade, simplesmente observando seus traços. Ele repetia a mesma mania que tinha quando pequeno: esfregando o polegar e o dedo indicador. Respirava fundo várias vezes, como se contasse carneirinhos mentalmente para se acalmar. E ela percebeu a diferença em suas pupilas, agora, furiosas. Mesmo que os anos tivessem passado, Maison continuava fácil de se ler.

Visando desconcentrá-lo do que quer que o incomodasse, ela se aproximou dos dois homens e se posicionou ao lado do parente. Sentiu o olhar de ambos, todavia, estava focada em retribuir um pouco da gentileza que Theodore teve com as irmãs ao permitir que viessem. Com um sussurro, extremamente próximo ao seu ouvido, permitindo que apenas ele a escutasse, proferiu:

— Eu sinto muito por não poder fazer uma festa de aniversário decente. Saiba que; apesar disso, desejo que tenha muitos anos pela frente — A seriedade acabou tão rápido quanto começou deixando espaço para o divertimento — Deve ser uma chateação dividir as atenções com uma prima tão bonita.

— Você saber disso, é um problema. Não vai se encantar quando disser que le monde serait tellement ennuyeux sans toi[1]. Je ne peux pas t'appeler une princesse ce soir[2].

Quando ouviu aquela língua tão familiar na voz dele, não conseguiu conter um arrepio. Seus olhos se arregalaram com o quão delicioso era ouvir sua pronuncia. Estavam tão próximos que conseguia sentir a respiração dele em sua bochecha, o que causou uma vermelhidão em seu rosto. O coração batia descompassado; porém, o pior, era o choque de como seu corpo reagiu a duas pequenas frases francesas. Só que não eram quaisquer frases, vieram da boca dele. Acompanhadas de um timbre masculino aveludado e penetrante, como se guardassem mil e um desejos secretos.

O impacto que sofria era tão grande, que não notou quando Maison escondeu o rosto dela e o decote de seu vestido com a própria casaca, impedindo que o restante do grupo observasse o tom escarlate de sua face.

— Selene, está tudo bem? O que disse para ela dessa vez, Maison? — Ersa esbravejou, suspeitando que ele houvesse a criticado novamente.

— Ela apenas sentiu frio — O talento de Sir Cullimore para mentir, finalmente alegrou Ariane. Com um movimento rápido, o tecido quente retornou para os ombros dele e a falta daquele perfume inebriante a deixou chateada — Somente a convidei para a primeira dança.

Confidências ao AnoitecerWhere stories live. Discover now