9- A regra número 1

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Nota da autora: Esse com certeza é meu capítulo favorito até agora!!!!!!



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Alec estava acostumado a dormir pouco, mas ainda estava se adaptando aos horários e atividades no Palácio.

Hoje era um dia que iria treinar tiro ao alvo com um dos grupos de soldados às 8h, por isso levantou cedo e mergulhou no chuveiro para espantar o sono.

Durante o café da manhã no refeitório ficou cutucando suas panquecas e encarando o nada, perdido em pensamentos.

Jesse lhe provocou dizendo, aos sussurros, que se continuasse pensando muito numa pessoa ela apareceria. Alec bufou e ameaçou jogar uma panqueca na sua cara, mas ele já estava se afastando com aquele sorriso travesso, andando de costas para a porta e lhe atirando um beijo antes de abri-la.

Alec tentou ficar irritado, mas naqueles 5 dias em que conviveu com ele, treinando juntos e dividindo o mesmo quarto, a amizade foi quase instantânea, então apenas revirou os olhos e sorriu pra ele enquanto se levantava.

Tinha desistido de comer aquelas panquecas e foi devolver o prato para a cantineira com um pedido de desculpas. Pelo menos tinha se servido com poucas porque odiava desperdícios, mas o que realmente o perturbava naquele e em vários outros momentos, era Magnus Bane.

Desde que Catarina, a Médica muito gentil do Palácio lhe procurou para perguntar como cuidou do ferimento do Príncipe e, por algum motivo inexplicável, lhe garantiu que iria mandar notícias sobre o estado dele todos os dias, Alec se flagrava ansioso por isso cada vez que abria os olhos.

Por 3 dias ela disse que o Príncipe permaneceu estável, recuperando as forças num sono profundo.

Alec ainda estava nervoso, se perguntando se aquilo era normal, ou se a droga toda tinha saído mesmo do organismo dele, ou se seria muito insano entrar naquela enfermaria de madrugada e conferir com seus próprios olhos, mas no quarto dia, quando Catarina o abordou "casualmente" durante uma de suas rondas por perto e disse que o Príncipe estava acordado e bem, as dúvidas tomaram um novo rumo.

Será que o veria de perto novamente? Já que "Proteger a Família Real" não significava necessariamente ficar de olho neles o tempo inteiro. Pelo menos não os soldados novatos.

Seu trabalho era apenas fazer rondas em determinados horários e em determinadas áreas daquele Palácio, longe da nobreza.

Os treinamentos eram no jardim, geralmente na parte da manhã, mas o terreno era imenso e Alec duvidava que o Príncipe passearia casualmente por lá em algum desses momentos. E caso passeasse... o que poderia fazer?

Suspirando, Alec foi até o quarto buscar o cinto de armas, mas esbarrou em Jesse quando tentou sair novamente.

O encontrão mais o assustou do que machucou.

- Mas que po...! Você não tinha ido pro treino? - Alec acusou, alisando sua farda para ter certeza de que estava impecável.

- Você tem visita. - Jesse simplesmente disse, e mesmo que quase sempre estivesse sorrindo, aquele sorriso em particular fez um tremor percorrer seu corpo.

- Quem é? - Alec perguntou, mas foi ignorado de novo.

- No escritório do Hodge. - Foi a última coisa que Jesse disse antes de desaparecer como se fosse um fantasma.

Alec respirou fundo, planejando dar uma bronca no amigo por fazer isso, mas foi a passos pesados até o escritório, cumprimentando alguns colegas que cruzavam seu caminho.

Um Coração em ConflitoWhere stories live. Discover now