Sea of Fury (Camren)

Prólogo

LEIAM AS NOTAS INICIAIS, POR FAVOR! Depois não digam que não foram avisados.

Sea of Fury é parte do meu universo e antecede os sete fragmentos atuais das almas da Camila e da Lauren (A Grega, Fetish, Querido Diário, O Diabo veste Prada e At Midnight postadas), portanto, existem referências, mas podem ler tranquilamente sem necessitar da leitura das outras. Ainda, SoF continua retratando mitologia grega, então as sereias não são meninas sereias H2O e muito menos A Pequena Sereia, não esperem o conforto de uma sereia tendo pernas. A história é Camila intersexual.

* A capa da fanfic é feita pelo talentoso Fernando. Ele faz quadros lindíssimos, inclusive pinturas de pessoas reais. Quem estiver interessado em encomendar algum quadro para presentear alguém, vocês podem ir no Instagram dele. @fernandosilvestre.art

*Trailer na mídia feito pela @_garaiz no twitter.

Dito isso, tenham uma boa leitura, sem esperar um conto de fadas da Disney. :) Favoritem e comentem para ajudar no alcance.

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Ano de 1656

Camila Roy Durant estava entediada no meio daqueles festejos. Era uma filha bastarda da realeza, e ainda, a única filha que seu pai inútil conseguiu ter com uma prostituta caribenha. Imaginava que qualquer coisa seria melhor do que viver no prostíbulo e teve sorte do Duque decidir por criá-la... enquanto todo o restante da realeza francesa iria se tornar assassina de sua mãe.

Não se sentia como Lady, a tudo o que importava para o tratamento que lhe estavam dando. Aquelas bebidas fracas, as damas enjoadas fingindo gostar de seus velhos maridos em um baile que odiava. Odiava todos eles. Os cortejos... de que lhe serviam os cortejos se sabia que nenhum daqueles homens tinham o interesse de se casar com ela, por ser filha bastarda?

Na verdade, achava que eles esperavam a oportunidade para lhe embebedar e levar para uma cama. Camila era mais desconfiada desses homens do que lhe deveria ser permitido. Camila estremecia em pensar deixar qualquer pessoa tocar em seu corpo.

Ela tinha uma condição especial que iriam tentar mutilá-la se soubessem. Nasceu com um corpo totalmente diferente do comum, sua genitália era masculina, enquanto começou a criar seios muito nova. Então sua mãe, totalmente desesperada, colocou Camila em um vestido e a criou como uma garotinha. Segundo a meretriz, era mais fácil esconder o que tinha debaixo da saia de seus vestidos cheios de tecidos do que os seios e suas curvas e feições afeminadas.

Ninguém sabia e guardou o segredo a sete chaves. Nunca deixou ninguém lhe ajudar no banho ou a se vestir, e tampouco Camila deixou alguém lhe tocar desde que foi para a côrte do rei aos dez anos, quando foi tomada de sua mãe.

Sua existência no palácio real era um verdadeiro inferno sendo dama de honra da princesa da França. Descobriu aos 14 anos que ela sentia atração por garotas. Sua primeira paixão foi uma garota plebéia extremamente bonita. Ela se viu sendo criada para se reprimir, reprimir seus instintos, reprimir quem ela era e sentir vergonha de seu corpo.

Lady Camila Roy estava cansada de se odiar e odiar seu corpo. Em várias noites, sentiu vontade de revelar sua condição especial para todos, e aceitar ser enforcada em praça pública ou até mesmo, sabia que seu corpo não aguentaria a mutilação que fariam para deixá-la eunuca. Qualquer coisa para não viver mais. Então ela também estava cansada de sentir que não merecia viver.

Acabaria naquela noite, de qualquer forma. Um homem estava a esperando para fugir consigo.

Ela escapou do baile em algum momento da noite. Para o mar. Era dada a paixões, e ela foi bem aventurada de um marinheiro comum ter se apaixonado por ela, por mais que não fosse um sentimento recíproco. Seu amor era o mar. E não foi muito tempo depois de ser dada como morta pela família real, que Camila foi seduzida pela vida nos altos mares como pirata.