Capítulo 60

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Micael acordou com o barulho da campainha no dia seguinte, resmungou e xingou quem estivesse atrapalhando o seu sono. Levantou-se enquanto vestia uma bermuda, calçou os chinelos e bagunçou os cabelos, descendo as escadas. Bocejou após abrir à porta mas se assustou ao ver Sophia, em sua frente.

Não usava mais roupas exageradas como estava usando. Tinha um moletom no corpo, calça jeans e tênis, os cabelos presos em um rabo de cavalo e o rosto limpo. Estava com uma mochila nas costas.

— O que você está fazendo aqui? — Ficou bravo e sério.

— A gente precisa conversar. — Sophia respirou fundo. — Posso entrar?

— Não, a gente não tem o que conversar. — Foi fechando a porta em sua cara, mas a mesma lhe parou.

— Micael, por favor! — Pediu. — Posso entrar? Eu preciso te dar isso.

Ele lhe encarou, deu permissão para que Sophia entrasse. A mesma visualizou o apartamento do mesmo jeito quando havia saído, deixou a mochila em cima do sofá, encarando Micael.

Ele fechou a porta com tudo, esperando suas palavras.

— Vai, fala. — Cruzou os braços.

— Eu sei que foi errado eu ter roubado o seu dinheiro e também, ter mentido pra você. — Engoliu seco. — Então eu revi isso e quis o melhor pra mim! — Os dois se encararam novamente. — Eu estava na Lush mas eu vi que não é tudo isso, eu precisava de apoio, ajuda, afeto... Então, eu voltei pra casa dos meus pais e pedi ajuda!

— Você... Você voltou pra casa dos seus pais?

— Sim, eu voltei. — Sophia se sentou no sofá. — Eu pedi perdão ao meu pai e principalmente à minha mãe. Eu conversei muito com ela sobre o que aconteceu, eu aceitei de bom agrado e quis uma nova chance, Micael.

Ele estava desacreditado com tudo o que estava escutando.

— Você...

— Eu sai das drogas e voltei pra casa! Eu não faço mais programa, eu não moro mais na rua e principalmente não roubo mais ninguém.

Retirou a mochila das costas, entregando à Micael que ficou sem entender. Estava pesado quando o mesmo sentiu, abrindo o zíper e vendo o papel pardo. Ele já sabia o que era.

— Eu pedi o dinheiro pro meu pai, contei pra ele. — Sophia estava se superando na mentira. — Essa é toda a quantia que eu roubei de você!

Micael ficou incrédulo ao ter o papel pardo em mãos, vendo o bolo de dinheiro que estava ali. O dinheiro que havia roubado, tinha voltado para o mesmo. Ele estava tão feliz...

— Sophia, eu... — Ficou sem palavras. — Eu fico muito feliz que você tenha saído dessa vida. Isso não é pra você!

— Eu sei. — Ela assentiu. — É por isso que eu tô aqui, pra ajudar você também.

— Me ajudar?

— Sim, te ajudar. — Levantou-se. — Eu falei com a minha mãe que eu amo você mais do que tudo, e quero viver a minha vida com você. — Chegou mais perto de Micael. — Eu não quero mais você nessa vida, Micael! Eu não aguento ver você assim.

— Eu não sou igual à você, Sophia. — Destruiu suas ilusões. — Eu preciso da grana pra pagar o que eu devo.

— É por isso que eu vou te ajudar! — Segurou no rosto do moreno. — Sai desse lugar, vamos trabalhar juntos, construir a nossa vida. Não foi você que me disse que não queria mais isso?

— Sophia...

— Micael, é a vida nos dando mais uma chance. Acorda! — Pausou. — É sério que você quer continuar morando aqui? Nesse lugar tão pesado, sujo, horrível.

— Sophia, você voltou pra casa dos seus pais. Eu saía com a sua mãe, como vamos morar todos juntos?

— Eu não estou morando lá, tecnicamente. — Deu um riso. — A gente conversou muito na noite passada, eu pedi a confiança dela de volta e meu pai deixou eu morar no flat dele.

— Pera, seu pai tem um flat?

— Vários. — Sophia sorriu amarelo. Micael estava desacreditado. — A gente pode começar a nossa vida lá, Micael. Depois a gente se muda, sei lá...

— E como a gente vai sobreviver?

— Trabalhando.

— Sophia, eu já te disse...

— Micael, eu prefiro trabalhar honestamente do que ficar transando por mil reais. Eu não aguento mais isso! Eu quero tirar você dessa vida também!

— Eu sei, eu também quero sair dessa vida mas... — Bufou. — A gente se reerguer sozinho é bem difícil.

— Micael, o flat é incrível! Nós vamos trabalhar, morar juntos e viver felizes, meu amor. — Encostou a testa na testa de Micael, sorrindo leve. — Eu te amo.

— E como a gente vai trabalhar? Você já tem um emprego fixo?

— Eu vou dar um jeito. Minha mãe está me ajudando o máximo possível! — Sorriu. — Só de sair dessa vida, eu já estou muito feliz.

— Teu pai sabe que ela tinha um caso comigo?

— Não, né Micael? — Sophia revirou os olhos. — Você não precisa ficar com medo dele, aliás, vocês nem vão se ver.

— Sei não. — Micael ficou intrigado. — A gente podia continuar morando aqui.

— Vai negar o flat pago e viver morando de aluguel?

Ele ficou em silêncio, sabia que estava errado. Sophia se jogou em seus braços, dando um beijo cheio de saudade em Micael, que aceitou, gemendo baixinho e levando a mesma até o sofá.

Micael a deitou, abrindo o zíper da sua calça enquanto lhe beijava. Arrastou o jeans até passar pelos pés da menina, sorrindo ao vê-la de calcinha, rendada e rosa. Retirou, deixando Sophia de bruços e posicionando a mesma de quatro.

Franziu o cenho após ver as marcas roxas em sua bunda.

— Quem machucou você? — Sentiu raiva ao ver aquilo.

— Ninguém. — Sophia fechou os olhos e segurou o choro. Havia sido ele, ele tinha feito isso.

— Ninguém? — Óbvio que Micael não acreditou.

Ela se virou, deitando em sua frente, abrindo suas pernas. Micael não disse nada, apenas observou a menina, retirando seu moletom junto da blusa em que Sophia estava. Abaixou a alça do sutiã, alisando os ombros e dedilhando os seios de Sophia, os mamilos enrijeceram ao sentirem o dedo gelado de Micael.

— Sua mão tá gelada. — Sophia soltou um risinho, enquanto sussurrava.

Ele sorriu para ela, continuando passear as suas mãos em seu corpo. Sentiu falta de Sophia, falta da sua essência ingênua. Mil coisas passavam por sua cabeça mas ele tentava ignorar todas elas.

— Eu vou com você. — Disse à Sophia, que ficou feliz com sua resposta.

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