34- Ninguém vai me ouvir

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Depois que Magnus voltou a dormir no quarto privado da enfermaria, Alec acompanhou Catarina para fora e os dois passaram horas conversando seriamente.

Cat explicou um pouco sobre os transtornos mentais de Amanda e disse que com a ajuda de um psiquiatra especialista, os sintomas psicóticos poderiam ser amenizados, mas a jovem sempre negava que tinha um problema, e em consequência da pressão que sentia, os surtos histéricos pioravam.

- Eu odeio dizer isso, Alec, mas não podemos força-la a receber tratamento, ainda mais quando ela se recusa a aceitar que sofre os transtornos.

- Mas não podemos permitir que ela continue torturando o Magnus só porque é mentalmente desequilibrada. - Ele quase rugiu, apertando as próprias mãos até os dedos ficaram esbranquiçados. - Eu não vou permitir, Catarina.

- Eu entendo a sua raiva, querido. Também sinto isso, mas a situação é muito complicada e não podemos nos precipitar. Amanda deixou claro suas intenções maliciosas, e não apenas o Magnus sairia prejudicado, mas a linhagem inteira. Precisamos nos acalmar e pensar com cuidado, principalmente porque a mídia vai se envolver de um jeito ou de outro e você sabe como eles são.

Alec queria gritar, mas se forçou a respirar fundo para não deixar as emoções atrapalharem sua mente.

Ele continuou trocando ideias com Catarina, mas o máximo que conseguiram foi concordar que Alec estaria por perto o máximo de tempo possível porque Magnus não poderia ficar sozinho em hipótese nenhuma, e quando Amanda tentasse se aproximar, alguém solicitaria a presença do Príncipe por qualquer motivo que fosse.

O grande problema daquele plano miserável, e que nenhum dos dois queria admitir, é que o casamento estava marcado para a próxima semana.

Magnus se uniria para sempre a uma mulher violenta e mentalmente doente que se recusava a ser tratada, apenas para poder cuidar do seu povo.

Era injusto e desumano.

Nada disso fazia sentido.

Quando os primeiros raios de sol começaram a entrar pela janela, Alec percebeu que os pais de Magnus poderiam aparecer a qualquer momento, e Catarina garantiu que não permitiria a entrada de Amanda, mas foi Isabelle que surgiu pela porta no início daquela manhã.

Seus olhos castanhos estavam arregalados e preocupados.

- O que está acontecendo? - Ela questionou.

- Eu é que pergunto. - Alec rebateu. - O que você está fazendo aqui?

- O Magnus mandou me chamar. Disse que é urgente.

- O Magnus? Mas como...? - Alec olhou para a porta do quarto e ela permanecia fechada, como esteve durante a noite inteira, então ele não poderia ter saído ou alguém entrado sem que percebessem.

- Tem um telefone no quarto conectado com a ala das criadas. - Catarina explicou. - Ele deve ter falado com alguém.

- O que está acontecendo? - Isabelle perguntou de novo, e um segundo depois a porta do quarto se abriu e Magnus apareceu.

Ele estava quase parecendo aquele Príncipe perfeitamente composto e inabalado, mas Alec enxergava muito além disso.

O olhar de Izzy recaiu direto para a mão enfaixada dele, mas Magnus se apressou em desdenhar a própria situação.

- Lamento ter que chama-la aqui, minha querida, mas devido a um pequeno acidente estou impossibilitado de sair por enquanto, e eu gostaria muito de conversar com você e o seu irmão.

Isabelle lançou um olhar interrogativo para Alec, mas ele estava tão confuso quanto ela.

Catarina cedeu seu escritório e foi se ocupar até a chegada da Rainha, que tinha prometido retornar pela manhã para ver o filho.

Um Coração em ConflitoWhere stories live. Discover now