72. Departure

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Inteligência emocional

Penso que essa seja uma das conquistas mais importantes na vida de uma pessoa que deseja ser plena, tanto emocional quanto profissionalmente. Antes de qualquer coisa, precisamos aprender a não deixar nossas emoções controlarem a nossa inteligência. E ter essa tal inteligência não significa que não vamos sofrer, mas que compreendemos os riscos que corremos.

A inteligência emocional consiste em saber o que fazer e também quando fazer, mas consiste, ainda mais, em pensar duas vezes antes de falar. Ao longo da vida, aprendi que não precisamos entender as emoções dos outros, basta aceitá-las e respeitá-las. Dessa mesma forma, precisamos aprender a lidar com os nossos próprios sentimentos, a traçar um caminho e a ter foco. Pessoas inteligentes não mudam suas perspectivas, apenas se adaptam às novas situações. E essa é a maior arma que se pode ter.

Aprendi no exército o pior das minhas emoções, a guerra não é um lugar tranquilo, não é bonito, se um dia teve uma mente pura, nunca mais irá ter, irá ver coisas em lugares que não deveriam estar, vai se pegar enforcando seu cachorro ou sua esposa na cama, pois ainda pensa que esta lá. A matança é certa, se você tem amor a humanidade, esqueça, não é lugar pra você, pois a única diferença é que na guerra matar pessoas não é ilegal

Guerras são travadas em nome da paz, mas nunca alcançam a luz, dizem até que são em nome de Deus, mas na verdade são em nome de deuses.
E os deuses seriam nós. Por que quando a elite se odeia, são os pobres que morrem.

"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores"
" Se for atrás de vingança, cave duas covas "

(...)

A chuva tinha cessado e dado lugar a um grande arco íris bem acima de nossas cabeças, eu estava molhada, sangrando, com vários hematomas, e uma dor de cabeça insuportável. Estava um silêncio de falas e um barulho de corpos em pilhas queimando, por um momento pude me ver através de uma poça d'água meu reflexo, a quanto tempo não me enxergava, ao olhar pra frente vi Kenna arrastando um dos corpos da pilha mais a frente, me aproximei incrédula.

— O que você pensa que esta fazendo?

— Eu vou enterrar ele.

Ela se referia ao corpo de Druig, quase irreconhecível.

— Tem certeza? Acho que queima-lo é melhor.

Kenna ainda o segurava pela roupa fazendo um enorme esforço para arrasta-lo, mal me ouvindo.

— Eu não vou deixar ele ser queimado com todo o resto. - Afirmava.

— Por que? Não vai dizer que se arrependeu.

— Não, mas simbólicamente acho que isso me deixaria com um pouco mais de paz. - Disse com a voz rouca.

A minha vontade era dar um sacode nela pra acordar do choque, porém tive um sentimento de pena quando a vi ensanguentada como eu.

— Vamos! Deixa eu te ajudar.

— Não, quero fazer isso sozinha.

— Eu só vou te ajudar a arrastar, se não vai atrair os zumbis.

Me pus a pegar seu tronco, enquanto Kenna segurava as pernas.

Carregamos o corpo até o lado de fora próximo a umas árvores depois da estrada principal.

— Quer que eu te ajude a cavar?
- Ofereci apoio, mas ela paralizada olhando fixamente a cena — Ok, vou te deixar em paz então.
Levantei às mãos.

Julgamento ao Amanhecer - Zumbie™Where stories live. Discover now