Feito!

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O jardim externo estava parecendo uma floresta, o jardim interno parecia um bosque, o que não me pareceu ruim, andei pelos dois tentado idealizar o que ficaria melhor com cada lugar, aproveitei que tinha levado uma bolsa com um caderno e lápis e comecei a desenhar, optei por projetar um jardim externo duplo, com rosas na parte principal e na parte escondida seriam lavandas, ele poderia tocar violino, tomar chá ou ler um livro, seria decorado com arcos de flores e cercas vivas, as flores podem ser do tipo trepadeiras ou das suspensas, não vejo problema em nenhuma das duas, posso até unir as duas.
- Você invadiu meus sonhos na noite passada, até que ponto você viu?   — Lucien fala como cumprimento.
- Se vai me interrogar raposinha, então antes quero que me diga se pensou numa frase em específico que eu disse a você no sonho.  
— Refuto o fazendo me encarar confuso.
- Que frase?
- Algo sobre eu ter sido escolhida pela mãe... Te lembra a algo?  — Me viro para encarar o macho ruivo.
- Você fez aquilo, não foi minha mente foi você, por que!? Por que não me parou quando entrou no sonho Zaira, eu sou um macho desprezível, eu desejo a parceira do meu próprio sobrinho! Você deveria sentir nojo de mim.  — Me aproximo de Lucien, o fazendo recuar alguns passos até ficar com as costas encostadas numa árvore próxima, solto um suspiro cansado.
- Pense no que eu disse, no que eu fiz e principalmente em como eu reagi, Lucien não me incomodou que você sonhou de maneira erótica comigo, ou muito menos que você me deseje, na verdade me sinto feliz em saber que sou atraente pra você... Não se martirize por se sentir assim, você não tem culpa e eu não me importo se você quiser me foder agora mesmo Lucien, você é um macho saudável, solteiro e que não tem razões para você se sentir mal, Nyx e eu ainda não selamos o laço e eu tenho liberdade de me deitar com quem eu quiser, não tenho sentimentos por ele ainda de todo jeito se quiser descobrir como realmente é meu corpo é só pedir, não tenho motivos pra negar.  — Concluo o óbvio, mas que pra ele parece impossível.
- Realmente não se sente incomodada com o fato de eu não ser o macho que pensava quando leu os livros, Rhys mostrou as anotações que você fazia, os desenhos também, os quadros... Não sou nada do que você imaginou.  — Ele insiste em se desmerecer, eu o encaro com uma cara de paisagem.
- Quem se importa raposinha, meu destino está ligado ao seu, nada do que você diga ou faça vai me afastar de você, posso até ficar sem falar com você, te xingar e até bater em você mais não vou fugir ou me afastar. Então só aceite que você ganhou um ser irritante e que não vai largar do seu pé nunca.  — Lucien abre um sorriso e resolve encarar minhas mãos.
- O que planeja fazer aqui?  — Ele muda de assunto envergonhado.
- Um lugar para o lobinho relaxar.
- Ele relaxando, vai construir uma adega a céu aberto?  — Fala debochando da minha idéia.
- Vou fazer um lugar calmo onde ele possa ler, tomar um chá ou só tirar um cochilo ao ar livre.
- Isso é...  — Lucien é cortado por Tamlin que surge atrás de mim olhando o caderno em minhas mãos.
- Perfeito, obrigado Zaira, fez um esboço para eu ter uma ideia?  — Entrego o caderno para Tamlin e ele me encara espantado.
- Acha que consegue convencer pessoas a trabalhar somente com você, minha reputação não é das melhores mais esse projeto é incrível se conseguir convencer trabalhadores para cria-lo tem liberdade para me ensinar a cozinhar a receita mais difícil que você pensar!  — Ele continua sua fala animado, resolvo o provocar.
- Eu disse que você ia gostar, agora acredita em mim lobinho?
- Sim sua humana irritante, agora me conte como vamos dar vida ao resto da mansão?
- Vamos restaurar seu lado feérico primeiro, a começar com esse cabelo, uma mudança de estilo e principalmente admitir que tipo de pessoa você verdadeiramente gosta, não acha que já passou da hora não? Meu bem, 300 anos vai viver, levanta, sacode a poeira e esquece aquele desgraçado, ele te privou da sua mãe, te acusou de matar a mãe e irmã do seu melhor amigo, destruiu sua mente, lançou feitiços proibidos em você e como se não bastasse ainda te fez ser um isolado, quando você era um doce de menino! Sério o seu pai é o segundo que eu mais odeio nesse mundo pelo menos, depois da Ianthe claro... Aí vamos temos uma aromaterapia pra fazer!  — Saio arrastando o grão-senhor que ainda estava atônito, sem saber no que acreditar, Lucien olhava de Tamlim pra mim como se isso ajudasse a raciocinar. Após eu preparar o banho, Tamlim me encarava assustado.

- Tamlim entra nessa porcaria de banheira de uma vez!  — Já exaltada eu grito com ele

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- Tamlim entra nessa porcaria de banheira de uma vez!  — Já exaltada eu grito com ele.
- Mais você vai ficar aqui?  — Pergunta incomodado.
- Já disse que não ligo, se vai ficar nu ou não, lobinho dourado e irritadiço eu tenho preferência por ruivos, já não disse?
- Argh que ele não me mate se descobrir.
— Com um suspiro derrotado ele tira o hobby e entra na banheira.
- Ainda não entendi por que você tem que ficar...
- Sabe como funciona aromaterapia?
- Não...  — Ele diz inseguro, o encaro entediada.
- Então já tem sua resposta, agora encoste sua cabeça aqui e feche os olhos, os aromas que eu coloquei são: Limão, bergamota e eucalipto. Vamos começar com esses para ajudar na sua raiva, pelos próximos 4 dias antes de você realmente tomar banho você vai ficar infundido na banheira, com as flores e plantas que eu colocar, cada uma delas terá propriedades benéficas pra sua mente e corpo, além de um adicional de massagens e conversas sobre seu passado entendeu? 
— Pergunto mais calma.
- Então cozinhar não era sua única solução não é?
- Ainda tem um treino físico, meditação e vamos tentar encontrar um bichinho de estimação pra você.  — Respondo sabendo de seu ceticismo a cada palavra que saia da minha boca, criatura descrente e desprovida de fé!
- Realmente acredita que eu posso melhorar com todas essas coisas loucas?
- Eu espero que sim, se não eu vou ficar bem decepcionada comigo mesma por ter falhado e você vai ter que beber comigo por alguns dias.  — Digo com um sorriso calmo.
- Feito!
- Comece falando, dele como foi seu primeiro amor Tamlin?  — E assim se seguiu com Tamlim me contado como o conheceu em um festival da colheita, ele era filho de uma artesã antiga que confeccionava as tapeçarias da mansão, eles foram amantes secretos desde que ambos tinham 20 anos até Tamlim ter idade o suficiente para ir para linha de frente na guerra, suas cartas pararam de ser respondidas e ele acreditou ter sido abandonado mais quando a guerra acabou ele visitou a casa do rapaz, mas foi a mãe do jovem que abriu a porta dizendo que seu filho tinha sido morto por um crime que não cometeu, Tamlim sabia que o crime era aquele belo macho ter amado o herdeiro da primavera, coisa que o pai de Tamlim jamais permitiria... Uma história lamentável, porém ele contínuo dizendo que pediu para ser mandado de volta para o campo de batalha e lá conheceu Rhys. Disse que suas memórias estavam confusas a respeito de Rhys, só tinha certeza que o detestava mais não sabia o real motivo pra isso.
- Se eu não tivesse ido naquele festival ele não teria morrido, poderia estar tendo uma família agora, eu não merecia seu amor...  — O grão-senhor fala em meio as lágrimas que surgiram ao relembrar de Kitthen achei um nome interessante.
- Aí aí fico pensando se devia te estapear ou te abraçar nesses momentos, você não tem culpa por ter amado alguém seu idiota, seu pai é o culpado não você, não o feérico que amou você, seu pai que já morreu! Esqueça a droga da culpa que não é sua e sim daquele louco, cruel e um monstro que usava máscara de grão-senhor! Você era somente um feérico jovem que experimentou um amor, com um pai horrível, você não tem culpa de ter nascido e não tem culpa de por azar do destino ele ser seu pai. Foque em se curar e melhorar Tamlim, você não está sozinho agora, se quiser posso me tornar sua amiga, você precisa de uma mesmo.  — Concluo dando de ombros e começando a massagear os dele, aproveito para analisar o cabelo dele e percebi que ainda tinha salvação, me levanto e pego uma tesoura que havia usado para cortar os caules das flores de bergamotas e resolvo cortar o cabelo dele.
- O que vai fazer com essa coisa?!
- Essa coisa é uma tesoura e vou cortar seu cabelo, só confie em mim vou fazer um corte reto por enquanto, depois melhoro essa sua cara de vilão cruel e sem história de fundo.  — Ele me encara como se eu tivesse falando outra língua, ou é o que parece.

Continua...

Corte de chamas e amor!حيث تعيش القصص. اكتشف الآن