12. Revelações

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Nunca fora mais longe do que até o pomar ou o riacho no centro do Bosque da Paz, porém desta vez esperou incansavelmente sentada à beira do mesmo riacho que decidiu andar um pouco, passou pelo pomar, apanhou uma das frutas gigantes e maravilhosas, continuou lentamente observando tudo ao seu redor.

Um esquilo subiu numa árvore próxima, maior do que um gato doméstico, um pássaro colorido pousou próximo a sua cabeça, parecia não ter medo algum, levantou sua mão direita e o pássaro pousou nela, e ficou olhando-a com interesse, era lindo, grande, maior do que um pombo, todo colorido, seu nome fugia-lhe à memória mas de repente lembrou-se, chamava-se Saíra-Sete-Cores, espantou-se, pois lembrou da professora falando sobre as maravilhosas cores deste pássaro e ele não era maior do que um canário, esse no entanto era quase do tamanho de um papagaio.

– Então você é uma Saíra? – perguntou ao pássaro pousado em sua mão, este apenas piou em resposta, alisou com cuidado a cabeça do pássaro, este encurvou-se mansamente para receber o agrado depois voou para um galho próximo.

Viu animais variados naquele bosque, não conhecia esta parte, seu protetor nunca a levara por ali, percebeu que à distância as árvores pareciam dar lugar a uma clareira. O que de fato se confirmou quando já não havia árvore alguma, apenas um lindo lago de águas espelhadas refletindo o azul do céu.

Haviam dezenas daquelas pedras gigantes cravadas na terra à beira daquele lago esplendoroso, aproximou-se da beira do lago, tirou suas sandálias como faziam sempre no riacho, o mesmo riacho cujas pedras à beira sempre sentava-se desembocava naquele lago numa corredeira maravilhosa de águas cristalinas, sentou-se numa das pedras e colocou os pés na água.

Peixes dourados vinham beliscar de leve seus pés, parecia que esta era sua forma de cumprimentar lhe, colocou uma de suas mãos na água e estes permitiam que ela até mesmo os tocasse!

Alguns esquilos desceram das árvores próximas e vieram até ela, brincavam com uma noz roubando-a uns dos outros, circulavam ao redor dela passando sobre seu colo depois escalavam até seus ombros e em seguida corriam para longe, tirando risos agradáveis dela, tudo em perfeita paz e harmonia.

Sem dúvida nenhuma, o Bosque da Paz era mesmo o lugar mais lindo que já visitara em toda sua vida.

Minutos depois duas mãos macias taparam-lhe os olhos e antes que pudesse responder qualquer coisa, os lábios de quem ela mais amava tocaram os seus vagarosamente.

– Como achou o lago? – perguntou Haniel sentando-se em outra pedra ao seu lado.– Eu resolvi andar pra conhecer um pouco a região, você nunca me mostra nada mesmo.

– Meu amor, me perdoe, a gente sempre passa tanto tempo conversando que logo chega a hora de ir embora.

– Estou apaixonada pelos animais daqui, eles são tão mansos.

– Aqui não existe medo, meu amor.

– Eu queria poder morar aqui.

– Um casal morou aqui uma vez, mas tiveram que abandonar esse lugar.

– Não é quem eu estou pensando, é?

– É sim.

– Eu pensei que o jardim onde eles moravam tinha outro nome.

– Na verdade tem sim, só que o Bosque da Paz não é o jardim como um todo, é apenas uma parte dele.

– Isso significa que... aquela árvore... fica por aqui?!

– Sim e não, o local onde ela está faz parte deste bosque, mas fica numa área que não podemos ter acesso.

– E onde ela está então?

A Guerra dos Arcanjos - PrincípioOnde as histórias ganham vida. Descobre agora