Capítulo 50

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Sophia acordou um pouco tarde naquela manhã, foi até o banheiro tomando um banho quente delicioso, porém, se surpreendeu ao sentir seus seios grandes e doloridos, os bicos túmidos e uma sensação terrível no corpo.

Não podia estar grávida! Tinha tomado todas as pílulas do dia seguinte existentes do mundo, pensou. Antes que pudesse pensar em mais alguma coisa, o vermelho-vivo escorrendo por suas pernas lhe avisou:

Havia menstruado.

— Sophia? — Micael entrou no quarto como um furacão. — Onde você está? Tem cliente às onze e meia. — Abriu a porta da suíte, revelando a mesma, enrolada em uma toalha felpuda.

— Não tenho condições de trabalhar hoje, Micael. — Respondeu serena.

— Por que não? — O moreno franziu o cenho.

— Estou menstruada.

— Foda-se, vai trabalhar do mesmo jeito! — Deu de ombros, saindo da suíte e arrumando os lençóis da cama. — Desde quando isso é algo pra você não trabalhar?

— Porra, Micael! Sério? — Sophia se exaltou. — Eu estou com cólica, sangrando, meu peito está doendo. Como eu vou trabalhar desse jeito? — Abriu as mãos, incrédula pelo pensamento de Micael.

— Trabalhando. — Silabou em seu rosto, cerrando os dentes. — É só você deitar a porra do corpo e abrir as pernas. Quem tem que ter nojo são eles, não você!

— Não vou deixar me invadirem desse jeito. — Sophia estava quase chorando.

— Sophia, sério? Vai se foder! Você precisa me pagar todo o dinheiro que você gastou, se lembra disso? — Micael apontou o dedo em seu peito, lhe machucando um pouco. — Não venha querer ficar criando conflito, você sabe que precisa me pagar.

— Micael, eu sei que eu preciso pagar você e tudo mais, só que eu não consigo trabalhar desse jeito! Nem transar desse jeito eu consigo.

— E você já transou desse jeito? Você não era virgem? — Micael cruzou os braços, esperando uma resposta.

Levantou uma sobrancelha e bateu os pés, esperando a resposta de Sophia, que não disse absolutamente nada. Ela encarou os lados, balbuciou antes de responder por completo.

— Podemos fazer um teste, que tal? — Levantou os ombros.

Micael soltou um riso sincero, balançando a cabeça.

— Faça o teste com o seu primeiro cliente do dia, depois você me conta como foi. — Piscou rápido para ela, tocando seu queixo e saindo do quarto.

Raquel sentiu dores de cabeça quando passou pela barulheira da obra. A Lush estava ficando do jeito que queria, mas ela tinha que juntar os pauzinhos e trazer Sophia para perto de si, de novo.

— Esse cano vai aonde? — Perguntou ao homem que tinha um martelo em mãos.

— Raquel! — Escutou uma voz máscula e brava.

Virou-se para ver quem era, encontrando Luiz.

— O que você está fazendo aqui? — Franziu as sobrancelhas.

— Eu vim conversar com você, podemos ir pra outro lugar?

— Não, não podemos. — Foi direta. — Se você veio até aqui me falar da Sophia, eu até aceito o que você veio me contar.

— Na moral, Raquel. Não dá mais! Que plano maluco é esse? A menina fugiu de casa, sumiu e você ficou aí sem fazer nada?

— Você queria que eu fizesse o que, Luiz? Ela não é a minha filha! Eu não pari ela! E tem mais. — Apontou o indicador. — Essa garota precisa tomar um rumo logo ou ela vai bater as botas antes do previsto.

— Tu meteu ela na coca, safada. — Luiz deu um empurrão leve em Raquel, que ficou chocada. — Sabia que a menina nunca tinha experimentado! Qual é a tua, Raquel? Onde você quer chegar com esse papo de maluco?

— Amor, se liga numa coisinha! — Raquel mexeu no colarinho da blusa de Luiz. — O teu amiguinho está devendo horrores para o meu patrão. Você tem noção o quanto é um milhão de reais? É muita coisa!

— A Sophia não tem nada a ver com isso.

— A Sophia tem tudo a ver com isso, Luiz! Ela é o pote de ouro que vai trazer o Micael pra cá. Depois disso, fim dos tempos pra ele.

— Tu é maluca, porra. — Luiz negou com a cabeça. — Vai viciar a mina só pra trazer o Micael pra cá.

— Exatamente! Você até que é inteligente, Luiz. — Raquel soltou um risinho. — Só espero que você não abra a sua boca de sacola pra ele, está entendendo? Se não, eu dou um fim em você.

Raquel sorriu maléfica após deixar Luiz, que estava indignado com a história. Não sabia o que fazer, mas não podia deixar Sophia se afundar mais naquela situação.

Não muito longe dali, Mariana se levantou da cama confortável do motel de luxo onde estava. Vestiu um roupão antes de soltar um riso, ela gostaria de ter aquela vida todos os dias!

— Você gosta disso, não é, garota?

— Eu amo! — Sorriu para o homem, sentado na ponta da cama. — Pena que a chata da Carolina não deixa a gente fazer isso, todos os dias. — Abraçou Alex.

— Não pode dar na cara, você sabe. — Beijou Mariana com volúpia.

— E a Sophia? — Os dois se encararam. — Você não vai dizer nada a respeito?

— Você quer que eu diga o que? — Alex levantou os ombros.

— Ela sumiu e vai ficar por isso mesmo?

— Mariana, ela sumiu porquê quis! Ela virou prostituta porquê quis! Ela tinha dinheiro, roupas novas, comida boa, tudo em casa. — Alex pausou. — Ela escolheu esse caminho, não eu.

— E você como pai não vai fazer absolutamente nada, não é mesmo? — Mariana se impressionou, sendo irônica. — Entendi.

— Eu também fiquei preocupado com o sumiço dela mas eu não posso fazer mais nada, você sabe disso.

— Por um lado, você tem razão. — Mariana fez uma careta. — Ela quis essa vida, então deixe ela nessa vida. Quando for o momento, ela vai voltar!

— Eu não sei se vai voltar, Mariana.

— Vai sim! Você vai ver. — Deu outro beijo em Alex, iniciando outra transa, antes de irem embora dali.

LU$H Where stories live. Discover now