O ciclo lunar é composto de fases, a vida das pessoas também.
Charles Leclerc já tinha atingido seu fundo do poço, agora não tinha mais pra onde descer, o único caminho possível é pra cima. E é pra lá que ele quer ir. Impondo mudanças na equipe, cui...
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Miami, Estados Unidos Depois da Austrália, de uma promessa cumprida que ele não ouviu e de uma vitória revigorante. Depois do Azerbaijão, de uma pole que ele próprio precisava, de um recorde inabalável na pista e de um pódio que o colocou verdadeiramente na competição. Charles se sentia feliz de novo, se sentia leve e pronto pra mais um final de semana.
Some aquilo ao fato de que Carlos finalmente tinha sido autorizado a entrar nos Estados Unidos de novo, e o monegasco estava quase saltitando enquanto andava pelo paddock, sequer se importava com o fato de que o companheiro de equipe andava com uma jornalista sob um abraço e não tinha lhe contado nada. Ele sabia que Carlos e Ana o contariam quando fosse a hora.
- Como se sente finalmente pisando em solo americano? - Ana perguntou, se virando para o espanhol - Estadunidense, na verdade, americano até o Brasil é.
- Tá bom, patriota - Sainz riu pra ela - Tô me sentindo bem, como se não tivesse que matar ninguém finalmente. Calma, isso foi uma pergunta pra entrevista, porque aí eu tenho que pensar melhor na resposta.
- Relaxa, sou só eu perguntando - ela respondeu gargalhando, a brasileira tinha aquela habilidade, ela literalmente brilhava, conseguia arrancar sorrisos dos pilotos ao seu redor. Já tinha essa habilidade desde o ano anterior quando ainda estava com Pierre, mas agora solteira, fazia parecer ainda mais fácil - E você, Charles? O campeão tá de volta?
- Nunca fui a lugar algum - ele respondeu sorrindo
- É isso que o povo quer ouvir, posso usar em reportagem? - a mente de Barnes funcionava a mil, ela sempre parecia estar pensando na próxima reportagem - Imagina só “Charles Leclerc afirma que o campeão não foi a lugar algum e que se sente pronto pra nova batalha”.
- Pode - o monegasco cedeu - Só não me faça parecer uma lunático ambicioso por favor
- Não vou fazer - ela sorriu - Prometo. A Selene tá lá dentro? Ela me chamou pra almoçar?
- Ana, já te disseram pra respirar? Sua mente tá sempre a mil, cielo - Carlos apertou a mão da jornalista e mais uma vez, Charles sentiu que eles tinham algo e não estavam contando, se sentiu excluído e não podia reclamar
- Ela… tá lá dentro - Leclerc respondeu, com a voz rouca - Chegou cedo pra estudar a pista.
- Tudo bem, eu vou lá, tchau cabrón - Ana deixou um beijo na bochecha de Carlos e correu pro motorhome vermelho
- Não sei se começo perguntando o que tá acontecendo entre vocês ou se pergunto se ela sabe que cabrón é xingamento - Charles comentou assim que ficou sozinho com o companheiro de equipe
- Eu já falei que cabrón não é apelido, mas ela insiste - foi o que o espanhol respondeu
- Fugindo da pergunta, interessante - o monegasco coçou a barba de forma teatral - Geralmente quem fazia isso era eu.
